Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/12/2005 - 12h21

Gasolina passará a ter o maior peso no cálculo do IPCA

Publicidade

JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje a nova estrutura de ponderação que será usada a partir de julho de 2006 para o cálculo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o índice oficial de inflação que baliza as metas definidas pelo Banco Central. De acordo com a nova estrutura, a gasolina vai substituir os ônibus urbanos como item de maior peso.

A nova estrutura foi calculada com base na última Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, realizada entre julho de 2002 e junho de 2003.

A gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, explica que o perfil de consumo continua praticamente o mesmo, ou seja, as famílias continuam a gastar recursos com os mesmos grupos de produtos, como alimentos, transportes e outros. O que muda é a proporção de recursos gastos com cada item.

Com a mudança, o peso da gasolina passa de 4,41% para 5,02%. 'O significado dessas modificações é que os itens que ganham peso passar a ser mais importantes e interferir mais nas despesas das famílias. Eles vão ter mais influência no bolso do consumidor e ter um reflexo maior nos índices de preços', afirmou Santos. Dessa forma, os reajustes da gasolina terão impacto maior sobre o índice.

Os ônibus urbanos que ocupavam a liderança na lista de produtos de maior peso na cesta de consumo do brasileiro passaram de 5,19% para 3,32%. Segundo o IBGE, a alteração reflete o crescimento do transporte alternativo. 'Tudo indica que as vans contribuíram para reduzir o peso dos ônibus urbanos', disse Santos. O peso do transporte alternativo está incluído no dos ônibus urbanos, mas como o transporte alternativo costuma oferecer preços menores puxou o item para baixo.

A telefonia celular também ganhou espaço e passou a fazer parte da lista de itens de maior peso: ela passou de 0,24% para 1,34%.

A pesquisa passou a incluir produtos como internet, com peso de 0,13%. O microcomputador também aumentou sua participação e passou de 0,18% para 0,50%. A TV a cabo aumentou de 0,02% para 0,41%.

A educação formal ocupa o segundo lugar, com cursos de primeiro, segundo grau, universidades e pós-graduações. Eles passaram de 4,06% para 4,36%. Segundo o IBGE, a alteração reflete a busca por ensino de melhor qualidade e a maior oferta de vagas em universidades particulares.

A pesquisa mostra também a mudança de hábitos do consumidor em serviços tradicionais, como o de cabeleireiro. A participação passou de 0,52% para 0,98%, com a maior sofisticação dos serviços ofertados. A pesquisa ainda não captou a oferta de serviços como escova progressiva e outras inovações que já surgiram com preços altos.

O cigarro perdeu peso em razão do aumento da campanha contra o fumo e passou de 1,21% para 0,78%.

Regiões.

O peso das regiões também sofreu modificações. São Paulo continua a ser a região metropolitana de maior peso, mas sua participação caiu de 36,26% para 33,06%. Segundo o IBGE, o resultado representa o rendimento menor na comparação com a POF de 1996.

O Rio de Janeiro é a segunda região metropolitana mais representativa e manteve sua participação no mesmo patamar: passou de 13,40% para 13,68%.

O índice terá uma estrutura mais enxuta e passará a computar 386 itens. A estrutura atual inclui 512 produtos.

Confira os itens de maior peso na estrutura do IPCA a partir do índice de julho de 2006:

1. Gasolina - 5,0184%

2. Cursos - 4,3558%

3. Refeição - 3,5378%

4. Energia elétrica residencial - 3,4090%

5. Ônibus urbano - 3,3243%

6. Telefone fixo - 3,2543%

7. Automóvel novo - 3,2315%

8. Aluguel residencial - 3,0561%

9. Produtos farmacêuticos - 2,9741%

10. Plano de saúde - 2,7570%

11. Empregado doméstico - 2,7081%

12. Higiene pessoal - 2,5600%

13. Carnes - 1,8908%

14. Automóvel usado - 1,8447%

15. Condomínio - 1,8209%

16. Lanche - 1,3560%

17. Telefone celular - 1,3398%

18. Gás de bujão - 1,3272%

19. Pão francês - 1,2997%

20. Taxa de água e esgoto - 1,2734%

21. Conserto de automóvel - 1,2097%

22. Leite pasteurizado -1,0618%

23 - Ônibus intermunicipal - 1,0287%

Leia mais
  • Criticado, BC defende queda "gradual" e "cautelosa" dos juros
  • IPCA-15 encerra o ano com inflação acumulada de 5,88%
  • A três dias do Natal, venda cresce no país
  • BC aposta em continuidade do crescimento econômico mundial

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a ata do Copom
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página