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05/08/2004 - 11h00

Remadora supera preconceito até dos pais para ser 1ª brasileira em Olimpíada

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FÁBIO FLEURY
da Folha Online

Na delegação olímpica brasileira mais feminina de todos os tempos (são 122 mulheres de um total de 245 atletas), a catarinense Fabiana Beltrame, 22, é um caso à parte. Além de se tornar a primeira brasileira a conseguir uma vaga no remo, a atleta teve que superar preconceitos até mesmo dentro de sua própria casa para seguir no esporte.

Wander Roberto/COB
Fabiana em Atenas
Fabiana em Atenas
"Sofri alguns preconceitos. Dos meus pais, no início, por eles acharem que era um esporte de homem. De alguns amigos, porque achavam que eu ia ficar muito forte, mas nunca liguei para isso e fui sempre em frente porque gostei do esporte", conta a remadora.

A atleta, que diz ter começado no remo por "brincadeira" vai a Atenas não só para defender o Brasil, mas também para lutar por mais espaço para a modalidade e, em particular, para o remo feminino.

"Em ano olímpico, todos os esportes têm uma exposição muito boa, mas quando passam os Jogos, o que normalmente acontece é um novo esquecimento. Infelizmente, no Brasil é assim. Principalmente nos esportes como o remo, que não aparecem muito. Não sabia que [a conquista da vaga] teria tanta repercussão e fico feliz com isso, pois ajuda muito a divulgar o esporte, especialmente o remo feminino, que ainda é visto com certo preconceito. É realmente uma honra ter marcado meu nome na história", analisa.

Um bom resultado na Grécia ajudaria a manter o esporte em alta, mas a catarinense mantém os pés no chão e sonha, a princípio, com um lugar nas semifinais, entre as 12 melhores remadoras do mundo. Para o futuro, no entanto, os planos são mais ambiciosos.

Divulgação
Remadora em treino
Remadora em treino
"Eu tenho que ser realista, não dá para esperar um resultado que eu sei que não vou conseguir. Minha meta é tentar ficar entre as 12 primeiras, que já seria um ótimo resultado, já que é a primeira vez. Meu objetivo maior era a conquista da vaga que foi como uma medalha de ouro para mim", revela a catarinense, que quer buscar uma medalha nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

"Espero melhorar muito e conseguir chegar muito mais longe. Acho que esses Jogos são só um começo. Também espero servir de exemplo a outras meninas, para que haja uma evolução no esporte. Participar de uma Olimpíada é a experiência máxima de um atleta e ajuda muito, além de empolgar para querer participar de outras e ter melhores resultados", afirma.

Para Fabiana, o crescimento do número de mulheres na delegação olímpica brasileira, além de motivo de orgulho, é fruto direto das leis de incentivo ao esporte que surgiram nos últimos anos.

"Se o apoio continuar, com várias leis sendo criadas, com certeza o esporte feminino vai crescer muito. A lei Agnelo Piva [que destina 2% das verbas das loterias para o esporte olímpico e paraolímpico], por exemplo, mudou muita coisa. Fico honrada de estar vivendo este crescimento tão grande do esporte feminino", diz Fabiana, que vai competir no skiff simples (prova individual).

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