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14/03/2007 - 22h56

Militares avaliam positivamente ofensiva dos EUA em Bagdá

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da Folha Online

Oficiais americanos e iraquianos emitiram nesta quarta-feira avaliações otimistas após um mês da última ofensiva das forças de segurança para coibir a violência sectária em Bagdá, mas alertaram que será preciso esperar meses antes que a operação possa ser considerada um sucesso.

O major general William Caldwell, porta-voz do Exército dos Estados Unidos, afirmou que a quantidade de assassinatos sectários caiu significativamente desde que a operação começou. A atual ofensiva dos EUA faz parte da nova estratégia para a guerra no Iraque anunciada pelo presidente George W. Bush em janeiro deste ano, e inclui conquista e manutenção do controle da capital em ações bairro a bairro.

Asaad Mouhsin/AP
Mulher passa ao lado de carro destruído em ataque suicida que matou 2 em Bagdá
Mulher passa ao lado de carro destruído em ataque suicida que matou 2 em Bagdá
"Pelos indicadores que o governo do Iraque tem, a ação foi extremamente positiva. Mas eu advirto a todos contra uma conclusão apressada sobre nossa operação. Ela vai levar muitos meses, e não semanas", disse Caldwell.

O brigadeiro general Qassim al Moussawi, porta-voz da operação de segurança em Bagdá, afirmou que o número de civis mortos caiu para 265 desde que a operação começou em 14 de fevereiro, contra 1.440 durante o mês anterior. Segundo ele, a queda se deve à diminuição do número de assassinatos, seqüestros e atentados à bomba.

Al Moussawi disse ainda que 94 suspeitos de terrorismo foram mortos, enquanto 713 terroristas e 1.152 outros suspeitos foram presos desde 14 de fevereiro. Também neste mês, 24 reféns foram libertados e mais de 2.000 famílias que haviam fugido da violência retornaram às suas casas. Do lado das forças de segurança, o porta-voz confirmou a perda de 11 policiais e 48 soldados.

Clérigo exilado

A avaliação positiva da operação em Bagdá chega dias antes do quarto aniversário da guerra no Iraque, que acontece no dia 20 de março.

Uma possível razão oferecida pelo porta-voz americano para a queda da violência é a contínua ausência do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, um dos personagens mais influentes do Iraque que está atualmente no Irã, segundo os oficiais. Al Sadr é líder da milícia xiita Exército de Mahdi, que atua principalmente no violento bairro de Sadr City, em Bagdá.

A milícia foi apontada como responsável por grande parte da violência sectária, especialmente execuções como a de cerca de 50 pessoas um dia antes do início da nova operação de segurança na capital.

Números

Em seu relato sobre a situação da violência na cidade, Caldwell afirmou que está sentido uma "diferença incrível" em Bagdá. Segundo ele, assassinatos e execuções caíram até 50% na capital, e agora o foco das ações está voltado para os carros-bomba.

A avaliação positiva aconteceu no mesmo dia em que explosões mataram dez pessoas no nordeste do Iraque.

A explosão ocorreu pouco antes do meio-dia, quando o mercado estava lotado de compradores, em Tuz Khormato, 210 km ao norte de Bagdá e a 55 km ao sul de Kirkuk, cidade rica em petróleo.

A violência tem aumentado no norte do país, devido, acredita-se, a rebeldes em fuga da incursão de segurança que as tropas americanas e iraquianas estão realizando na capital iraquiana.

Em janeiro, o presidente Bush autorizou o envio de mais 21.500 soldados americanos para lutarem no Iraque, como parte de uma estratégia para tomar e manter o controle sobre regiões de insurgência em Bagdá e outros pontos do país.

No oeste de Bagdá, um suicida em um carro atingiu um posto de checagem no bairro sunita de Yarmouk, matando dois civis e ferindo outros dois, informou a polícia.

Talabani

Também nesta quarta-feira, o presidente iraquiano, Jalal Talabani, 73, deixou o hospital onde estava internado na Jordânia para voltar ao Iraque, após mais de duas semanas de tratamento.

Talabani foi internado no Centro Médico Rei Hussein, em Amã, em 25 de fevereiro. Ele teve um colapso no norte do Iraque, devido à exaustão e desidratação provocadas por infecções no pulmão.

O presidente estava em sua cidade natal, Sulaimaniyah. Estava inconsciente quando foi levado a um hospital local, mas depois foi levado em um vôo para a Jordânia, na mesma noite.

Talabani deixou o centro médico em um comboio de carros da embaixada iraquiana, com escolta da polícia jordaniana, e seguiu para o aeroporto de Amã. Saad al Hayyani, embaixador do Iraque na Jordânia, disse que o presidente seria levado diretamente para Sulaimaniyah.

Em uma entrevista à rede de TV da Associated Press em 1 de março, Talabani havia dito que voltaria para casa para trabalhar em um Iraque "novo, livre, democrático e unido".

Com Associated Press e agências internacionais

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