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29/03/2008 - 01h28

Crítico diz que "Aqueles Dois" tem medo de assumir discurso gay

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MIGUEL ARCANJO PRADO
enviado especial da Folha Online a Curitiba

Diante da opinião de grande parte dos jornalistas que cobrem o Festival de Curitiba sobre o destaque da montagem mineira "Aqueles Dois", da Cia. Luna Lunera, uma voz é dissonante: a do crítico de teatro do Guia Gay Brasil, Rodolfo Lima.

Diego Pisante/Clix
Rômulo Braga e Cláudio Dias interpretam cena de "Aqueles Dois" no Festival de Curitiba
Rômulo Braga e Cláudio Dias interpretam cena de "Aqueles Dois" no Festival de Curitiba

Lima acha que a montagem não foi fiel a Caio Fernando Abreu (1948-1996), autor do conto homônimo no qual o espetáculo se baseia. "Eles têm medo de assumir um discurso homoerótico", disse à Folha Online.

"É possível uma peça com textos do Caio não resvalar na questão homoerótica? Isso faz parte da biografia do autor. Acho o espetáculo um ótimo exemplo da dificuldade de desassociar uma coisa da outra. Parece que a peça tem medo de ser enquadrada no gueto", afirma.

Lima ainda diz que achou a peça "conservadora" em relação ao trabalho de Caio, sobre o qual já escreveu os monólogos "Réquiem Para Um Rapaz Triste" e "Todas as Horas do Fim".

"É uma pena que o grupo não tenha tido coragem para levantar bandeira sobre a questão homoerótica do texto. O que eles oferecem ao público é apenas um souvenir. 'Aqueles Dois' não é uma história apenas sobre repressão. É sobre um casal gay, sim. Fizeram um espetáculo para a massa, na medida e sem risco", avalia.

Assista a entrevista com atores de "Aqueles Dois" e veja cenas da peça. Veja também uma entrevista com o ator Odilon Esteves, integrante do espetáculo e que interpretou a travesti Cíntia na minissérie "Queridos Amigos" (Globo), que terminou ontem.

O repórter viajou a convite do Festival de Curitiba.

 

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