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08/06/2005
-
09h35
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
Uma equipe com só um jogador que não é negro ou mulato defenderá a seleção brasileira pela primeira vez na Argentina após o imbróglio entre Grafite e Desábato. Kaká é o único branco escalado por Carlos Alberto Parreira. Lúcio, que seria o outro, está suspenso e dará lugar a Juan. Belletti, que jogou contra o Paraguai, saiu para o retorno de Cafu.
Nunca, nos últimos 20 anos, o Brasil jogou com tantos negros em Buenos Aires.
Nas entrevistas, os brasileiros dizem não esperar manifestações racistas. Mas, por causa de repercussão da prisão do zagueiro do Quilmes no Brasil, acusado de ofensas racistas ao atacante são-paulino Grafite, o assunto virou tema de conversa do técnico com atletas.
A ordem é ignorar provocações, caso aconteçam. "Não sei como reagiria nesse caso, mas o maior prejudicado acaba sendo quem reage. Por isso, se falarem alguma coisa, a gente tem que deixar entrar por um ouvido e sair pelo outro", disse o volante Emerson.
Parreira falou aos atletas que a CBF tem pessoas encarregadas de cuidar de possíveis casos racistas. "Mas, se houver alguma coisa, a punição tem que ser dura. Estamos em 2005, é um absurdo que ainda exista preconceito depois de tudo que já vimos acontecer no mundo", disse o jogador.
"Se existir provocação, tenho certeza de que não haverá resposta da nossa parte", declarou o zagueiro Roque Júnior.
A Fifa também promete estar atenta hoje em Buenos Aires. O confronto acontece no mês escolhido pela entidade para uma série de atos contra o racismo. A maior parte acontecerá na Copa das Confederações, na Alemanha.
A Fifa orientou que todas as federações fizessem um protesto contra a discriminação racial nos jogos das eliminatórias. A entidade pediu que o capitão de cada seleção leia um manifesto preparado por ela antes do jogo. Domingo, contra o Paraguai, a recomendação não foi seguida.
A assessoria de imprensa da federação argentina disse à reportagem que antes e durante a partida fará "uma clara campanha contra o racismo". Não informou, porém, como ela será realizada.
Nas semanas que antecederam o confronto, Ricardo Teixeira, presidente da CBF e outros dirigentes da entidade mantiveram contato com Julio Grondona, principal cartola da AFA. Ouviram dele que o Brasil não enfrentaria um clima hostil. Até agora, foi o que aconteceu.
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RICARDO PERRONE
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
Uma equipe com só um jogador que não é negro ou mulato defenderá a seleção brasileira pela primeira vez na Argentina após o imbróglio entre Grafite e Desábato. Kaká é o único branco escalado por Carlos Alberto Parreira. Lúcio, que seria o outro, está suspenso e dará lugar a Juan. Belletti, que jogou contra o Paraguai, saiu para o retorno de Cafu.
Nunca, nos últimos 20 anos, o Brasil jogou com tantos negros em Buenos Aires.
Nas entrevistas, os brasileiros dizem não esperar manifestações racistas. Mas, por causa de repercussão da prisão do zagueiro do Quilmes no Brasil, acusado de ofensas racistas ao atacante são-paulino Grafite, o assunto virou tema de conversa do técnico com atletas.
A ordem é ignorar provocações, caso aconteçam. "Não sei como reagiria nesse caso, mas o maior prejudicado acaba sendo quem reage. Por isso, se falarem alguma coisa, a gente tem que deixar entrar por um ouvido e sair pelo outro", disse o volante Emerson.
Parreira falou aos atletas que a CBF tem pessoas encarregadas de cuidar de possíveis casos racistas. "Mas, se houver alguma coisa, a punição tem que ser dura. Estamos em 2005, é um absurdo que ainda exista preconceito depois de tudo que já vimos acontecer no mundo", disse o jogador.
"Se existir provocação, tenho certeza de que não haverá resposta da nossa parte", declarou o zagueiro Roque Júnior.
A Fifa também promete estar atenta hoje em Buenos Aires. O confronto acontece no mês escolhido pela entidade para uma série de atos contra o racismo. A maior parte acontecerá na Copa das Confederações, na Alemanha.
A Fifa orientou que todas as federações fizessem um protesto contra a discriminação racial nos jogos das eliminatórias. A entidade pediu que o capitão de cada seleção leia um manifesto preparado por ela antes do jogo. Domingo, contra o Paraguai, a recomendação não foi seguida.
A assessoria de imprensa da federação argentina disse à reportagem que antes e durante a partida fará "uma clara campanha contra o racismo". Não informou, porém, como ela será realizada.
Nas semanas que antecederam o confronto, Ricardo Teixeira, presidente da CBF e outros dirigentes da entidade mantiveram contato com Julio Grondona, principal cartola da AFA. Ouviram dele que o Brasil não enfrentaria um clima hostil. Até agora, foi o que aconteceu.
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