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21/08/2008 - 10h00

Reserva pré-sal pode ter custo de US$ 200 bilhões

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AGNALDO BRITO
da Folha de S.Paulo

A exploração de uma pequena parte das reservas do pré-sal pode custar até US$ 200 bilhões. A estimativa inclui apenas os campos ao redor de Tupi, como Iara, Júpiter, Carioca, Bem-Te-Vi, Guará e Caramba. Dos 17 poços furados na região pela Petrobras até agora, todos demonstraram haver petróleo a mais de 6.000 metros de profundidade antes da manta de sal no subsolo do oceano.

Segundo Giuseppe Bacoccoli, professor da Coppe/UFRJ e especialista em petróleo e gás, as estimativas demonstram que o governo deverá escolher muito bem o modelo que pretende adotar para a atração de capitais. Crítico da proposta de criação de uma nova estatal para gerenciar as reservas do pré-sal, Bacoccoli lembra que ainda há questões bem mais triviais do que o novo modelo que ainda não foram resolvidas.

"Além das barreiras tecnológicas para esse tipo de exploração, há coisas bem mais simples, como a logística dos helicópteros para levar as pessoas até as plataformas, já que é muito longe, ou mesmo o que fazer com o gás natural. Um gasoduto da área de produção até o continente tem um custo muito grande", explica.

Para Edmar Almeida, professor do Instituto de Economia da UFRJ e membro do grupo de economia da energia, a exploração da região vai demandar cerca de 40 plataformas de petróleo. "Isso vai exigir um volume de capital enorme e sem um planejamento muito cuidadoso há riscos de você fazer com que os recursos para investimentos passem a ser sugados por um único setor, comprometendo outras áreas da economia brasileira", alerta o especialista.

A origem dos recursos para bancar a exploração do pré-sal dependerá do modelo que será adotado. "Se o governo mantivesse o atual sistema de concessões, o investimento seria feito pelas companhias que arrematam os blocos. Com a alteração do modelo, fica difícil saber a origem do capital e que tipo de negociação haverá", diz Marcos Cunha, vice-presidente de originação e operação estruturada do banco de investimento WestLB no Brasil.

Para David Zylbersztajn, ex-presidente da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a preocupação em relação à mudança do modelo de cessão de áreas para exploração do petróleo é o risco de transformar o governo em negociador de petróleo.

A expectativa é que, ante a criação de nova estatal, o modelo contratual passe a ser o de partilha, no qual o Estado obtém sua renda em petróleo e não em dinheiro. "A partilha é um modelo de contrato típico de países centralizadores, que negociam o petróleo sem grande transparência."

Comentários dos leitores
Sergio Lavinas (272) 02/02/2010 03h22
Sergio Lavinas (272) 02/02/2010 03h22
Cá para nós, a Petrobrás SEMPRE vai dar lucro! A Petrobras transfere todo e qualquer prejuízo para que nós, os pagadores de impostos brasileiros, paguemos.
O barril do petróleo no mercado internacional está custando menos da metade do preço que custava em 2008, mas tanto a gasolina quanto o diesel SUBIRAM de preço na bomba! Não é mesmo?
Explico: A Petrobras tem o monopólio do mercado brasileiro. Temos de comprar dela e somente dela.
Toda a gasolina, o óleo diesel e o alcool combustivel SÃO fornecidos pela Petrobras para todas as outras distribuidoras. Assim, em qualquer posto de gasolina que você for se abastecer, o combustível é proveniente da PETROBRÁS. Não tem concorrencia, por isso, não tem condição de melhoria do combustivel e de redução no custo do mesmo
sem opinião
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Ismar Dias Ferreira (24) 25/01/2010 20h20
Ismar Dias Ferreira (24) 25/01/2010 20h20
Embora o Governo tenha declarado, com estardalhaço, prioridade e urgência p/ os Projetos de Lei relacionados ao pré-sal, por leniência ou incompetência acabou deixando tal urgência ir pro brejo. Realisticamente falando, é pouquíssimo provável q tais projetos venham a ser votados pelo Senado antes das eleições (alguns deles nem tiveram a tramitação concluída na Câmara). Na reabertura dos trabalhos em fevereiro, o Senado encontrará a pauta trancada por diversas MP, as quais têm precedência sobre qualquer Projeto de Lei, ainda q o Governo (re)estabeleça o regime de urgência para a tramitação do pré-sal naquela Casa. Até o final de junho terão q ser votadas no Senado pelo menos 12 MP e dificilmente haverá clima político p/ se negociar a agilização da votação dessas MP, em especial por ser um ano eleitoral, em q se tem dificuldade de manter quórum no Plenário e em q os interesses dos Estados - e eventuais divergências entre eles - ganham maior dimensão no jogo político, levando os Senadores a evitarem matérias polêmicas ou desgastantes. A partir de agosto, o ritmo dos trabalhos se reduz aos chamados "esforços concentrados", qdo também só se votam projetos consensuais. Ou seja: o cenário p/ a tramitação do marco regulatório do pré-sal no Senado em 2010 é dos menos promissores - e não haverá pressão de Governo que consiga mudar esse cenário. Acrescente-se que o Senador Sarney não tem hoje o prestígio e a credibilidade necessários à negociação de qualquer consenso político na Casa. 2 opiniões
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Americo S (23) 25/01/2010 13h45
Americo S (23) 25/01/2010 13h45
Eu acredito que ninguém duvida da capacidade da capacidade da Petrobrás de explorar e extrair petróleo, o que fica em dúvida é se ela irá conseguir administrar tamanha riqueza com tantos sanguessugas dentro e fora dela. sem opinião
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