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13/03/2007
-
08h05
da Folha Online
O primeiro-ministro xiita do Iraque, Nouri al Maliki, fez uma visita não anunciada à cidade de Ramadi, coração da insurgência sunita que luta contra o governo iraquiano, nesta terça-feira.
A visita, altamente simbólica, é a primeira que Maliki faz desde que assumiu o cargo, em maio de 2006. Ela acontece no momento em que as tropas americanas e iraquianas executam um plano de segurança, em Bagdá, que é visto como a última chance de evitar uma guerra civil.
Ramadi, a 110 km de Bagdá, é capital da Província de Ambar, que se estende do oeste de Bagdá até as fronteiras com a Arábia Saudita, Jordânia e Síria.
O premiê voou acompanhado de jornalistas e encontrou líderes tribais, funcionários dos governos locais e comandantes das forças de segurança iraquianas e americanas.
Também nesta terça-feira começa, em Fort Campbell, no Estado americano do Kentucky, o julgamento do sargento Ray Girouard, 24, acusado pela morte de três presos iraquianos.
Segundo os promotores militares, Girouard mandou que seus homens soltassem os presos, matassem-nos e encobrissem o crime simulando um ataque rebelde. Girouard nega ter dado essa ordem e se declara inocente das acusações de assassinato.
O sargento é o último militar da 101ª Divisão Aerotransportada a enfrentar julgamento por assassinatos cometidos em 9 de maio de 2006 durante uma incursão a um suposto campo rebelde nos arredores de Samarra, no Iraque.
Dois outros soldados acusados do incidente --William B. Hunsaker e Corey Clagett-- confessaram o crime, cooperaram com os promotores e foram sentenciados a 18 anos de prisão militar. Durante os julgamentos, Hunsaker e Clagett afirmaram que Girouard ordenou os assassinatos.
"O sargento Girouard não deu tal ordem", disse a advogada de defesa Anita Gorecki. "[Hunsaker e Clagett] fizeram declarações que só podem ser classificadas como fascinantes", afirmou.
Cortes
Hunsaker também testemunhou que, depois que os presos foram assassinados, Girouard o cortou no rosto e no braço para fazer parecer que houve uma luta.
Outro soldado, Juston R. Graber, testemunhou que ele atirou em um dos detidos depois que ele havia sido ferido, mas não presenciou os tiros iniciais. Graber admitiu a culpa e foi condenado a nove meses em prisão militar.
Os soldados haviam dito anteriormente que receberam instruções do comandante da terceira brigada, Michael Steele, para matar todos os homens em idade militar. Steele nega, mas invocou seu direito de não testemunhar durante uma audiência no Iraque.
Um juiz determinou na semana passada que Steele não seria forçado a testemunhar, mas que os advogados de defesa poderiam examinar as testemunhas sobre seu entendimento das ordens dadas por Steele.
Gene Fidell, presidente do Instituto Nacional de Justiça Militar, disse que se tornou comum em julgamentos militares que soldados digam que estavam apenas seguindo ordens ou instruções. Mas não é sempre um argumento eficaz, avisou.
"Se uma ordem é ilegal ou comumente entendida como ilegal, agir de acordo com ela não é uma justificava", disse Fidell. "O fato de que tal ordem foi dada não inocenta ninguém necessariamente".
Com agências internacionais
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Primeiro-ministro iraquiano faz visita-surpresa a área rebelde
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O primeiro-ministro xiita do Iraque, Nouri al Maliki, fez uma visita não anunciada à cidade de Ramadi, coração da insurgência sunita que luta contra o governo iraquiano, nesta terça-feira.
A visita, altamente simbólica, é a primeira que Maliki faz desde que assumiu o cargo, em maio de 2006. Ela acontece no momento em que as tropas americanas e iraquianas executam um plano de segurança, em Bagdá, que é visto como a última chance de evitar uma guerra civil.
Ramadi, a 110 km de Bagdá, é capital da Província de Ambar, que se estende do oeste de Bagdá até as fronteiras com a Arábia Saudita, Jordânia e Síria.
Ali Al Saadi/EFE |
O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, faz visita-surpresa |
Também nesta terça-feira começa, em Fort Campbell, no Estado americano do Kentucky, o julgamento do sargento Ray Girouard, 24, acusado pela morte de três presos iraquianos.
Segundo os promotores militares, Girouard mandou que seus homens soltassem os presos, matassem-nos e encobrissem o crime simulando um ataque rebelde. Girouard nega ter dado essa ordem e se declara inocente das acusações de assassinato.
O sargento é o último militar da 101ª Divisão Aerotransportada a enfrentar julgamento por assassinatos cometidos em 9 de maio de 2006 durante uma incursão a um suposto campo rebelde nos arredores de Samarra, no Iraque.
Dois outros soldados acusados do incidente --William B. Hunsaker e Corey Clagett-- confessaram o crime, cooperaram com os promotores e foram sentenciados a 18 anos de prisão militar. Durante os julgamentos, Hunsaker e Clagett afirmaram que Girouard ordenou os assassinatos.
"O sargento Girouard não deu tal ordem", disse a advogada de defesa Anita Gorecki. "[Hunsaker e Clagett] fizeram declarações que só podem ser classificadas como fascinantes", afirmou.
Cortes
Hunsaker também testemunhou que, depois que os presos foram assassinados, Girouard o cortou no rosto e no braço para fazer parecer que houve uma luta.
Outro soldado, Juston R. Graber, testemunhou que ele atirou em um dos detidos depois que ele havia sido ferido, mas não presenciou os tiros iniciais. Graber admitiu a culpa e foi condenado a nove meses em prisão militar.
Os soldados haviam dito anteriormente que receberam instruções do comandante da terceira brigada, Michael Steele, para matar todos os homens em idade militar. Steele nega, mas invocou seu direito de não testemunhar durante uma audiência no Iraque.
Um juiz determinou na semana passada que Steele não seria forçado a testemunhar, mas que os advogados de defesa poderiam examinar as testemunhas sobre seu entendimento das ordens dadas por Steele.
Gene Fidell, presidente do Instituto Nacional de Justiça Militar, disse que se tornou comum em julgamentos militares que soldados digam que estavam apenas seguindo ordens ou instruções. Mas não é sempre um argumento eficaz, avisou.
"Se uma ordem é ilegal ou comumente entendida como ilegal, agir de acordo com ela não é uma justificava", disse Fidell. "O fato de que tal ordem foi dada não inocenta ninguém necessariamente".
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