27/02/2007 - 15h42

Bovespa acentua baixa e já cai quase 5%; dólar sobe 1,4%

EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) acentuou o ritmo de queda na tarde desta terça-feira. Investidores já consideram o dia "perdido" e já antecipam as preocupações com a jornada de amanhã. O Ibovespa, principal índice do pregão, cai 4,73, aos 44.020 pontos. O pregão tem forte volume de negócios para o horário: R$ 2,9 bilhões.

O mercado de câmbio não escapa do estresse geral, mas em um tom menos volátil. O dólar comercial é cotado a R$ 2,113 para venda, em alta de 1,39%.

Segundo profissionais do mercado, dois temores rondam as mesas de operações. Primeiro, mais surpresas dos mercados asiáticos, em um efeito semelhante ao da crise dos "Tigres Asiáticos" no final dos anos 90; segundo, surpresas desagradáveis na divulgado do "PIB" americano, previsto para amanhã.

"Foram muitas notícias ruins em um só dia. Não vejo a Bolsa com forças para recuperar. Na verdade, o mercado estava esperando um motivo para realizar [vender ações muito valorizadas] e ele apareceu", avalia a analista Kelly Trentim, da corretora SLW.

A analista se refere à queda de 8,8% da bolsa chinesa --temor de que o governo local tome medidas para frear uma da maiores economias do planeta-- e indicadores econômicos ruins nos EUA: o total de encomendas de bens duráveis caiu 7,8% em janeiro, o que ativou os temores de uma recessão no horizonte.

O desastre na bolsa chinesa foi a senha para um "efeito dominó" no restante das bolsas mundiais, em uma onda que o pregão brasileiro não ficou incólume.

A ação ordinária do Banco do Brasil, a única a escapar do "desastre geral", já cai 1,39% em um dia que o restante dos papéis que compõem o Ibovespa amargam perdas superiores a 3%. Segundo Trentin, o desempenho do banco estatal surpreendeu na comparação com os balanços das demais instituições financeiras.

A analista destaca a melhora na taxa de inadimplência do terceiro para quarto trimestre, ao contrário de alguns bancos, além da taxa de retorno do banco, que considerou alta até mesmo para o setor bancário. O BB divulgou um lucro de R$ 6,044 bilhões, um crescimento de 45,5% sobre o resultado de 2005, um número dentro das expectativas de algumas corretoras.

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