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19/03/2007 - 02h10

EUA retomam diálogo com Coréia do Norte sobre desarmamento nuclear

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da Efe, em Pequim

O diálogo entre as duas Coréias, Estados Unidos, China, Japão e Rússia foi retomado hoje em Pequim para analisar os primeiros passos rumo ao desarmamento nuclear norte-coreano, como está previsto em um histórico acordo assinado há 30 dias.

A cerimônia de inauguração da sexta rodada de diálogo aconteceu às 10h50 (23h50 em Brasília) na residência de hóspedes de Estado de Diaoyutai, após uma breve reunião dos chefes de delegação, informou a agência oficial chinesa de notícias "Xinhua".

A retomada ocorreu horas depois de China e EUA confirmarem a resolução do conflito entre Washington e Pyongyang devido ao congelamento de contas norte-coreanas em em banco de Macau, principal obstáculo levantado pela Coréia do Norte para iniciar seu desarmamento nuclear.

Em 13 de fevereiro, quatro meses após a Coréia do Norte realizar o primeiro teste nuclear de sua história, as seis partes firmaram o primeiro acordo em três anos e meio de diálogo: Pyongyang selará seu principal reator, Yongbyon, em troca de um primeiro envio de 50 mil toneladas de petróleo pesado.

Para verificar estes primeiros passos foi iniciado hoje um diálogo que, segundo os EUA, poderia durar dois dias. Se os compromissos forem respeitados, os inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) poderiam voltar à Coréia do Norte em 30 dias.

Assim que isto ocorrer será iniciada a segunda fase do desarmamento, na qual a Coréia do Norte terá que explicar a amplitude de seu programa atômico, incluindo o suposto programa de enriquecimento de urânio que iniciou a crise em 2002, e receberá mais 950 mil toneladas de petróleo.

O otimismo em relação ao plano diminuiu na semana passada, quando Washington disse que tinha deixado o problema das contas norte-coreanas (supostamente vinculadas com atividades ilícitas) nas mãos das autoridades de Macau, uma ex-colônia portuguesa pertencente à soberania chinesa, embora com independência econômica.

Washington também proibiu os bancos americanos de comercializarem como o Banco Delta Asia (BDA), decisão que foi muito criticada pela China, pois teme que possa causar prejuízos à economia de Macau.

O congelamento destas contas levou Pyongyang a boicotar o diálogo há mais de um ano colocá-lo como o principal obstáculo para que iniciasse o fechamento de seu reator nuclear.

No entanto, Washington e Pyongyang chegaram a um acordo horas antes da retomada da rodada de negociações.

"Estamos muito contentes em anunciar que fomos capazes de alcançar um entendimento com a Coréia do Norte para devolver todos os fundos", afirmou esta manhã o negociador americano, Christopher Hill.

O negociador acrescentou que a transferência dos US$ 25 milhões será realizada "o mais rápido possível".

Pyongyang propôs que esta quantia seja transferida a uma conta no Banco da China, em Pequim, pertencente ao Banco de Comércio Exterior da Coréia do Norte, segundo um comunicado do Tesouro americano.

O governo norte-coreano se comprometeu a destinar esta quantia a projetos educacionais e humanitários no país.

A crise nuclear da Coréia do Norte explodiu em 2002, quando Washington acusou Pyongyang de possuir um programa secreto de enriquecimento de urânio. A Coréia do Norte, em represália, expulsou os inspetores da AIEA e em 2003 se retirou do Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

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