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29/12/2002 - 19h19

Favoritos, quenianos falam em bater o recorde da São Silvestre

WANDERLEI DE OLIVEIRA
especial para a Folha Online

"Órfãos" do pentacampeão Paul Tergat, os fundistas quenianos não somente se incluíram entre os favoritos, como declararam hoje buscar o recorde da prova paulistana.

"Se trabalharmos em equipe, podemos bater o recorde da prova", disse Felix Limo, que obtém a melhor marca da história para os 15 km, com o tempo 41min19s, obtida em Nijmegen, na Holanda.

O recorde da São Silvestre pertence a Tergat, 43min12s _média de 2min54s por quilômetro, estabelecida em 1995.

Limo, 23, natural da cidade de Nandi, é considerado o grande favorito para a 78ª edição da corrida, que acontece na terça-feira. Antes de embarcar para o Brasil, na sexta-feira, encontrou por acaso no aeroporto o pentacampeão da São Silvestre, que o aconselhou a se hidratar muito bem para evitar desgastes no final da prova.

Na semana passada, Limo foi o vencedor dos 10 km no País de Gales, com 27min37s. Sua melhor marca em pista para os 10.000 metros é de 27min04s, média de 2min42s por quilômetro, estabelecida no Meeting Van Damme, na Bélgica, em 2000, competição válida pela Iaaf (Federação Internacional de Atletismo) no Golden League.

Em 2001, fez um treino específico de três meses para enfrentar o melhor atleta do mundo na atualidade, o bicampeão olímpico e recordista mundial dos 10.000 metros, o etíope Haile Gebrselassie.

A prova escolhida foi os 15 km de Zevenheuvenlenloop, em Nijmegen, na Holanda. Em 11 de novembro, Limo estabeleceu o recorde mundial da distância com 41min19s, média de 2min46s por quilômetro (Gebrselassie fez com 41min38s).

O recorde anterior pertencia a Tergat, com 42min04s, em abril de 98, na passagem dos 15 km para os 21 km da Stramilano, na Itália. Em 1994, em La Courneuve, França, Tergat tinha corrido a distância em 42min12s.

Outro destaque da delegação queniana é Robert Cheruiyot, 24, que participa pela segunda vez da São Silvestre. Em 2001, uma indisposição estomacal lhe custou a 20ª colocação. Uma semana depois, Cheruiyot venceu no Uruguai a Corrida Internacional de San Fernando, prova de 10 km.

Para este ano, o atleta treinou no Quênia, onde as condições de temperatura são semelhantes às de São Paulo, e acredita estar preparado para ganhar a São Silvestre. Sua mais recente conquista foi a Maratona de Milão, em 1º de dezembro, com 2h08min59s, prova em que o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima foi o 7º colocado, com o tempo de 2h11min26s.

O mais jovem do grupo é Paul Kirui, 22. Apesar da pouca idade, o atleta já venceu neste ano dois grandes nomes do atletismo mundial, como o sul-africano Hendrik Ramaala e Tergat, nos 10 km de Porto Rico, sagrando-se vencedor com 28min12s, média de 2min49s por quilômetro.

O segredo do sucesso
A maioria dos atletas quenianos nasce em áreas rurais. Quando crianças, são obrigadas a ir para a escola correndo, chegando a percorrer mais de 10 km, entre ida e volta. Assim que são revelados para o atletismo, a maior motivação passa a ser a vontade de vencer e de divulgar o Quênia para o mundo.

Além disso, a maioria das tribos está localizada em regiões que superam os 2.000 metros de altitude, o que melhora o condicionamento físico, com o aumento da taxa de hemoglobina no sangue, responsável pelo transporte de oxigênio, principal fator para o alto rendimento em provas de longa distância.

Wanderlei de Oliveira, 43, é técnico de atletismo e consultor esportivo. Será comentarista da Corrida Internacional de São Silvestre na TV Gazeta. Atualmente, faz parte do projeto "Run for Life - Qualidade de Vida" (www.runforlife.com.br).

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