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28/08/2002
-
02h49
editor-adjunto da Ilustrada
Durante entrevista à Folha, o rapper MV Bill diz que tudo o que é produzido na periferia é marginalizado pela sociedade.
OUÇA O TRECHO DA ENTREVISTA
Para ouvir, é necessário ter instalado em seu computador o Real Player. Se você não o tiver, faça agora o download
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Se você não consegue ouvir o áudio, leia a seguir a íntegra do trecho da entrevista:
Folha - Ainda choca tratar cruamente temas ligados à violência? Depois de "Soldado do Morro" agora é a Nega Gizza que está aí na mira de uma possível proibição do clipe de "Prostituta". Você acha que isso, aos olhos do público médio choca de verdade ou isso incomoda por passar por golpe de marketing?
MV Bill - É chocante sim. Mas é chocante porque a gente não quer ver. É chocante porque a sociedade não quer enxergar isso, as autoridades não querem ver isso. Porque isso é o feio. O bonito é mostrar as crianças rebolando na mesma boca da garrafa, mas ouvindo axé, dançando axé. Como forma de denúncia isso é perigoso.
É maneiro mostrar as crianças com arma nas reportagens da Rede Globo, num documentário, no "Linha Direta". É maneiro mostrar o Ney Latorraca apontando uma arma vestido de Papai Noel para uma criança no "Vídeo Show". Isso é legal, mas não é legal o Bill favelado, a Nega Gizza favelada mostrar essa realidade de uma forma nua e crua, em forma de denúncia.
O que é produzido por nós [pretos e favelados] tem essa tendência a ser marginalizado.
Eu acho que rola um mal-estar em assistir a esse tipo de imagem porque eles descobrem que a nossa nação não é tão feliz assim como dizem. Isso é uma forma também de nos calar, é uma forma velada de censura.
Ouça trechos da entrevista:
Para MV Bill, sociedade é "hipócrita" ao tratar da violência; ouça áudio
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Ouça:
"Só Deus Pode Me Julgar", gentilmente cedida pela BMG
Tudo o que é feito na periferia é marginalizado, diz MV Bill; ouça áudio
ISRAEL DO VALEeditor-adjunto da Ilustrada
Durante entrevista à Folha, o rapper MV Bill diz que tudo o que é produzido na periferia é marginalizado pela sociedade.
OUÇA O TRECHO DA ENTREVISTA
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Se você não consegue ouvir o áudio, leia a seguir a íntegra do trecho da entrevista:
Folha - Ainda choca tratar cruamente temas ligados à violência? Depois de "Soldado do Morro" agora é a Nega Gizza que está aí na mira de uma possível proibição do clipe de "Prostituta". Você acha que isso, aos olhos do público médio choca de verdade ou isso incomoda por passar por golpe de marketing?
MV Bill - É chocante sim. Mas é chocante porque a gente não quer ver. É chocante porque a sociedade não quer enxergar isso, as autoridades não querem ver isso. Porque isso é o feio. O bonito é mostrar as crianças rebolando na mesma boca da garrafa, mas ouvindo axé, dançando axé. Como forma de denúncia isso é perigoso.
É maneiro mostrar as crianças com arma nas reportagens da Rede Globo, num documentário, no "Linha Direta". É maneiro mostrar o Ney Latorraca apontando uma arma vestido de Papai Noel para uma criança no "Vídeo Show". Isso é legal, mas não é legal o Bill favelado, a Nega Gizza favelada mostrar essa realidade de uma forma nua e crua, em forma de denúncia.
O que é produzido por nós [pretos e favelados] tem essa tendência a ser marginalizado.
Eu acho que rola um mal-estar em assistir a esse tipo de imagem porque eles descobrem que a nossa nação não é tão feliz assim como dizem. Isso é uma forma também de nos calar, é uma forma velada de censura.
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