Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/04/2007 - 13h14

Conselho Executivo ordena investigação "imediata" sobre Wolfowitz

Publicidade

da Efe, em Washington

O Conselho Executivo do Bird (Banco Mundial) pediu nesta sexta-feira (20) a um grupo especial de trabalho que investigue "de forma imediata" vários assuntos que precisam de esclarecimento adicional no escândalo de favorecimento que ronda Paul Wolfowitz, presidente do organismo.

Wolfowitz, ex-número dois do Pentágono, reconheceu na semana passada ter decidido pessoalmente dar uma promoção de sua namorada, Shaha Ali Riza, funcionária do Banco Mundial.

A Associação de Funcionários sustenta que o aumento é mais do que o dobro do fixado pelas normas do BM e pediu a renúncia de Wolfowitz. O pedido foi apoiado na quarta-feira por Graeme Wheeler, um dos dois diretores gerentes do Bird, o cargo mais alto no Banco depois do próprio Wolfowitz.

Howard Burditt/Reuters
Paul Wolfowitz é acusado de nepotismo ao promover namorada
Paul Wolfowitz é acusado de nepotismo ao promover namorada
Roberto Dañino, ex-primeiro-ministro peruano e ex-assessor legal do Banco, assegura em uma entrevista à revista peruana "Caretas" que Wolfowitz o afastou do caso Riza depois de dizer que as propostas do presidente não se ajustavam aos princípios do BM. Dañino renunciou em setembro de 2005.

"Os diretores executivos chegaram a um acordo sobre um processo para lidar com a situação de forma urgente, eficaz e ordenada", afirmou o Conselho Executivo em comunicado enviado durante a madrugada desta sexta-feira.

O organismo diretor acrescentou que, após avaliar o relatório divulgado em 11 de abril pelo grupo de trabalho especial criado dentro do Conselho Executivo para analisar o caso, identificou "uma série de assuntos que precisam de maior consideração".

O Conselho Executivo, integrado por 24 diretores que representam os 185 membros do Banco, pediu ao grupo que considere imediatamente os arranjos feitos para a transferência do pessoal associado ao presidente.

O comunicado, escrito em uma linguagem muito burocrática, assinala que uma vez finalizada sua análise, o grupo de trabalho fará recomendações ao Conselho Executivo sobre como proceder sobre o assunto.

Indecisão

O órgão diretor realizou na quinta-feira uma longa reunião que não conseguiu chegar a uma conclusão definitiva. O encontro aconteceu em meio a uma grande divisão dentro do Conselho. Estados Unidos, Japão, Canadá e vários países africanos demonstraram seu apoio a um enfraquecido Wolfowitz.

Do outro lado, a Europa, com Reino Unido, Alemanha e Holanda à frente, manifestaram seu temor de que a controvérsia provoque um dano irreparável à credibilidade do Banco. A decisão, no entanto, está nas mãos dos EUA, o principal acionista do Banco, com 16,4% dos votos no Conselho, seguido pelo Japão, com 7,9%.

Para aprovar uma decisão importante, é necessária uma maioria de 85%, o que deixa os Estados Unidos com votos suficientes para vetar qualquer medida de peso.

EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido e França são os únicos que contam com uma cadeira no Conselho. Os outros 19 diretores representam blocos de países dos 185 Estados-membros.

A Casa Branca voltou a manifestar na quinta-feira seu respaldo a Wolfowitz, que, segundo diversas fontes, prometeu melhorar a equipe de gestão e suavizar seu estilo de liderança em uma tentativa de se manter no cargo.

Leia mais
  • Erramos: Conselho ordena investigação 'imediata' sobre Wolfowitz
  • Wolfowitz deveria renunciar ao Banco Mundial, diz "NY Times"
  • Bush diz confiar no presidente do Bird acusado de favorecer namorada
  • Wolfowitz elevou salário da namorada sem qualquer consulta, diz Bird
  • Funcionários do Banco Mundial pedem renúncia de Wolfowitz

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Paul Wolfowitz
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página