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23/04/2006
-
17h11
da Folha de S.Paulo, no Rio
7 de maio de 1927: Nasce a Viação Aérea Riograndense, operando a linha Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande com uma avião Atlântico.
1941: Presidente da companhia desde sua fundação, Otto Ernst Meyer entrega o controle ao primeiro funcionário, Ruben Berta, que a presidiu até morrer, em 1966.
1942: Já com a denominação Varig, a empresa estabelece a primeira rota internacional, ligando Porto Alegre a Montevidéu.
1945: Criação da Fundação dos Funcionários da Varig, que em 1966 passou a chamar-se Fundação Ruben Berta.
1965: Com a falência da Panair, então a brasileira com maior malha internacional, a Varig assume as linhas da ex-concorrente para a Europa.
1986: O plano Cruzado congela os preços das passagens, mas não os custos das companhias aéreas, que continuaram subindo.
1990: O ex-presidente Fernando Collor de Mello abre o mercado da aviação nas rotas internacionais. A partir deste momento, passaram a concorrer com a Varig neste trajetos, a Vasp e a Transbrasil. O Governo permitiu, ainda, a entrada de novas companhias estrangeiras para disputar este mercado, que obtiveram vantagens para operar com preços e custos mais baixos, a partir da isenção de alguns tributos (PIS/Confins). A Varig começa a apresentar prejuízo em seu balanço financeiro.
1991: A Varig buscou ampliar a sua frota, encomendando novas aeronaves para a Boeing. Começa a Guerra do Golfo, causando alta do preço do petróleo e recessão no setor de aviação. Ao fim de quatro anos, a indústria acumularia prejuízos de cerca de US$ 20,4 bilhões.
1992: Os prejuízos da Varig são agravados com a recessão causada pela Guerra do Golfo. Como solução, a empresa vende aeronaves para bancos e empresas de leasing e passa a pagar aluguel para utilizar os aviões.
1993: Varig inicia processo de reestruturação.
1994: A empresa termina a reformulação, tendo renegociado contratos e dispensado mais de 3 mil funcionários. A companhia pleiteou preços mais baixos nos contratos de leasing com empresas arrendatárias e suspendeu pagamentos por 60 dias. Além disso, fechou 30 escritórios no exterior.
1999: Crise cambial no governo Fernando Henrique Cardoso impacta negativamente os resultados da empresa. A TAM, além de se transformar na principal concorrente da Varig no mercado doméstico ao longo da década de 90, inicia suas operações para o exterior.
2000: Criação da Varig Log, que já nasce como a terceira maior empresa do grupo.
2001: A Gol entra no mercado de aviação doméstico, acirrando a concorrência. Com os atentados de 11 de Setembro, que geraram para a indústria da aviação prejuízos de US$ 11,9 bilhões, as dívidas da Varig aumentaram.
2002: Fundação Ruben Berta rejeita acordo com credores. O BNDES deixa de costurar uma saída para a crise da companhia.
2003: Varig e TAM assinam um memorando de intenções para se unirem e começam a compartilhar vôos. A cogitada fusão, no entanto, não acontece. Varig perde a liderança do mercado doméstico para a TAM.
2004: Varig e TAM cobram a mesma tarifa em diversos trechos e chegam a propor a criação de uma empresa gestora dos vôos compartilhados, idéia que também não foi levada a cabo. A Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) recomenda ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a suspensão do 'code-share' por causar danos ao consumidor.
2005: Com o fim do compartilhamento de vôos com a TAM, Varig cancela rotas. Gol ultrapassa a Varig na participação no mercado doméstico em abril. Varig inicia negociação com a TAP. Em 17 de junho, aérea entra com pedido à Justiça para que seja iniciado o processo de recuperação judicial, mecanismo que substituiu a concordata, de acordo com o que prevê a nova lei. Em novembro, a TAP e investidores brasileiros formalizam compra das subsidiárias Varig Log e VEM, o que garante o pagamento a credores internacionais. A Justiça de Nova York prorroga liminar que impede a tomada de aviões da Varig por empresas de leasing dos EUA. Em dezembro, a Fundação Rubem Berta (FRB) fecha acordo para transferir para Docas Investimentos 67% das ações ordinárias da FRBPar, proprietária da Varig. A Justiça do Rio suspende a operação por entender que a troca de controle da FRBPar tem que passar pela aprovação dos credores. A FRB pede à Justiça do Rio para a Varig sair da recuperação judicial, o que é negado. A Justiça afasta a FRB da gestão da Varig. Credores aprovam, em assembléia, o plano de reestruturação da companhia e rejeitam a oferta da Docas Investimentos.
2006: Em janeiro, chega-se à conclusão da venda da Varig Log e da VEM. Grupo TAP e Volo Brasil (constituída pelo fundo Mattin Patterson e investidores brasileiros) assumem a VEM e a Varig Log, respectivamente. A Justiça de Nova York prorroga liminar favorável à Varig, que impediu a tomada de aviões por empresas de leasing dos EUA. Em fevereiro, credores aprovam texto final do plano de recuperação judicial da Varig, que prevê a criação de Fundos de Investimentos e Participação (FIPs), com o objetivo de captar novos investidores e permitir a conversão de dívidas em ações. Em abril, os credores aprovam criação do Fundo de Investimento e Participação Controlador (FIP Controle) e a indicação do Banco Brascan como gestor do fundo. Aprovam ainda a escolha da Consultoria Alvarez & Marsal para conduzir o plano de reestruturação da companhia. Varig pede mais prazo aos credores para pagar as dívidas, por meio do Plano de Emergência elaborado pela Consultoria Alvarez & Marsal, com a finalidade de sustentar o fluxo de caixa da empresa no curto prazo, até julho/agosto, quando os FIPs estariam, de fato, funcionando. A Varig Log oferece US$ 350 milhões pela empresa. Os credores rejeitam a proposta. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não aprova acordo operacional da Varig com a OceanAir, que previa fretamento de aviões por 90 dias em cidades do interior no Sul do país. A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) determina a intervenção e liquidação do Aerus, fundo de previdência dos funcionários da Varig. A diretoria da Varig recomenda ao Conselho de Administração que aceite nova proposta da Varig Log, no valor de US$ 400 milhões.
Fonte: Varig e Folha
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7 de maio de 1927: Nasce a Viação Aérea Riograndense, operando a linha Porto Alegre-Pelotas-Rio Grande com uma avião Atlântico.
1941: Presidente da companhia desde sua fundação, Otto Ernst Meyer entrega o controle ao primeiro funcionário, Ruben Berta, que a presidiu até morrer, em 1966.
1942: Já com a denominação Varig, a empresa estabelece a primeira rota internacional, ligando Porto Alegre a Montevidéu.
1945: Criação da Fundação dos Funcionários da Varig, que em 1966 passou a chamar-se Fundação Ruben Berta.
1965: Com a falência da Panair, então a brasileira com maior malha internacional, a Varig assume as linhas da ex-concorrente para a Europa.
1986: O plano Cruzado congela os preços das passagens, mas não os custos das companhias aéreas, que continuaram subindo.
1990: O ex-presidente Fernando Collor de Mello abre o mercado da aviação nas rotas internacionais. A partir deste momento, passaram a concorrer com a Varig neste trajetos, a Vasp e a Transbrasil. O Governo permitiu, ainda, a entrada de novas companhias estrangeiras para disputar este mercado, que obtiveram vantagens para operar com preços e custos mais baixos, a partir da isenção de alguns tributos (PIS/Confins). A Varig começa a apresentar prejuízo em seu balanço financeiro.
1991: A Varig buscou ampliar a sua frota, encomendando novas aeronaves para a Boeing. Começa a Guerra do Golfo, causando alta do preço do petróleo e recessão no setor de aviação. Ao fim de quatro anos, a indústria acumularia prejuízos de cerca de US$ 20,4 bilhões.
1992: Os prejuízos da Varig são agravados com a recessão causada pela Guerra do Golfo. Como solução, a empresa vende aeronaves para bancos e empresas de leasing e passa a pagar aluguel para utilizar os aviões.
1993: Varig inicia processo de reestruturação.
1994: A empresa termina a reformulação, tendo renegociado contratos e dispensado mais de 3 mil funcionários. A companhia pleiteou preços mais baixos nos contratos de leasing com empresas arrendatárias e suspendeu pagamentos por 60 dias. Além disso, fechou 30 escritórios no exterior.
1999: Crise cambial no governo Fernando Henrique Cardoso impacta negativamente os resultados da empresa. A TAM, além de se transformar na principal concorrente da Varig no mercado doméstico ao longo da década de 90, inicia suas operações para o exterior.
2000: Criação da Varig Log, que já nasce como a terceira maior empresa do grupo.
2001: A Gol entra no mercado de aviação doméstico, acirrando a concorrência. Com os atentados de 11 de Setembro, que geraram para a indústria da aviação prejuízos de US$ 11,9 bilhões, as dívidas da Varig aumentaram.
2002: Fundação Ruben Berta rejeita acordo com credores. O BNDES deixa de costurar uma saída para a crise da companhia.
2003: Varig e TAM assinam um memorando de intenções para se unirem e começam a compartilhar vôos. A cogitada fusão, no entanto, não acontece. Varig perde a liderança do mercado doméstico para a TAM.
2004: Varig e TAM cobram a mesma tarifa em diversos trechos e chegam a propor a criação de uma empresa gestora dos vôos compartilhados, idéia que também não foi levada a cabo. A Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) recomenda ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a suspensão do 'code-share' por causar danos ao consumidor.
2005: Com o fim do compartilhamento de vôos com a TAM, Varig cancela rotas. Gol ultrapassa a Varig na participação no mercado doméstico em abril. Varig inicia negociação com a TAP. Em 17 de junho, aérea entra com pedido à Justiça para que seja iniciado o processo de recuperação judicial, mecanismo que substituiu a concordata, de acordo com o que prevê a nova lei. Em novembro, a TAP e investidores brasileiros formalizam compra das subsidiárias Varig Log e VEM, o que garante o pagamento a credores internacionais. A Justiça de Nova York prorroga liminar que impede a tomada de aviões da Varig por empresas de leasing dos EUA. Em dezembro, a Fundação Rubem Berta (FRB) fecha acordo para transferir para Docas Investimentos 67% das ações ordinárias da FRBPar, proprietária da Varig. A Justiça do Rio suspende a operação por entender que a troca de controle da FRBPar tem que passar pela aprovação dos credores. A FRB pede à Justiça do Rio para a Varig sair da recuperação judicial, o que é negado. A Justiça afasta a FRB da gestão da Varig. Credores aprovam, em assembléia, o plano de reestruturação da companhia e rejeitam a oferta da Docas Investimentos.
2006: Em janeiro, chega-se à conclusão da venda da Varig Log e da VEM. Grupo TAP e Volo Brasil (constituída pelo fundo Mattin Patterson e investidores brasileiros) assumem a VEM e a Varig Log, respectivamente. A Justiça de Nova York prorroga liminar favorável à Varig, que impediu a tomada de aviões por empresas de leasing dos EUA. Em fevereiro, credores aprovam texto final do plano de recuperação judicial da Varig, que prevê a criação de Fundos de Investimentos e Participação (FIPs), com o objetivo de captar novos investidores e permitir a conversão de dívidas em ações. Em abril, os credores aprovam criação do Fundo de Investimento e Participação Controlador (FIP Controle) e a indicação do Banco Brascan como gestor do fundo. Aprovam ainda a escolha da Consultoria Alvarez & Marsal para conduzir o plano de reestruturação da companhia. Varig pede mais prazo aos credores para pagar as dívidas, por meio do Plano de Emergência elaborado pela Consultoria Alvarez & Marsal, com a finalidade de sustentar o fluxo de caixa da empresa no curto prazo, até julho/agosto, quando os FIPs estariam, de fato, funcionando. A Varig Log oferece US$ 350 milhões pela empresa. Os credores rejeitam a proposta. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não aprova acordo operacional da Varig com a OceanAir, que previa fretamento de aviões por 90 dias em cidades do interior no Sul do país. A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) determina a intervenção e liquidação do Aerus, fundo de previdência dos funcionários da Varig. A diretoria da Varig recomenda ao Conselho de Administração que aceite nova proposta da Varig Log, no valor de US$ 400 milhões.
Fonte: Varig e Folha
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