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21/05/2003 - 09h56

Ministro pede colaboração e já ameaça punir dirigentes por paralisação

da Folha Online

O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, disse nesta quarta-feira que vai pedir a colaboração dos dirigentes "rebelados" em uma reunião ainda nesta semana em Brasília, que pode ser realizada hoje. Queiroz, no entanto, ameaça estudar uma punição para os insurgentes.

Em reunião na noite de ontem, a CBF, o Clube dos 13 e representantes de alguns clubes decidiram suspender o Campeonato Brasileiro, tanto na Série A como na B, por considerarem impossível cumprir o Estatuto do Torcedor, sancionado na última quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O objetivo [da reunião] é esclarecer os clubes e discutir. Há uma falta de conhecimento muito grande sobre a lei. Na nossa opinião, tudo o que não é exeqüível já tem prazo de seis meses para ser adaptado. Vamos aproveitar a oportunidade para discutir com os clubes", disse Queiroz, em entrevista ao jornal "Bom dia Brasil", da "TV Globo".

Apesar do tom conciliatório, o ministro afirmou que não vai ceder e chegou a fazer ameaças caso a suspensão se mantenha.

"É uma atitude extremamente precipitada que pode significar um descumprimento da lei, que foi aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado. Se em vez de colaboração temos uma reação de confronto, podemos ter que tomar uma medida mais enérgica. Vamos estudar o que pode ser feito juridicamente e, se for confirmada a ilegalidade [da suspensão dos jogos], podemos pedir o afastamento imediato de dirigentes. Pode haver afastamento por até dez anos. Mas acredito que não seja necessário", disse.

Para Queiroz, alguns itens básicos do Estatuto podem ser atendidos imediatamente. "A questão de haver um ouvidor para os torcedores nos estádios, a publicação do regulamento, o sorteio de árbitros, tudo isso já pode ser adotado. Pode ser imediato ou nos próximos jogos. O que esperamos é colaboração."

"Os itens que exigem reformas, como colocação de câmeras nos estádios e numeração de ingressos têm prazo de seis meses. Então, não vejo nenhum motivo para o descumprimento na lei", completou.

O principal ponto de discórdia se refere ao item que prevê que entidades responsáveis pela organização da competição, bem como seus dirigentes, respondam, independentemente da existência de culpa, pelos prejuízos causados ao torcedor que decorram de falhas de segurança nos estádios.

"Não é verdade que se ocorrer uma briga a 5 km do estádio os dirigentes vão ser responsabilizados. Os torcedores é que seriam enquadrados na lei", explicou Queiroz.

Participaram da reunião de ontem representantes de Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense, Grêmio, Cruzeiro, Atlético-PR e Atlético-MG, além dos presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e do Clube dos 13, Fábio Koff. Um executivo da TV Globo, detentora dos direitos de transmissão do evento, também esteve presente.

Dirigentes de São Paulo, Corinthians e Palmeiras não foram convidados.

Os jogos desta quarta-feira pela Copa do Brasil e a partida do Grêmio, de quinta-feira, pela Libertadores, foram mantidos, com argumento de que a venda de ingressos já estava em curso.

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