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17/04/2007 - 10h41

Sul-coreano de 23 anos foi autor de ataque contra campus nos EUA

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da Folha Online

A polícia americana identificou o atirador que matou 32 pessoas no campus do Instituto Politécnico da Virgínia na segunda-feira como o sul-coreano Cho Seung-hui, 23, aluno do último ano do curso de Letras.

Entre os 32 mortos nos ataques estão ao menos três professores da universidade: Liviu Librescu, 75, Kevin Granata e G.V. Loganathan, 51.

Loganathan era indiano e lecionava no Departamento de Engenharia Civil. Granata dava aulas no Departamento de Biomecânica e era um dos cinco maiores especialistas dos EUA na área. Librescu, 76, era israelense, lecionava na Faculdade de Engenharia e Mecânica e teria tentado impedir o atirador de entrar em sua sala de aula.

Reprodução
O sul-coreano Cho Seung-Hui, 23, autor dos ataques contra universidade na Virgínia
O sul-coreano Cho Seung-Hui, 23, autor dos ataques contra universidade na Virgínia
O estudante Trey Perkins relatou ao jornal americano "The Washington Post" que o estudante armado atirou contra a cabeça do professor e, em seguida, abriu fogo na sala de aula. "Ele deveria ter cerca de 19 anos e tinha um olhar sério mas calmo em seu rosto", conta o aluno.

"Todos atiraram-se no chão na hora", disse Perkins, que é estudante do segundo ano de Engenharia Mecânica. "E os tiros pareciam que iriam durar para sempre".

Segundo Alec Calhoun, 20, que também estava no local do ataque, vários alunos pularam pela janela para fugir do atirador. "Acho que eu fui o oitavo ou o nono a pular", afirmou. Ele relata que viu dois estudantes serem feridos, mas que acredita que eles sobreviveram.

A estudante Erin Sheehan, que estava na sala de aula vizinha, conta que foi uma das quatro pessoas que conseguiram deixar a sala ilesas.

Os outros alunos --ao menos 20-- foram feridos ou mortos pelo atirador.

Segundo ela, o agressor tinha aparência asiática, vestia roupas escuras e aparentava ser "um jovem comum".

Ataques

Após a ação --a pior contra o campus de uma universidade da história dos Estados Unidos-- o governador da Virgínia, Tim Kaine, declarou estado de emergência em todo o Estado americano. Com o estado de emergência, todos os prédios públicos da Virgínia deverão hastear suas bandeiras a meio mastro em sinal de luto pela tragédia.

Casey Templeton/AP
Estudantes acendem velas após ataques que mataram 32 em campus de universidade
Estudantes acendem velas após ataques que mataram 32 em campus de universidade
O presidente George W. Bush e a primeira-dama Laura Bush devem comparecer a uma cerimônia em memória das vítimas prevista para as 14h desta terça-feira (15h de Brasília)

Os dois ataques, que ocorreram em lados opostos do campus de 1.050 hectares, tiveram início às 7h15 (8h15 de Brasília) em West Ambler Johnston Hall, residência estudantil que abriga ao menos 895 pessoas. Duas pessoas morreram ali.

Cerca de duas horas depois, Norris Hall, edifício da engenharia, foi alvo de outro ataque a tiros. Outras 30 pessoas morreram neste local, a maioria estudantes.

Após o massacre, todas as entradas do campus foram fechadas, e as aulas foram suspensas. A universidade estabeleceu um local de encontro entre famílias e representantes estudantis. Uma reunião deve ocorrer nesta terça-feira na quadra de basquete da universidade.

Antes de segunda-feira (16), o pior ataque contra um campus da história dos EUA havia ocorrido em 1966 na Universidade do Texas, quando Charles Whitman subiu em uma torre de observação de 27 andares e abriu fogo. Ele matou 16 pessoas antes de ser baleado e morto.

Os tiroteios despertaram lembranças de outro massacre, que ocorreu em Columbine, no Colorado, e completa oito anos nesta semana. No episódio, dois alunos mataram 12 colegas e um professor antes de se suicidarem em 20 de abril de 1999.

Segurança

A tragédia suscitou críticas de estudantes a respeito da segurança dentro do campus.

AP
Parentes  reúnem-se após tragédia que matou 32 na Virgínia
Parentes reúnem-se após tragédia que matou 32 na Virgínia
Muitos alunos questionaram a falta de um alerta das autoridades entre um ataque e outro, que tiveram um intervalo de duas horas. Na opinião deles, um aviso poderia ter prevenido muitas mortes.

"A universidade tem sangue nas mãos devido à falta de ação após o primeiro incidente", afirmou Billy Bason, 18, que mora no 7º andar de West Ambler Johnston, residência estudantil onde os ataques tiveram início e onde morreram duas pessoas.

Ao menos 15 pessoas ficaram feridas no segundo ataque, algumas delas com gravidade.

Segundo relatos de estudantes, a primeira mensagem da universidade sobre o episódio foi um e-mail mais de duas horas depois do início do ataque, quando o atirador já estava atirando em Norris Hall.

Ninguém foi informado de que havia ocorrido uma primeira morte, até que o assassino começasse a trancar vítimas em outra região do campus e passasse a fuzilá-las, uma a uma.

Steger disse que as autoridades inicialmente acreditaram que o tiroteio no dormitório estudantil era uma briga doméstica e que o atirador havia fugido do campus.

"Não tínhamos motivos para suspeitar que outro ataque iria acontecer. Só podemos tomar decisões com base nas informações que temos."

O site da universidade informou que o campus recebeu duas ameaças de bombas neste mês, e que havia uma recompensa de US$ 5.000 em troca de informações que levassem aos responsáveis.

Choque

A tragédia chocou os alunos da instituição, entre eles a brasileira Deise Galan, 19, presidente da Associação de Estudantes Brasileiros da universidade. "Estamos todos chocados e muito tristes. Nunca vivi nada parecido aqui", disse ela por telefone à Folha Online.

Divulgação
Liviu Librescu, 76, um dos professores mortos na tragédia
Liviu Librescu, 76, um dos professores mortos na tragédia
"Há forte comoção. É difícil dizer exatamente o que está acontecendo", disse ontem Jason Anthony Smith, 19, que mora no dormitório onde um dos ataques a tiros ocorreu.

Segundo Aimee Kanode, aluna do primeiro ano, o primeiro ataque ocorreu no primeiro andar do West Ambler Johnston, um andar acima do quarto em que ela dorme.

O Instituto Politécnico da Virgínia tem 26 mil estudantes e fica a 390 km de Washington.

É a segunda vez em menos de um ano que a universidade teve de ser fechada devido a um tiroteio.

Em agosto de 2006, o reinício das aulas foi suspenso e a entrada no campus foi bloqueada depois que um fugitivo matou um segurança e um policial envolvidos em uma perseguição ocorrida em um ponto próximo da universidade.

Com agências internacionais

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