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27/04/2007
-
16h34
KAREN CAMACHO
da Folha Online
O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou nesta sexta-feira, em evento em São Paulo, que o spread --diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes-- e as tarifas bancárias são muito elevadas no país. Por isso, os dois pontos serão negociados pelo governo diretamente com as instituições. "Temos que atacar o spread. Não é possível que o spread seja mais elevado que a Selic", disse ele.
Segundo Mantega, o tema está na "ordem do dia" do Ministério da Fazenda e do Banco Central, que vão estudar as razões para "taxas tão altas". "Pode ser a CPMF ou o compulsório. Ou será que os bancos querem lucratividade? Vamos analisar o que podemos fazer para a redução. Se tiver algo que o governo puder fazer, ele não vai se furtar, mas não podemos continuar com o spread tão elevado", disse.
Para Mantega, "é inconcebível um país com uma inflação de 3% a 4% ao ano ter taxas entre 35% e 36%. Não há lucro [de empresa] que resista. Isso inibe o crescimento sustentável do país. Há uma queda maior dos juros e acho que o spread poderia estar caindo mais", afirmou.
Mantega disse que os setores que mais sofrem com as altas taxas são as pequenas e médias empresas, já que as grandes possuem outros meios de financiamento. "As pequenas e médias empresas pagam um spread alto. [Sem ele], poderiam estar crescendo mais."
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), em situações anteriores, já reivindicou ao governo medidas que permitissem a redução do spread.
Em relação às tarifas bancárias, o ministro afirmou que elas são livres e que o governo não pode impor valores, mas o incomoda quando percebe os aumentos e que "elas representam uma parcela importante no lucro dos bancos". "Quero saber se está dentro das leis da livre concorrência e se não está havendo abuso por parte dos bancos", disse. Mantega avisou que se for verificado um "comportamento excessivo", o governo pode investigar o setor por meio da Secretaria de Acompanhamento Econômico.
O ministro ressaltou que os bancos públicos estão liderando a redução do spread no país --o pedido foi feito pelo próprio governo às instituições.
Por fim, Mantega defendeu um aumento da competição entre as instituições bancárias. "O correntista tem que ser disputado pelos bancos e não o contrário", disse. Entre as medidas para ampliar a concorrência, o ministro citou o projeto de conta-salário, que permite ao trabalhador movimentar seu salário entre bancos sem pagamento de taxas e o cadastro positivo, cujo projeto já foi encaminhado ao Congresso.
Concorrência
Mantega comentou ainda sobre o aumento de 20% para 35% das tarifas de importação para produtos têxteis e calçados. "Não sou muito adepto ao aumento de tarifas de importação, mas neste caso foi necessário porque há concorrência desleal."
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Mantega diz que governo vai atacar spread e taxas bancárias altas
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da Folha Online
O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou nesta sexta-feira, em evento em São Paulo, que o spread --diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes-- e as tarifas bancárias são muito elevadas no país. Por isso, os dois pontos serão negociados pelo governo diretamente com as instituições. "Temos que atacar o spread. Não é possível que o spread seja mais elevado que a Selic", disse ele.
Segundo Mantega, o tema está na "ordem do dia" do Ministério da Fazenda e do Banco Central, que vão estudar as razões para "taxas tão altas". "Pode ser a CPMF ou o compulsório. Ou será que os bancos querem lucratividade? Vamos analisar o que podemos fazer para a redução. Se tiver algo que o governo puder fazer, ele não vai se furtar, mas não podemos continuar com o spread tão elevado", disse.
Para Mantega, "é inconcebível um país com uma inflação de 3% a 4% ao ano ter taxas entre 35% e 36%. Não há lucro [de empresa] que resista. Isso inibe o crescimento sustentável do país. Há uma queda maior dos juros e acho que o spread poderia estar caindo mais", afirmou.
Mantega disse que os setores que mais sofrem com as altas taxas são as pequenas e médias empresas, já que as grandes possuem outros meios de financiamento. "As pequenas e médias empresas pagam um spread alto. [Sem ele], poderiam estar crescendo mais."
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), em situações anteriores, já reivindicou ao governo medidas que permitissem a redução do spread.
Em relação às tarifas bancárias, o ministro afirmou que elas são livres e que o governo não pode impor valores, mas o incomoda quando percebe os aumentos e que "elas representam uma parcela importante no lucro dos bancos". "Quero saber se está dentro das leis da livre concorrência e se não está havendo abuso por parte dos bancos", disse. Mantega avisou que se for verificado um "comportamento excessivo", o governo pode investigar o setor por meio da Secretaria de Acompanhamento Econômico.
O ministro ressaltou que os bancos públicos estão liderando a redução do spread no país --o pedido foi feito pelo próprio governo às instituições.
Por fim, Mantega defendeu um aumento da competição entre as instituições bancárias. "O correntista tem que ser disputado pelos bancos e não o contrário", disse. Entre as medidas para ampliar a concorrência, o ministro citou o projeto de conta-salário, que permite ao trabalhador movimentar seu salário entre bancos sem pagamento de taxas e o cadastro positivo, cujo projeto já foi encaminhado ao Congresso.
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