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29/04/2006 - 19h25

Dalai-lama diz que também sente raiva quando "coisas dão errado"

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DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online

O líder budista Tenzin Gyatso, 70, o dalai-lama, falou hoje para cerca de 6 mil pessoas durante evento realizado na manhã deste sábado (29), no ginásio do Ibirapuera (zona sul de São Paulo).

No evento, o dalai-lama elogiou e disse que Jesus Cristo foi um "grande mestre". Disse também sentir raiva "quando as coisas dão errado".

Durante sua fala, o dalai-lama percorreu temas que iam de compaixão à ética budista. "Não sei se a compaixão é benéfica para quem a recebe, mas tenho certeza que é para quem a pratica".
Fernando Donasci/FI
Em São Paulo, dalai-lama recusa fama de "milagreiro"
Em São Paulo, dalai-lama recusa fama de "milagreiro"


No início de sua exposição, Gyatso foi interrompido por gritos de "lindo" e "viva o dalai-lama". Minutos depois, as luzes da platéia se apagaram. "Agora eu não consigo ver o rosto deles, parece que estão invisíveis", disse Gyatso. Como a luz não foi acesa, o monge brincou com a situação: "bem, pelo menos vocês têm a oportunidade de dormir".

A conferência deu espaço para o público fazer perguntas por meio de papéis entregues à organização do evento. Uma delas questionava se aquele que é considerado a reencarnação do Buda da Compaixão também sentia raiva. "Sim, pois sou humano. Quando as coisas dão errado sinto raiva".

Ao ser perguntado sobre a "compaixão com o meio-ambiente", o monge citou o Rio Tietê, da cidade de São Paulo. "Fiquei sabendo que esta cidade já teve um rio navegável e que agora ele é muito poluído. Alguma coisa tem de ser feita em relação ao meio ambiente, antes que aconteça uma catástrofe".

Por fim, dalai-lama recebeu uma pergunta sobre sua opinião em relação a Jesus Cristo. Ao ser lida, a pergunta foi aplaudida pelo público. "Jesus foi um grande mestre, quanto a isso não há dúvida alguma. Alguém que influenciou tantas pessoas por tanto tempo certamente não é ser ordinário. Entendo que ele foi alguma manifestação de um Buda", disse dalai-lama, para a euforia dos presentes, que bateram palmas antes mesmo de sua fala --em inglês-- terminar.

No ginásio, muitas pessoas assistiam à palestra com semblante meditativo, de olhos fechados ou fazendo alongamentos yogues. Algumas até arriscavam a "flor de lótus", posição em que as pernas se flexionam frontalmente.

Após o evento, o lama se dirigiu à praça Túlio Fontoura (zona sul), onde aconteceu a inauguração do "Espaço Gandhi", em homenagem ao líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948). A visita do dalai-lama ao Brasil foi encerrada em um ato ecumênico na Catedral da Sé, às 15h, em que d. Cláudio Humes e outros líderes religiosos celebraram a inter-religiosidade. Tenzin Gyatso embarca neste domingo para a Argentina.

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