OAB
propõe auxílio financeiro para ex-detentos
Rodrigo Zavala
Equipe GD
Seguro-desemprego
por seis meses para reintegrar ex-presidiários na convivência
social. Essa é uma das propostas apresentadas pela Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) ao governador do Estado de São
Paulo, Geraldo Alckmin, para combater a crise carcerária
do estado.
"Essa medida
é inovadora no país", afirma Antonio Claudio
Mariz de Oliveira, presidente da comissão elaboradora do
estudo. Dos 95 mil detentos do Estado de SP, segundo Oliveira, 75%
deles são reincidentes. "Se eles tivessem oportunidades
e amparo não voltariam a cometer outros crimes", imagina.
Oliveira conta também que o governador se mostrou empolgado
em relação às medidas.
Para Túlio Kahn, coordenador de pesquisa do Instituto Latino
Americano das Nações Unidas para a Prevenção
do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud) a proposta é
positiva. Essa medida complementaria o papel já exercido
pela Divisão de Serviço Social da Secretaria de Segurança
Pública do Estado.
"Essa divisão
presta assistência prevista por lei, como casas de albergado
e alguma remuneração pelo menos por dois meses aos
egressos", conta. Esse auxílio pós-prisão
é fundamental para a reintegração dos presos,
já que, de acordo com Kahn, eles saem da prisão 'inempregáveis'.
Dados do instituto
mostram que 85% dos presidiários possuem apenas o Ensino
Fundamental, sendo que a maioria não o concluiu. "Além
disso, o preso carrega sempre um estigma, dificultando ainda mais
a busca de um novo emprego", afirma.
Outro fator
importante apontado por Kahn é a possibilidade do egresso
se mobilizar em cooperativas. Mais de 60% dos presos trabalham nos
presídios, aponta relatório da Ilanud. Eles, por sua
vez, trabalham para 400 empresas, em São Paulo, que utilizam
mão de obra para confeccionar móveis, bolas, carteiras
etc.
"Com a
experiência obtida com esse trabalho, poderiam formar cooperativas
de artesanato, com a ajuda da Divisão de Serviço Social",
lembra.
A proposta da
OAB segue agora para apreciação da Secretaria da Segurança
Pública do Estado de São Paulo e da Secretaria das
Administrações Presidiárias.
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