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Corte de produção é momentâneo, diz presidente da Vale
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CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
O presidente da mineradora Vale, Roger Agnelli, explicou nesta sexta-feira que o corte de 30 milhões de toneladas métricas anuais na produção de minério de ferro da empresa é um "ajuste momentâneo" em função do "fortíssimo rearranjo" que o mundo está passado em função da crise financeira internacional.
O executivo disse que não há como mensurar os possíveis impactos no balanço da mineradora no último trimestre do ano, já que outros fatores, como o câmbio, vêm influenciando decisivamente os resultados da empresa.
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"Estamos antecipando férias coletivas em minas mais antigas, que produzem minério com menor qualidade. O momento é de priorizar caixa, reduzir produção, fazer o dever de casa e as manutenções necessárias. É um período limitado", disse Agnelli no Rio.
Ele destacou ainda que a Vale não vai vender seus produtos "a preços de liquidação". Para Agnelli, os preços estão "em níveis irreais e absolutamente deprimidos", e lembrou que algumas companhias que vendem à vista no mercado estocaram produtos a um custo muito alto e agora estão vendendo a qualquer preço.
Marcos Issa/Bloomberg |
Vale planeja reduzir produção de minério de ferro em 30 milhões de toneladas métricas |
Parada
A mineradora informou nesta sexta-feira que irá reduzir sua produção de minério de ferro e outros minérios e subprodutos nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Amapá, além de plantas industriais e minas no exterior. Fora do país, sofrerão reduções de produção atividades localizadas na França, Noruega, China e Indonésia.
Devido à desativação, os funcionários dessas minas entrarão em férias coletivas. Além disso, duas plantas de produção de pelotas, representando cerca de 20% da capacidade de produção da Vale, farão parada para manutenção a partir do mês de novembro.
A atividade que mais sofre é a de minério de ferro. 'A indústria siderúrgica em diversas regiões do mundo vem anunciando significativos cortes de produção, estimados em aproximadamente 20% da produção global em 2007, e com implementação imediata. Tendo em vista que a única utilização do minério de ferro é na fabricação do aço, sua demanda sofreu direta e imediatamente o efeito da retração da produção siderúrgica', disse mais cedo a Vale em comunicado.
Por tabela, outras atividades também sofrerão cortes. A produção de minério de manganês e ferro ligas no Brasil estarão paralisadas entre dezembro deste ano e janeiro de 2009. A produtora de alumínio Valesul, que fica no Rio de Janeiro, terá sua atividade limitada a 40% de sua capacidade nominal, de 95 mil toneladas métricas anuais. Por fim, a produção de caulim pela subsidiária Cadam, que fica no Amapá, será reduzida em 30% da capacidade total.
Na divulgação dos resultados do terceiro trimestre, a Vale rejeitou reduções de produção nas plantas no Brasil e outros países. As únicas menções ao assunto foram sobre as atividades na Indonésia e na China, que foram reiteradas no comunicado de hoje.
Apesar dos cortes, a Vale garantiu hoje que o plano de investimentos anunciado em meados de outubro será mantido "dada sua confiança nos fundamentos de longo prazo dos mercados de minérios e metais, (...) o que certamente contribuirá para a geração de milhares de empregos no futuro."
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