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14/12/2006
-
09h44
JANAÍNA LEITE
da Folha de S.Paulo
O mexicano Carlos Slim, dono da Telmex e da Claro, subiu há dois dias sua proposta à Telecom Italia pela TIM Brasil, segunda maior operadora de telefonia móvel do país.
O lance, segundo apurou a Folha com fontes européias ligadas à operadora italiana, passou de US$ 8 bilhões para algo próximo a US$ 10 bilhões.
A Telecom Italia é dona da TIM e da Brasil Telecom, concessionária responsável pela telefonia fixa das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul.
A nova proposta de Slim foi considerada atraente pelo acionista majoritário da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, antes resistente à venda da TIM Brasil.
Provera tem apoio de apenas parte do conselho, cujos interesses estão divididos em relação ao futuro da Telecom Italia no Brasil e no mundo. A empresa, controlada pela Pirelli, acumula dívidas de 39,5 bilhões e enfrenta uma série de investigações em seu país de origem, onde a polícia e o Ministério Público investigam o envolvimento de funcionários da tele em suposta espionagem e venda de informações confidenciais de mais de 2.000 pessoas.
Diante de tantos problemas, é incerto o futuro da Telecom Italia, quinta maior operadora da Europa. A primeira hipótese é a venda de todas as operações móveis da companhia. Enfrenta, porém, grande resistência. Os italianos consideram a tele um símbolo de seu país, assim como a Pirelli, e o governo, de centro-esquerda, abarcou a tese de que haverá demissões em caso de venda. Assim, apóia a parte do conselho que está arregimentando os sindicatos locais contra o negócio.
A segunda possibilidade é a venda de apenas parte dos ativos, como, por exemplo, os brasileiros. A TIM atua no Brasil todo --inclusive São Paulo, região tida como o 'filé mignon' do setor, pois combina a maior riqueza e a maior demanda.
Se conseguir comprar a TIM Brasil, cenário que parece estar se desenhando, Carlos Slim terá consolidado sua posição no país, onde já é dono da Embratel, da Claro e de parte da Net, empresa de TV a cabo.
Há, todavia, obstáculos para a estratégia do mexicano: a Brasil Telecom, a outra empresa na qual a Telecom Italia tem participação. A empresa idealizou uma modelagem de negócio diferente para comprar a TIM Brasil e aliou-se à espanhola Telefónica para o lance. A idéia consiste em dividir a TIM: a BrT ficaria com São Paulo e os espanhóis, que já atuam no Estado, com o restante das operações.
O problema é que a Telefónica também está interessada em outra operadora móvel, a Vivo, em que já detém 50% das ações. A outra metade dos papéis está nas mãos da Portugal Telecom, empresa que vem sendo cobiçada pelo grupo português Sonae. Resta a dúvida: os espanhóis teriam caixa para comprar a TIM e a totalidade das ações da Vivo? A BrT poderia, nesse caso, unir-se à Telemar para comprar a TIM.
Mas, segundo apurou a Folha, o fator que vai pesar na decisão de venda da TIM Brasil é outro: o curso das investigações sobre a Telecom Italia. Escândalos podem apressar a venda, no intuito de evitar danos de imagem que dificultem a obtenção de crédito para financiar a dívida da companhia.
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O mexicano Carlos Slim, dono da Telmex e da Claro, subiu há dois dias sua proposta à Telecom Italia pela TIM Brasil, segunda maior operadora de telefonia móvel do país.
O lance, segundo apurou a Folha com fontes européias ligadas à operadora italiana, passou de US$ 8 bilhões para algo próximo a US$ 10 bilhões.
A Telecom Italia é dona da TIM e da Brasil Telecom, concessionária responsável pela telefonia fixa das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul.
A nova proposta de Slim foi considerada atraente pelo acionista majoritário da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, antes resistente à venda da TIM Brasil.
Provera tem apoio de apenas parte do conselho, cujos interesses estão divididos em relação ao futuro da Telecom Italia no Brasil e no mundo. A empresa, controlada pela Pirelli, acumula dívidas de 39,5 bilhões e enfrenta uma série de investigações em seu país de origem, onde a polícia e o Ministério Público investigam o envolvimento de funcionários da tele em suposta espionagem e venda de informações confidenciais de mais de 2.000 pessoas.
Diante de tantos problemas, é incerto o futuro da Telecom Italia, quinta maior operadora da Europa. A primeira hipótese é a venda de todas as operações móveis da companhia. Enfrenta, porém, grande resistência. Os italianos consideram a tele um símbolo de seu país, assim como a Pirelli, e o governo, de centro-esquerda, abarcou a tese de que haverá demissões em caso de venda. Assim, apóia a parte do conselho que está arregimentando os sindicatos locais contra o negócio.
A segunda possibilidade é a venda de apenas parte dos ativos, como, por exemplo, os brasileiros. A TIM atua no Brasil todo --inclusive São Paulo, região tida como o 'filé mignon' do setor, pois combina a maior riqueza e a maior demanda.
Se conseguir comprar a TIM Brasil, cenário que parece estar se desenhando, Carlos Slim terá consolidado sua posição no país, onde já é dono da Embratel, da Claro e de parte da Net, empresa de TV a cabo.
Há, todavia, obstáculos para a estratégia do mexicano: a Brasil Telecom, a outra empresa na qual a Telecom Italia tem participação. A empresa idealizou uma modelagem de negócio diferente para comprar a TIM Brasil e aliou-se à espanhola Telefónica para o lance. A idéia consiste em dividir a TIM: a BrT ficaria com São Paulo e os espanhóis, que já atuam no Estado, com o restante das operações.
O problema é que a Telefónica também está interessada em outra operadora móvel, a Vivo, em que já detém 50% das ações. A outra metade dos papéis está nas mãos da Portugal Telecom, empresa que vem sendo cobiçada pelo grupo português Sonae. Resta a dúvida: os espanhóis teriam caixa para comprar a TIM e a totalidade das ações da Vivo? A BrT poderia, nesse caso, unir-se à Telemar para comprar a TIM.
Mas, segundo apurou a Folha, o fator que vai pesar na decisão de venda da TIM Brasil é outro: o curso das investigações sobre a Telecom Italia. Escândalos podem apressar a venda, no intuito de evitar danos de imagem que dificultem a obtenção de crédito para financiar a dívida da companhia.
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