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15/07/2005
-
12h06
da Folha Online
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) decidiu cancelar audiência com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) para tratar de possíveis "arbitrariedades" e "pirotecnias" que, segundo a entidade, estariam ocorrendo durante as operações da Polícia Federal. O Ministério da Justiça confirmou o cancelamento.
A reunião ocorreria dois após cerca de 240 policiais federais e 80 fiscais da Receita Federal realizarem uma operação de busca e apreensão na megaloja da Daslu, em São Paulo, que culminou com a detenção de sua proprietária, Eliana Tranchesi, por suspeita de sonegação de impostos. Ela foi liberada no início da noite de anteontem.
A federação "agradeceu" ao ministro pelo agendamento da reunião, que estava prevista para acontecer em São Paulo, mas informou que preferia realizar antes o debate com empresários, sindicalistas, banqueiros e advogados que está marcado para a próxima segunda-feira para tratar sobre o mesmo assunto.
Em nota, a Fiesp afirma também que durante a reunião de segunda-feira "certamente se extrairão conclusões e propostas na defesa das liberdades civis e do estado democrático de direito". Isso justificaria o cancelamento da reunião com o ministro.
Ontem a Fiesp convocou ao menos 40 entidades de classe para a reunião. Já confirmaram presença representantes de entidades empresariais (Fecomercio-SP, Abinee, Abimaq e Anfavea, entre outros), sindicais (CUT, CGT, Força Sindical, etc.) e dos bancos (Febraban).
Para Hélcio Honda, assessor jurídico da presidência da Fiesp, no meio empresarial há dúvidas se os policiais federais estão cumprindo as normas que foram impostas pelas portarias 1.287 e 1.288 editadas pelo Ministério da Justiça no último dia 1º de julho.
Entre outras coisas, as portarias estabelecem que as operações sejam realizadas de maneira "discreta", com o emprego de meios "adequados" e sem a presença de pessoas alheias ao cumprimento da diligência.
Na operação de anteontem, além da presença de jornalistas nos locais da operação, os policiais realizaram as buscas e prisões armados com fuzis.
"Há uma grande diferença entre fazer a invasão de uma loja e de uma favela com criminosos armados", afirmou Honda. "A Fiesp não é nem nunca foi contra o combate à sonegação, mas a PF está mais dando show do que investigando."
Durante a reunião de segunda-feira, os empresários e sindicalistas poderão criar uma frente com o objetivo de pressionar a PF a cumprir o estabelecido nas portarias durante suas operações.
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A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) decidiu cancelar audiência com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) para tratar de possíveis "arbitrariedades" e "pirotecnias" que, segundo a entidade, estariam ocorrendo durante as operações da Polícia Federal. O Ministério da Justiça confirmou o cancelamento.
A reunião ocorreria dois após cerca de 240 policiais federais e 80 fiscais da Receita Federal realizarem uma operação de busca e apreensão na megaloja da Daslu, em São Paulo, que culminou com a detenção de sua proprietária, Eliana Tranchesi, por suspeita de sonegação de impostos. Ela foi liberada no início da noite de anteontem.
A federação "agradeceu" ao ministro pelo agendamento da reunião, que estava prevista para acontecer em São Paulo, mas informou que preferia realizar antes o debate com empresários, sindicalistas, banqueiros e advogados que está marcado para a próxima segunda-feira para tratar sobre o mesmo assunto.
Em nota, a Fiesp afirma também que durante a reunião de segunda-feira "certamente se extrairão conclusões e propostas na defesa das liberdades civis e do estado democrático de direito". Isso justificaria o cancelamento da reunião com o ministro.
Ontem a Fiesp convocou ao menos 40 entidades de classe para a reunião. Já confirmaram presença representantes de entidades empresariais (Fecomercio-SP, Abinee, Abimaq e Anfavea, entre outros), sindicais (CUT, CGT, Força Sindical, etc.) e dos bancos (Febraban).
Para Hélcio Honda, assessor jurídico da presidência da Fiesp, no meio empresarial há dúvidas se os policiais federais estão cumprindo as normas que foram impostas pelas portarias 1.287 e 1.288 editadas pelo Ministério da Justiça no último dia 1º de julho.
Entre outras coisas, as portarias estabelecem que as operações sejam realizadas de maneira "discreta", com o emprego de meios "adequados" e sem a presença de pessoas alheias ao cumprimento da diligência.
Na operação de anteontem, além da presença de jornalistas nos locais da operação, os policiais realizaram as buscas e prisões armados com fuzis.
"Há uma grande diferença entre fazer a invasão de uma loja e de uma favela com criminosos armados", afirmou Honda. "A Fiesp não é nem nunca foi contra o combate à sonegação, mas a PF está mais dando show do que investigando."
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