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24/11/2003
-
09h00
ANA PAULA RAGAZZI
BETINA MOURA
da Folha de S.Paulo
A partir da próxima sexta-feira, o início do pagamento do 13º salário injetará R$ 35,8 bilhões na economia brasileira, segundo cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). Devem receber o abono no primeiro Natal do governo Lula cerca de 50 milhões de pessoas, entre aposentados e trabalhadores formais.
Os recursos chegam em um momento no qual a economia começa a dar sinais de retomada, refletindo o processo de redução dos juros iniciado pelo Banco Central em junho passado.
No entanto, os economistas afirmam que o primeiro destino para os recursos do 13º deve ser o pagamento de dívidas. Recomendam aos trabalhadores que se livrem dos juros altos do cheque especial e do cartão de crédito.
Se sobrar algum dinheiro, há variadas opções de investimentos no mercado, embora o cenário de 2004 sinalize que as apostas exigirão cada vez mais o auxílio de especialistas.
Recessão
Junho, além de marcar o início da queda dos juros, é considerado o mês do fundo do poço do período de recessão que atingiu o país no primeiro semestre.
Como um contraponto para a expectativa de reaquecimento da economia brasileira, há, por exemplo, o Índice de Intenções do Consumidor (IIC), apurado pela Fecomercio de São Paulo.
O indicador caiu abaixo de cem pontos em novembro e está na zona do pessimismo. O principal temor apontado pelos entrevistados é o desemprego. Devido à deterioração das condições do mercado de trabalho, a renda do brasileiro cai 14,6% entre setembro de 2002 e setembro de 2003.
No entanto, apesar de o índice de confiança do consumidor da Fecomercio ter apresentado seu segundo pior resultado do ano, os consumidores afirmam que têm intenção de ir às compras em dezembro. A Fecomercio também informou que os comerciantes adiaram encomendas para o Natal, diante de vendas 3% menores nos 15 primeiros dias deste mês em comparação com as registradas no mesmo período de 2002.
Cautela
Se o consumidor não estiver só esperando pela primeira ou segunda parcelas do 13º para começar a gastar e não tiver dívidas para liquidar, poderá transferir recursos para aplicações financeiras. Neste fim de ano, os indicadores traçam rumos bastante otimistas, o que exige cautela e concentração do aplicador.
O dólar acumula queda de 17% no ano. Os juros brasileiros, até agora, perderam nove pontos percentuais e estão em 17,5%. O risco-país está abaixo dos 600 pontos e a Bolsa apresenta valorização de 70% no ano.
Quem for investir deve lembrar que a euforia que contagiou o mercado financeiro nos últimos meses tende a diminuir. Os ganhos ainda podem ser significativos, mas dificilmente atingirão os níveis de 2003, dizem analistas.
O investidor brasileiro, agora, vai ter que correr mais riscos para manter a rentabilidade conseguida quando os juros estavam altos.
"Muito do otimismo para 2004 já esta refletido nos preços dos ativos", afirma Armando Castelar, economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A queda dos juros também deve fazer com que as atenções se voltem para fundos multimercados, cujas carteiras são uma combinação de ativos de juros, câmbio e renda variável em proporções distintas. "Há opções no mercado que agradam a investidores conservadores a agressivos", diz Fernando Rodrigues, economista-chefe do Opportunity.
Os fundos DI e de renda fixa, sempre bons investimentos para preservar o patrimônio da inflação, devem ter rendimentos menores com a queda de juros. Ainda serão boa opção, mas a atração que exercem sobre o dinheiro investido na poupança deve diminuir. Esta, rendendo TR mais 6% de juros ao ano, ficará mais atraente Um alento para um investimento que teve perda líquida em torno de R$ 10 bilhões em 2003, segundo dados da Associação Nacional das Empresas Financiamento e Investimento.
A primeira parcela do 13º deste ano será paga dia 28. A segunda, em 19 de dezembro. Sobre ela há descontos da contribuição previdenciária e do Imposto de Renda na fonte, quando a renda tributável superar R$ 1.058.
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BETINA MOURA
da Folha de S.Paulo
A partir da próxima sexta-feira, o início do pagamento do 13º salário injetará R$ 35,8 bilhões na economia brasileira, segundo cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). Devem receber o abono no primeiro Natal do governo Lula cerca de 50 milhões de pessoas, entre aposentados e trabalhadores formais.
Os recursos chegam em um momento no qual a economia começa a dar sinais de retomada, refletindo o processo de redução dos juros iniciado pelo Banco Central em junho passado.
No entanto, os economistas afirmam que o primeiro destino para os recursos do 13º deve ser o pagamento de dívidas. Recomendam aos trabalhadores que se livrem dos juros altos do cheque especial e do cartão de crédito.
Se sobrar algum dinheiro, há variadas opções de investimentos no mercado, embora o cenário de 2004 sinalize que as apostas exigirão cada vez mais o auxílio de especialistas.
Recessão
Junho, além de marcar o início da queda dos juros, é considerado o mês do fundo do poço do período de recessão que atingiu o país no primeiro semestre.
Como um contraponto para a expectativa de reaquecimento da economia brasileira, há, por exemplo, o Índice de Intenções do Consumidor (IIC), apurado pela Fecomercio de São Paulo.
O indicador caiu abaixo de cem pontos em novembro e está na zona do pessimismo. O principal temor apontado pelos entrevistados é o desemprego. Devido à deterioração das condições do mercado de trabalho, a renda do brasileiro cai 14,6% entre setembro de 2002 e setembro de 2003.
No entanto, apesar de o índice de confiança do consumidor da Fecomercio ter apresentado seu segundo pior resultado do ano, os consumidores afirmam que têm intenção de ir às compras em dezembro. A Fecomercio também informou que os comerciantes adiaram encomendas para o Natal, diante de vendas 3% menores nos 15 primeiros dias deste mês em comparação com as registradas no mesmo período de 2002.
Cautela
Se o consumidor não estiver só esperando pela primeira ou segunda parcelas do 13º para começar a gastar e não tiver dívidas para liquidar, poderá transferir recursos para aplicações financeiras. Neste fim de ano, os indicadores traçam rumos bastante otimistas, o que exige cautela e concentração do aplicador.
O dólar acumula queda de 17% no ano. Os juros brasileiros, até agora, perderam nove pontos percentuais e estão em 17,5%. O risco-país está abaixo dos 600 pontos e a Bolsa apresenta valorização de 70% no ano.
Quem for investir deve lembrar que a euforia que contagiou o mercado financeiro nos últimos meses tende a diminuir. Os ganhos ainda podem ser significativos, mas dificilmente atingirão os níveis de 2003, dizem analistas.
O investidor brasileiro, agora, vai ter que correr mais riscos para manter a rentabilidade conseguida quando os juros estavam altos.
"Muito do otimismo para 2004 já esta refletido nos preços dos ativos", afirma Armando Castelar, economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A queda dos juros também deve fazer com que as atenções se voltem para fundos multimercados, cujas carteiras são uma combinação de ativos de juros, câmbio e renda variável em proporções distintas. "Há opções no mercado que agradam a investidores conservadores a agressivos", diz Fernando Rodrigues, economista-chefe do Opportunity.
Os fundos DI e de renda fixa, sempre bons investimentos para preservar o patrimônio da inflação, devem ter rendimentos menores com a queda de juros. Ainda serão boa opção, mas a atração que exercem sobre o dinheiro investido na poupança deve diminuir. Esta, rendendo TR mais 6% de juros ao ano, ficará mais atraente Um alento para um investimento que teve perda líquida em torno de R$ 10 bilhões em 2003, segundo dados da Associação Nacional das Empresas Financiamento e Investimento.
A primeira parcela do 13º deste ano será paga dia 28. A segunda, em 19 de dezembro. Sobre ela há descontos da contribuição previdenciária e do Imposto de Renda na fonte, quando a renda tributável superar R$ 1.058.
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