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26/04/2007 - 13h17

Ata do Copom frustra expectativas de corte maior da taxa Selic, diz economista

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O Copom (Comitê de Política Monetária) frustrou as expectativas de quem esperava um corte maior da taxa básica de juros em sua reunião de junho, avalia o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. "O conjunto da ata [divulgada hoje] revela uma preocupação de mostrar continuidade na execução da política monetária e nenhum sinal de mudança de cenário. A parcimônia continua", diz o economista.

O Comitê divulgou hoje a ata de sua reunião dos dias 17 e 18 deste mês, em que decidiu por um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, para 12,50%.

O "racha" entre os integrantes, manifestado no comunicado divulgado ao término daquela reunião, reforçou as expectativas de economistas do mercado financeiro sobre um possível corte de 0,50 ponto percentual na reunião de junho.

A ata trouxe o esclarecimento de que houve uma divergência entre os integrantes do comitê sobre o impacto dos bens importados sobre a inflação brasileira. Para os três integrantes que votaram por um corte de 0,50 ponto percentual, as importações trariam mais estabilidade aos preços internos.

O restante dos membros do comitê, no entanto, manifestou preocupação com os efeitos dos cortes anteriores da taxa Selic numa economia com indícios de aquecimento.

Para o economista, a ata mostra claramente que os integrantes do Comitê olham para 2008, isto é, estão mais temerosos a respeito da defasagem entre as decisões do Copom e seus efeitos sobre a economia real. Ele destaca o trecho da ata que menciona a divergência entre os integrantes: "a avaliação de decisões alternativas de política monetária deve concentrar-se necessariamente na análise do cenário prospectivo para a inflação".

"A síntese do argumento é que pressões de preços, a princípio isoladas e transitórias, atingem a economia em um momento em que a demanda doméstica se expande a taxas robustas, sustentando a atividade econômica, inclusive em setores pouco expostos à competição externa, e em que os efeitos das reduções já feitas ainda estão por se fazer sentir em sua plenitude", avalia o economista.

Gonçalves vê somente "uma porta aberta" para um corte maior na reunião de junho. Se os preços de serviços e bens não-comercializáveis no exterior caírem nas próximas semanas. Os integrantes que venceram a "disputa" no Copom argumentaram que os preços dos bens "non-tradeables" poderiam pressionar a inflação.

"Se os indicadores futuros mostrarem que tais preços tiveram comportamento episódico no início do ano, a crítica à redução de 0,50% fica bastante fragilizada", afirma o economista.

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