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20/01/2007
-
09h14
da Folha Online
O jornalista turco pró-Armênia Hrant Dink, 53, assassinado ontem em Istambul, recebia ameaças de morte há pelo menos um ano e meio, afirmou neste sábado seu advogado, Erdal Dogan.
Em uma declaração improvisada à imprensa em frente ao jornal turco-armênio "Agos", no qual Dink trabalhava, acusou ainda grupos nacionalistas de terem provocado um clima de "linchamento" contra o jornalista.
"Há um ano e meio, Hrant Dink me informou de que tinha recebido uma carta com ameaças de Veli Kuçuk (acusado de ser um dos líderes da máfia na Turquia), afirmou o advogado.
O porta-voz da redação do "Agos", Aydin Engin, também disse que denunciou à Delegação do governo em Istambul as ameaças recebidas por Dink. O governador local, Muamer Gueler, no entanto, negou saber das ameaças.
Na opinião de Engin, o assassinato foi cometido por "fanáticos nacionalistas".
O funeral do jornalista está marcado para a próxima terça-feira (23) às 14h (10h pelo horário de Brasília), na igreja de Meryemana, em Istambul.
Suspeitos
Ontem, a polícia turca deteve três suspeitos do assassinato do jornalista, que morreu com dois tiros na cabeça.
Dink era conhecido por seu compromisso a favor da minoria armênia no país. Sua morte foi recebida com grande indignação na Europa e nos Estados Unidos.
Na noite desta sexta-feira, em Ancara (capital da Turquia) e Istambul, milhares de pessoas saíram às ruas em protesto contra o crime.
Seguindo a convocação da redação da "Agos", assim como dos sindicatos e de grupos de defesa dos direitos humanos, cerca de 2.000 pessoas se manifestaram em Istambul. Em Ancara, os manifestantes chegavam a 700.
Durante a manifestação, a multidão gritava "Somos todos Hrant Dink, somos todos armênios" e "pela irmandade dos povos". Alguns levavam fotos do jornalista assassinado.
Dink, que era cidadão turco e tinha ascendência armênia, havia sido levado à corte em diversas ocasiões por falar sobre mortes de armênios em massa por turcos no início do século 20. Ele havia sido ameaçado em diversas ocasiões por nacionalistas turcos, que o consideravam "traidor".
Fehmi Koru, colunista do jornal "Yeni Safak", disse que o assassinato de Dink pode desestabilizar a Turquia. "Sua morte é uma grande perda para o país", afirmou Koru.
Mortes de jornalistas
O ano de 2006 foi o mais mortífero da história para os jornalistas: 94 profissionais morreram no exercício de sua atividade,o que representa um aumento de 38%, graças em parte às vítimas no conflito no Iraque.
O cálculo foi feito pelos promotores da Campanha por um Emblema de Imprensa (PEC, na sigla em inglês), que publicaram hoje um relatório no qual indicam que 48 jornalistas morreram no Iraque em 2006, o dobro do registrado no ano passado.
Pelo menos 103 profissionais morreram no Iraque desde abril de 2003, o que transforma o conflito no país no mais sangrento da história para os jornalistas, segundo a ONG, com sede em Genebra.
Além do Iraque, morreram oito jornalistas no México, quatro na Rússia, Sri Lanka e Filipinas, três no Paquistão e Colômbia, dois na China, Índia, Angola e Líbano, e um no Equador, Venezuela, Somália, República Democrática do Congo, Sudão e Brasil.
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Jornalista turco assassinado sofria ameaças de morte havia anos
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O jornalista turco pró-Armênia Hrant Dink, 53, assassinado ontem em Istambul, recebia ameaças de morte há pelo menos um ano e meio, afirmou neste sábado seu advogado, Erdal Dogan.
Em uma declaração improvisada à imprensa em frente ao jornal turco-armênio "Agos", no qual Dink trabalhava, acusou ainda grupos nacionalistas de terem provocado um clima de "linchamento" contra o jornalista.
Murad Sezer/AP |
Hrant Dink, 53, morto a tiros em frente a sede de jornal na Turquia |
O porta-voz da redação do "Agos", Aydin Engin, também disse que denunciou à Delegação do governo em Istambul as ameaças recebidas por Dink. O governador local, Muamer Gueler, no entanto, negou saber das ameaças.
Na opinião de Engin, o assassinato foi cometido por "fanáticos nacionalistas".
O funeral do jornalista está marcado para a próxima terça-feira (23) às 14h (10h pelo horário de Brasília), na igreja de Meryemana, em Istambul.
Suspeitos
Ontem, a polícia turca deteve três suspeitos do assassinato do jornalista, que morreu com dois tiros na cabeça.
Dink era conhecido por seu compromisso a favor da minoria armênia no país. Sua morte foi recebida com grande indignação na Europa e nos Estados Unidos.
Na noite desta sexta-feira, em Ancara (capital da Turquia) e Istambul, milhares de pessoas saíram às ruas em protesto contra o crime.
Seguindo a convocação da redação da "Agos", assim como dos sindicatos e de grupos de defesa dos direitos humanos, cerca de 2.000 pessoas se manifestaram em Istambul. Em Ancara, os manifestantes chegavam a 700.
Durante a manifestação, a multidão gritava "Somos todos Hrant Dink, somos todos armênios" e "pela irmandade dos povos". Alguns levavam fotos do jornalista assassinado.
Dink, que era cidadão turco e tinha ascendência armênia, havia sido levado à corte em diversas ocasiões por falar sobre mortes de armênios em massa por turcos no início do século 20. Ele havia sido ameaçado em diversas ocasiões por nacionalistas turcos, que o consideravam "traidor".
Fehmi Koru, colunista do jornal "Yeni Safak", disse que o assassinato de Dink pode desestabilizar a Turquia. "Sua morte é uma grande perda para o país", afirmou Koru.
Mortes de jornalistas
O ano de 2006 foi o mais mortífero da história para os jornalistas: 94 profissionais morreram no exercício de sua atividade,o que representa um aumento de 38%, graças em parte às vítimas no conflito no Iraque.
O cálculo foi feito pelos promotores da Campanha por um Emblema de Imprensa (PEC, na sigla em inglês), que publicaram hoje um relatório no qual indicam que 48 jornalistas morreram no Iraque em 2006, o dobro do registrado no ano passado.
Pelo menos 103 profissionais morreram no Iraque desde abril de 2003, o que transforma o conflito no país no mais sangrento da história para os jornalistas, segundo a ONG, com sede em Genebra.
Além do Iraque, morreram oito jornalistas no México, quatro na Rússia, Sri Lanka e Filipinas, três no Paquistão e Colômbia, dois na China, Índia, Angola e Líbano, e um no Equador, Venezuela, Somália, República Democrática do Congo, Sudão e Brasil.
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