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03/05/2007 - 20h05

Cerca de 100 mil protestam contra Olmert; premiê rejeita renúncia

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da Folha Online

O premiê de Israel, Ehud Olmert, desafiou nesta quinta-feira cerca de de 100 mil israelenses que saíram às ruas de Tel Aviv para pedir sua renúncia e se manteve firme no cargo --ao menos por enquanto. Segundo seus assistentes, se os protestos públicos se transformarem em uma campanha pela queda de Olmert, será difícil para o premiê evitar a saída do governo.

Oded Balilty/AP
Israelenses saem às ruas de Tel Aviv para pedir renúncia de primeiro-ministro
Israelenses saem às ruas de Tel Aviv para pedir renúncia de primeiro-ministro
Olmert vem sofrendo pressão para deixar o cargo após a divulgação de um relatório sobre a guerra do Líbano na segunda-feira (30). O documento, elaborado pela Comissão Winograd, o acusa de ter cometido graves erros durante o conflito. Entre os que pedem sua renúncia devido ao relatório está a própria ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni.

A manifestação de hoje atraiu israelenses de várias faixas etárias e classes sociais, refletindo a insatisfação popular com Olmert. A popularidade do premiê vem caindo crescentemente após o conflito no Líbano e as repetidas denúncias de corrupção contra membros de seu governo.

Os manifestantes saíram de todo o país para comparecer ao protesto. Edan Mehallel, 16, da cidade de Haifa (norte), viveu de perto os ataques com foguetes da milícia xiita Hizbollah durante o conflito no Líbano. "Quanto mais vierem, mas importante será a demonstração".

Ariela Kaszovitz, que se mudou de Nova York para Israel há 17 anos, foi ao ato ao lado do marido e dos quatro filhos. Para ela, Olmert cometeu "erros demais". "Deixe outra pessoa liderar o governo", afirmou.

No Parlamento, o premiê também enfrentou duras críticas nesta quinta-feira. O líder do partido de extrema-direita Likud, o ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, pediu hoje indiretamente no Knesset [Parlamento] a realização de eleições antecipadas. "É preciso voltar-se para o povo", porque "não há uma liderança responsável e sensata", disse.

Oposição interna

Ontem, Tzipi Livni defendeu publicamente a saída de Olmert.

Oded Balilty/AP
Multidão vai às ruas de Tel Aviv para pedir renúncia de premiê israelense Ehud Olmert
Multidão vai às ruas de Tel Aviv para pedir renúncia de premiê israelense Ehud Olmert
"Disse a ele que a renúncia seria a coisa certa a ser feita", afirmou ela a jornalistas depois de uma reunião de uma hora com o premiê. "Não é uma questão pessoal entre nós. A questão é mais importante do que nós dois", completou, citada pelo jornal "Haaretz".

Já em meio a especulações sobre um possível novo premiê, Livni afirmou que é contra a nomeação de um substituto de outro partido que não o Kadima (do qual tanto ela quanto Olmert fazem parte). A ministra expressou confiança de que a saída de Olmert facilitaria a formação de um governo diferente sem a necessidade de novas eleições, segundo o jornal israelense.

"Acho que convocar eleições gerais seriam um erro. Israel precisa de estabilidade. Se o premiê decidir renunciar, o Knesset (Parlamento) é capaz de formar outro governo. Acredito que precisamos de um governo mais amplo para lidar com os desafios do futuro", afirmou.

Livni também disse que concorreria pela liderança do partido. "O Kadima precisa escolher sua liderança de uma maneira democrática, e quando a hora chegar eu pretendo submeter minha candidatura. Agora é a hora de restaurara a confiança do público no governo".

Sessão

A sessão desta quinta-feira foi acompanhada no Parlamento por parentes de soldados mortos no combate de 2006. "Todos estão criticando, mas não devem se esquecer de que as Forças Armadas de Israel não foram derrotadas no Líbano, a milícia do Hizbollah não está mais na fronteira. Isso é um fracasso?", questionou o membro do Partido dos Aposentados, Moshé Sharoni, que faz parte da coalizão de governo.

02.mai.2007/AP
O premiê israelense, Ehud Olmert, sofre pressão popular para renunciar
O premiê israelense, Ehud Olmert, sofre pressão popular para renunciar
"Este governo permitiu a morte de 119 soldados e 44 civis israelenses por perseguir objetivos grandiosos e absurdos, e se vocês (Olmert e Peretz) tiverem vergonha, renunciariam", comentou a deputada do grupo pacifista Meretz-Yahad, Zahava Gal On.

O deputado árabe-israelense Ahmed Tibi disse que "o grande erro não foi o fracasso na condução do conflito, como diz o relatório da comissão, mas tê-lo empreendido".

Na sessão desta quinta-feira, Livni e Olmert sentaram lado a lado na primeira fileira do Parlamento, correspondente aos ministros do governo, mas quase não se falaram.

Olmert obteve na noite de ontem uma vitória política entre os 19 representantes do Kadima no Parlamento, que o apoiaram na recusa em renunciar.

Com Associated Press e Efe

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