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23/03/2007 - 11h52

Novo governo de união da ANP reconhece Israel, diz Abbas

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da Efe, em Jerusalém

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse que o novo governo de união nacional reconhece Israel, e que espera um acordo de paz "em um ano, ou antes", em entrevista que será transmitida hoje pela TV pública israelense.

Em entrevista ao correspondente de assuntos árabes da TV, Oded Granot, Abbas disse que o novo governo de união formado pelo nacionalista Fatah [do qual faz parte] e pelo islâmico Hamas, cumprindo os acordos assinados pela ANP com Israel, reconhece o Estado de Israel.

Segundo Abbas, "há dois meses o Hamas não fala em destruir e não reconhecer o Estado de Israel", antecipou o jornalista israelense.

Abbas, contato palestino mais freqüente do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que é preciso diferenciar o novo governo da ANP da ideologia do movimento islâmico Hamas, ao qual pertence o primeiro-ministro Ismail Haniyeh.

No domingo, o governo de Israel decidiu --por 19 votos a favor contra duas abstenções-- manter o boicote imposto há um ano ao primeiro governo de Haniyeh, formado por representantes do Hamas.

O novo Executivo "atua sob minhas ordens e sou eu o encarregado das negociações para um acordo (de paz) com Israel", afirmou o presidente da ANP e líder do Fatah, que tem o apoio da comunidade internacional para isso.

Segundo Abbas, Olmert --com quem se reuniu três vezes desde dezembro-- comprometeu-se com ele e com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a negociar com os palestinos.

Exigências

O governo de Israel condiciona o começo das negociações ao cumprimento pelos palestinos das exigências do Mapa do Caminho, plano de paz do Quarteto de Madri (Estados Unidos, União Européia (UE), Rússia e ONU), entre elas o fim da violência.

Segundo a plataforma do novo governo da ANP, os acordos firmados com Israel terão que passar por votação no Conselho Legislativo ou consulta pública, inclusive entre os milhões de refugiados da primeira guerra árabe-israelense de 1948.

Segundo o jornalista, Abbas estaria "amarrado" por esta cláusula. No entanto, o presidente da ANP considerou correta a prática de levar os acordos ao Parlamento para aprovação, e disse acreditar que haverá acordo entre os 132 membros, a maioria do Hamas.

Mudanças

Abbas também disse na entrevista que, atualmente, está reestruturando o Conselho Nacional Palestino, órgão vinculado à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) no qual estão representados moradores da Cisjordânia, de Gaza e Jerusalém Oriental, além dos refugiados, a maioria concentrados em campos do Líbano e da Jordânia.

O movimento islâmico Hamas, fundado em 1987 em Gaza, não pertence à coalizão da OLP, controlada pelo Fatah, mas poderia integrar-se futuramente.

Segundo Abbas, "será natural" que o Hamas queira exercer sua influência e até mesmo tomar o controle do órgão, "o que não significa que vá conseguir".

Na noite desta quinta-feira, o "Canal 1" antecipou as declarações de Abbas sobre a troca do soldado Gilad Shalit, capturado em junho do ano passado por comandos palestinos do Hamas e outras facções palestinas, que condicionam sua libertação à de centenas de prisioneiros dos cerca de 10 mil palestinos presos em Israel.

O presidente da ANP disse que chegou, ao lado de Olmert, a um acordo para a troca, e que espera que esta seja concretizada muito em breve, mas não deu mais detalhes.

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