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16/05/2007
-
08h58
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Washington
No primeiro sinal público de que a batalha pela permanência de Paul Wolfowitz à frente do banco Mundial (Bird) talvez tenha mais perdas do que ganhos políticos, George W. Bush recuou no apoio dado ao ex-membro de seu gabinete, apontado pelo presidente americano para o cargo atual. "O fato é que ele cometeu erros", disse ontem o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.
A declaração contrasta com manifestações anteriores de apoio público por parte do governo, mais assertivas. Tais erros, de acordo com o porta-voz, "não são passíveis de demissão, em nossa visão". Mas o governo acha que "será apropriado para todo o mundo sentar-se depois do fato, acalmar-se, dar uma olhada e decidir como seguir adiante".
Segundo Snow, o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, tem falado com seus equivalentes entre os países-membros da instituição multilateral. Dias antes, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, também saiu em apoio a Wolfowitz, mas não é claro se a iniciativa deu resultados. Ambos encontraram resistência entre europeus e latino-americanos e apoio entre africanos.
Na noite de segunda-feira, uma comissão especial formada por sete dos 24 diretores executivos do banco divulgou as conclusões de suas deliberações sobre a interferência de Wolfowitz para que sua namorada, a também funcionária Shaha Riza, fosse promovida.
Violação
Segundo o comitê, Wolfowitz violou o código de conduta e três regulamentos funcionais do Bird ao negociar um acordo para Riza e posicionou-se contra a instituição ao se defender dizendo que agiu como agiu por seguir recomendações do comitê de ética do banco: "Wolfowitz foi além da recomendação informal dada pelo comitê".
O presidente do Bird se defendeu dizendo que "é extremamente injusto concluir só agora que eu tenha agido com conflito de interesses porque eu confiei então no conselho do comitê de ética". Ex-vice-secretário de Defesa e um dos arquitetos da Guerra do Iraque, Wolfowitz foi apontado para o cargo por Bush em 2005.
Segundo a tradição da instituição formada após a Segunda Guerra Mundial, um norte-americano apontado pelo presidente dos EUA comanda o Bird, enquanto um europeu dirige sua instituição-irmã, o FMI. Os europeus ameaçam romper a tradição caso Wolfowitz insista em permanecer, a despeito das acusações.
Justos na decisão
Wolfowitz pediu aos diretores-executivos do banco que sejam justos com ele na noite de ontem. A informação é do site "World Bank President", mantido por funcionários do banco e criado na época da saída do presidente anterior, James Wolfensohn, em 2005.
Segundo o que seria uma transcrição de declaração lida ao comitê no fim da tarde de ontem, que o site colocou no ar no fim da noite, Wolfowitz termina sua defesa "implorando" aos membros do comitê para "que sejam justos ao tomar sua decisão, porque sua decisão vai afetar não só minha vida como a maneira pela qual essa instituição é vista pelos EUA e pelo mundo".
O "World Bank President" é coordenado pelo ativista liberal Alex Wilks, conhecido analista de questões relacionadas ao banco e ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e coordenador do European Network on Debt and Development. Diversas informações exclusivas relacionadas ao caso foram publicadas primeiro no site.
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da Folha de S.Paulo, em Washington
No primeiro sinal público de que a batalha pela permanência de Paul Wolfowitz à frente do banco Mundial (Bird) talvez tenha mais perdas do que ganhos políticos, George W. Bush recuou no apoio dado ao ex-membro de seu gabinete, apontado pelo presidente americano para o cargo atual. "O fato é que ele cometeu erros", disse ontem o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow.
A declaração contrasta com manifestações anteriores de apoio público por parte do governo, mais assertivas. Tais erros, de acordo com o porta-voz, "não são passíveis de demissão, em nossa visão". Mas o governo acha que "será apropriado para todo o mundo sentar-se depois do fato, acalmar-se, dar uma olhada e decidir como seguir adiante".
Segundo Snow, o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, tem falado com seus equivalentes entre os países-membros da instituição multilateral. Dias antes, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, também saiu em apoio a Wolfowitz, mas não é claro se a iniciativa deu resultados. Ambos encontraram resistência entre europeus e latino-americanos e apoio entre africanos.
Na noite de segunda-feira, uma comissão especial formada por sete dos 24 diretores executivos do banco divulgou as conclusões de suas deliberações sobre a interferência de Wolfowitz para que sua namorada, a também funcionária Shaha Riza, fosse promovida.
Violação
Segundo o comitê, Wolfowitz violou o código de conduta e três regulamentos funcionais do Bird ao negociar um acordo para Riza e posicionou-se contra a instituição ao se defender dizendo que agiu como agiu por seguir recomendações do comitê de ética do banco: "Wolfowitz foi além da recomendação informal dada pelo comitê".
O presidente do Bird se defendeu dizendo que "é extremamente injusto concluir só agora que eu tenha agido com conflito de interesses porque eu confiei então no conselho do comitê de ética". Ex-vice-secretário de Defesa e um dos arquitetos da Guerra do Iraque, Wolfowitz foi apontado para o cargo por Bush em 2005.
Segundo a tradição da instituição formada após a Segunda Guerra Mundial, um norte-americano apontado pelo presidente dos EUA comanda o Bird, enquanto um europeu dirige sua instituição-irmã, o FMI. Os europeus ameaçam romper a tradição caso Wolfowitz insista em permanecer, a despeito das acusações.
Justos na decisão
Wolfowitz pediu aos diretores-executivos do banco que sejam justos com ele na noite de ontem. A informação é do site "World Bank President", mantido por funcionários do banco e criado na época da saída do presidente anterior, James Wolfensohn, em 2005.
Segundo o que seria uma transcrição de declaração lida ao comitê no fim da tarde de ontem, que o site colocou no ar no fim da noite, Wolfowitz termina sua defesa "implorando" aos membros do comitê para "que sejam justos ao tomar sua decisão, porque sua decisão vai afetar não só minha vida como a maneira pela qual essa instituição é vista pelos EUA e pelo mundo".
O "World Bank President" é coordenado pelo ativista liberal Alex Wilks, conhecido analista de questões relacionadas ao banco e ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e coordenador do European Network on Debt and Development. Diversas informações exclusivas relacionadas ao caso foram publicadas primeiro no site.
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