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08/05/2007
-
15h05
da Folha Online
O acordo sobre o preço do gás natural fechado entre o Brasil e a Bolívia em fevereiro deste ano ainda não se transformou em um contrato, o que abre a possibilidade de sua revisão, segundo avaliação feita por um técnico do setor à Folha Online.
A suspensão do acordo, que elevaria o valor pago pelo Brasil pelo gás importado da Bolívia, ainda não foi discutida no governo como uma resposta ao decreto assinado no último domingo por Evo Morales, que afetou as atividades de refino da Petrobras no país.
O decreto concedeu à estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) o monopólio da exportação do petróleo reconstituído e das gasolinas "brancas" produzidos pelas refinarias do país, o que afeta o fluxo de caixa destas empresas.
Em resposta, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, informou na segunda-feira sobre a decisão de deixar a atividade de refino na Bolívia e enviou a proposta final para a venda de 100% de suas duas refinarias no país. Por enquanto, ainda não houve resposta do governo boliviano --Gabrielli esperava um retorno dentro de dois ou três dias.
Ou seja: a boa vontade do governo brasileiro e da Petrobras no processo de negociação com a Bolívia sobre a nacionalização das refinarias já não é mais a mesma, e o preço do gás pode ter um peso importante nas negociações daqui para frente.
A indisposição do governo brasileiro ficou clara na nota oficial divulgada pelo Itamaraty, na qual ele ressalta o impacto negativo do gesto unilateral boliviano na relação entre os dois países.
O decreto do presidente Evo Morales que deu à YPFB o monopólio sobre as exportações de petróleo cru reconstituído e de gasolinas brancas praticamente zerou a rentabilidade da Petrobras na atividade de refino no país.
Sobre a oferta apresentada ontem à Bolívia, a estatal brasileira não mencionou valores. O governo boliviano teria avaliado em US$ 60 milhões as duas refinarias. A estatal brasileira teria definido preço de US$ 136 milhões. As duas instalações, uma em Cochabamba e a outra em Santa Cruz, foram vendidas pelo Estado boliviano à Petrobras em 1999, numa licitação, por US$ 104 milhões.
Se não houver acordo, a Petrobras avisou que recorrerá a cortes internacionais e à própria Justiça boliviana. Gabrielli disse ainda que tal situação de impasse inviabiliza condições para novos investimentos da estatal na Bolívia. Ele deixou claro, porém, que a decisão, por enquanto, em nada afeta os investimentos em produção de gás, já que o combustível é fundamental para o mercado brasileiro.
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A suspensão do acordo, que elevaria o valor pago pelo Brasil pelo gás importado da Bolívia, ainda não foi discutida no governo como uma resposta ao decreto assinado no último domingo por Evo Morales, que afetou as atividades de refino da Petrobras no país.
O decreto concedeu à estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) o monopólio da exportação do petróleo reconstituído e das gasolinas "brancas" produzidos pelas refinarias do país, o que afeta o fluxo de caixa destas empresas.
Em resposta, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, informou na segunda-feira sobre a decisão de deixar a atividade de refino na Bolívia e enviou a proposta final para a venda de 100% de suas duas refinarias no país. Por enquanto, ainda não houve resposta do governo boliviano --Gabrielli esperava um retorno dentro de dois ou três dias.
Ou seja: a boa vontade do governo brasileiro e da Petrobras no processo de negociação com a Bolívia sobre a nacionalização das refinarias já não é mais a mesma, e o preço do gás pode ter um peso importante nas negociações daqui para frente.
A indisposição do governo brasileiro ficou clara na nota oficial divulgada pelo Itamaraty, na qual ele ressalta o impacto negativo do gesto unilateral boliviano na relação entre os dois países.
O decreto do presidente Evo Morales que deu à YPFB o monopólio sobre as exportações de petróleo cru reconstituído e de gasolinas brancas praticamente zerou a rentabilidade da Petrobras na atividade de refino no país.
Sobre a oferta apresentada ontem à Bolívia, a estatal brasileira não mencionou valores. O governo boliviano teria avaliado em US$ 60 milhões as duas refinarias. A estatal brasileira teria definido preço de US$ 136 milhões. As duas instalações, uma em Cochabamba e a outra em Santa Cruz, foram vendidas pelo Estado boliviano à Petrobras em 1999, numa licitação, por US$ 104 milhões.
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