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27/01/2005
-
09h10
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O esperado fim do processo de elevação da taxa básica de juros da economia, a Selic, parece estar longe de acontecer.
O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) reafirmou hoje a tendência de manter o processo de aperto monetário e a manutenção prolongada da taxa em níveis altos para que a inflação termine o ano dentro das metas para 2005.
A afirmação faz parte da ata da reunião realizada na semana passada, quando o BC aumentou a taxa básica de 17,75% para 18,25% ao ano. Foi a quinta elevação consecutiva.
"Os membros do Copom reafirmaram sua convicção de que etapas adicionais do processo em curso de ajuste na taxas de juros básica, seguidas de um período suficientemente longo de manutenção dos juros, deverão ser suficientes para trazer a trajetória futura da inflação para o objetivo estabelecido para a atuação da política monetária", diz a ata da última reunião.
A autoridade monetária eleva o juro para deixar o crédito mais caro e conter o consumo. Assim, assegura a estabilidade e evita que a inflação saia do controle.
Para este ano, a meta de inflação oficial do governo é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Embora a meta seja de 4,5%, o BC anunciou em setembro que irá perseguir uma inflação de 5,1%. Ainda assim, as expectativas do mercado apontam para um IPCA de 5,7% para 2005.
Riscos inflacionários
Para os membro do comitê, a possibilidade de que a dinâmica de preços ao consumidor --que é medido por índices como o IPCA-- pudesse representar um fator de agravamento dos riscos inflacionários, levou o Copom a examinar a aceleração do ritmo de ajuste da Selic.
No entanto, durante a reunião, ficou decidido que, por enquanto, os dados disponíveis não eram suficientes para tal decisão. Ainda assim, o Copom alerta que está pronto para alterar o ritmo e a magnitude do processo de ajuste.
"A autoridade monetária estará pronta para adequar as circunstâncias, o ritmo e a magnitude do processo de ajuste da taxa de juros básica", diz o documento.
O BC justifica essa cautela afirmando que a aceleração dos núcleos de inflação --que retira os preços mais voláteis do cálculo do indicador-- e a revisão para cima das projeções de crescimento da produção industrial são fatores que podem agravar os riscos inflacionários.
Para o Copom, a atividade industrial passa por uma mudança de composição e o crescimento econômico será sustentado crescentemente pelos setores mais sensíveis à renda e ao emprego.
O Copom avalia também que a queda das expectativas de inflação está "modesta" se for levado em consideração os fatores que poderiam contribuir para o arrefecimento dessas previsões, como os sinais de desaceleração no crescimento da economia, a apreciação da taxa de câmbio, a queda nos preços internacionais de importantes commodities e a sinalização inequívoca de uma postura mais restritiva de política monetária ao longo dos últimos meses.
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da Folha Online, em Brasília
O esperado fim do processo de elevação da taxa básica de juros da economia, a Selic, parece estar longe de acontecer.
O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) reafirmou hoje a tendência de manter o processo de aperto monetário e a manutenção prolongada da taxa em níveis altos para que a inflação termine o ano dentro das metas para 2005.
A afirmação faz parte da ata da reunião realizada na semana passada, quando o BC aumentou a taxa básica de 17,75% para 18,25% ao ano. Foi a quinta elevação consecutiva.
"Os membros do Copom reafirmaram sua convicção de que etapas adicionais do processo em curso de ajuste na taxas de juros básica, seguidas de um período suficientemente longo de manutenção dos juros, deverão ser suficientes para trazer a trajetória futura da inflação para o objetivo estabelecido para a atuação da política monetária", diz a ata da última reunião.
A autoridade monetária eleva o juro para deixar o crédito mais caro e conter o consumo. Assim, assegura a estabilidade e evita que a inflação saia do controle.
Para este ano, a meta de inflação oficial do governo é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Embora a meta seja de 4,5%, o BC anunciou em setembro que irá perseguir uma inflação de 5,1%. Ainda assim, as expectativas do mercado apontam para um IPCA de 5,7% para 2005.
Riscos inflacionários
Para os membro do comitê, a possibilidade de que a dinâmica de preços ao consumidor --que é medido por índices como o IPCA-- pudesse representar um fator de agravamento dos riscos inflacionários, levou o Copom a examinar a aceleração do ritmo de ajuste da Selic.
No entanto, durante a reunião, ficou decidido que, por enquanto, os dados disponíveis não eram suficientes para tal decisão. Ainda assim, o Copom alerta que está pronto para alterar o ritmo e a magnitude do processo de ajuste.
"A autoridade monetária estará pronta para adequar as circunstâncias, o ritmo e a magnitude do processo de ajuste da taxa de juros básica", diz o documento.
O BC justifica essa cautela afirmando que a aceleração dos núcleos de inflação --que retira os preços mais voláteis do cálculo do indicador-- e a revisão para cima das projeções de crescimento da produção industrial são fatores que podem agravar os riscos inflacionários.
Para o Copom, a atividade industrial passa por uma mudança de composição e o crescimento econômico será sustentado crescentemente pelos setores mais sensíveis à renda e ao emprego.
O Copom avalia também que a queda das expectativas de inflação está "modesta" se for levado em consideração os fatores que poderiam contribuir para o arrefecimento dessas previsões, como os sinais de desaceleração no crescimento da economia, a apreciação da taxa de câmbio, a queda nos preços internacionais de importantes commodities e a sinalização inequívoca de uma postura mais restritiva de política monetária ao longo dos últimos meses.
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