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20/04/2007
-
17h34
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio de Janeiro
O governo brasileiro pode acionar um plano de contingência a partir de quinta-feira (26) para tentar contornar a redução do fornecimento de gás da Bolívia, anunciada nesta sexta-feira pelo país vizinho. A Argentina também será atingida pela medida.
Segundo o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), um gabinete formado por Petrobras, ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e o ministério está de plantão 24 horas para tratar do assunto. "Não há motivo para terror, medo ou pânico no mercado. É uma situação absolutamente administrável."
Ele afirmou que se a crise não for solucionada até domingo, o gabinete estudará alternativas para o caso. Em primeiro lugar, haveria redução no consumo próprio das refinarias da Petrobras, que depois alcançaria as térmicas --elas podem, no lugar do gás, utilizar o diesel, entre outros.
Rondeau informou que os consumidores finais são prioridade número um no plano de contingência e seriam os menos atingidos.
Segundo o ministro, o consumidor residencial está protegido porque a utilização do gás é pequena em relação às indústrias, o que poderia ser administrado.
Corte
O Brasil foi prejudicado com corte de 1,2 milhão de metros cúbicos enviados por dia para a termelétrica de Cuiabá. São Paulo perdeu 600 mil metros cúbicos diários (de 24,6 milhões para 24 milhões) em razão do corte para British Gas, que abastece a Comgás, distribuidora de gás para o Estado. De acordo com o ministro, a Petrobras ainda não foi afetada.
Os motivos para a decisão anunciada hoje não são diplomáticos ou estão ligados à falta de acordos entre os governos brasileiro e boliviano, mas se restringem a entraves técnicos.
O primeiro motivo --apresentado hoje pelo presidente da estatal petrolífera boliviana YPFB, Sebastián Daroca-- é assegurar o fornecimento de gás para o mercado boliviano, prejudicado após a queda da produção autorizada no campo San Alberto, de 10 para 3,4 milhões de metros cúbicos diários.
O segundo é conseqüência dos protestos desencadeados no sul da Bolívia nesta semana, resultado de uma disputa por fronteiras entre as províncias Gran Chaco e O'Connors --elas brigam pelos direitos territoriais sobre o campo Margarita, que contém 20% das reservas de gás da Bolívia (entenda o caso).
Alerta
"Estamos em estado de alerta, mas absolutamente confiantes de que o governo da Bolívia estará tocando essa situação até domingo, para que o fornecimento ao Brasil não sofra nenhum prejuízo. Mas para qualquer tipo de desdobramento, temos um plano de contingenciamento, que seria aplicado", disse o ministro em evento no Rio de Janeiro.
Rondeau afirmou, porém, que a Argentina foi mais prejudicada do que o Brasil com a redução no fornecimento de gás pela Bolívia.
O presidente da estatal petrolífera YPFB, Sebastián Daroca, informou que a exportação para a Argentina baixará de 5 para 1,2 milhão de metros cúbicos diários.
Os prejuízos com a suspensão das exportações são estimados em US$ 980 mil por dia para a Bolívia. Se o campo San Alberto efetivamente suspender sua produção, os danos podem subir para US$ 2 milhões.
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da Folha Online, no Rio de Janeiro
O governo brasileiro pode acionar um plano de contingência a partir de quinta-feira (26) para tentar contornar a redução do fornecimento de gás da Bolívia, anunciada nesta sexta-feira pelo país vizinho. A Argentina também será atingida pela medida.
Segundo o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), um gabinete formado por Petrobras, ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e o ministério está de plantão 24 horas para tratar do assunto. "Não há motivo para terror, medo ou pânico no mercado. É uma situação absolutamente administrável."
Ele afirmou que se a crise não for solucionada até domingo, o gabinete estudará alternativas para o caso. Em primeiro lugar, haveria redução no consumo próprio das refinarias da Petrobras, que depois alcançaria as térmicas --elas podem, no lugar do gás, utilizar o diesel, entre outros.
Rondeau informou que os consumidores finais são prioridade número um no plano de contingência e seriam os menos atingidos.
Segundo o ministro, o consumidor residencial está protegido porque a utilização do gás é pequena em relação às indústrias, o que poderia ser administrado.
Corte
O Brasil foi prejudicado com corte de 1,2 milhão de metros cúbicos enviados por dia para a termelétrica de Cuiabá. São Paulo perdeu 600 mil metros cúbicos diários (de 24,6 milhões para 24 milhões) em razão do corte para British Gas, que abastece a Comgás, distribuidora de gás para o Estado. De acordo com o ministro, a Petrobras ainda não foi afetada.
Os motivos para a decisão anunciada hoje não são diplomáticos ou estão ligados à falta de acordos entre os governos brasileiro e boliviano, mas se restringem a entraves técnicos.
O primeiro motivo --apresentado hoje pelo presidente da estatal petrolífera boliviana YPFB, Sebastián Daroca-- é assegurar o fornecimento de gás para o mercado boliviano, prejudicado após a queda da produção autorizada no campo San Alberto, de 10 para 3,4 milhões de metros cúbicos diários.
O segundo é conseqüência dos protestos desencadeados no sul da Bolívia nesta semana, resultado de uma disputa por fronteiras entre as províncias Gran Chaco e O'Connors --elas brigam pelos direitos territoriais sobre o campo Margarita, que contém 20% das reservas de gás da Bolívia (entenda o caso).
Alerta
"Estamos em estado de alerta, mas absolutamente confiantes de que o governo da Bolívia estará tocando essa situação até domingo, para que o fornecimento ao Brasil não sofra nenhum prejuízo. Mas para qualquer tipo de desdobramento, temos um plano de contingenciamento, que seria aplicado", disse o ministro em evento no Rio de Janeiro.
Rondeau afirmou, porém, que a Argentina foi mais prejudicada do que o Brasil com a redução no fornecimento de gás pela Bolívia.
O presidente da estatal petrolífera YPFB, Sebastián Daroca, informou que a exportação para a Argentina baixará de 5 para 1,2 milhão de metros cúbicos diários.
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