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09/05/2007 - 08h00

Férias de Sarkozy provocam ironia e críticas na imprensa francesa

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da Efe, em Paris

As férias do presidente eleito francês, Nicolas Sarkozy, marcadas pelo luxo, provocaram uma onda de críticas e ironias entre a imprensa e os políticos, levando o próprio líder conservador a encurtar seu descanso, marcando para a noite de hoje o seu retorno a Paris.

Jornais franceses destacam nas suas primeiras páginas e nos editoriais as férias de Sarkozy. Ele e vários membros de sua família estão a bordo de um iate de 60 metros de comprimento, em águas de Malta. O grupo chegou ao local num avião particular, cedido, assim como o barco, pelo empresário Vincent Bolloré, dono de uma das maiores fortunas da França.

Dias antes das eleições do último domingo, em que venceu a socialista Ségolène Royal, Sarkozy afirmou que tiraria alguns dias de folga para refletir sobre a nova função presidencial.

7.mai.2007/AP
O presidente eleito, Nicolas Sarkozy, deixa hotel em Paris
O presidente eleito, Nicolas Sarkozy, deixa hotel em Paris
A imprensa especulou que o local do descanso poderia ser um mosteiro ou algum recanto tranqüilo da ilha de Córsega. No entanto, os jornais publicam nesta quarta-feira fotos de Sarkozy no luxuoso iate.

A imagem se une à de domingo à noite, quando Sarkozy foi a um exclusivo hotel e restaurante de Paris.

No dia seguinte, saiu de lá para suas férias, acompanhado de sua mulher, Cécilia.

Jornais de esquerda, como "Libération" e "L'Humanité", perguntaram com ironia se esta é a ruptura que o candidato prometia na sua campanha

O semanário satírico "Le Canard Enchainé" faz um trocadilho: "Isto começa mal" ("Ça commence Malte"). Também comenta a festa de Sarkozy, no domingo à noite, com seus "amigos do CAC-40", o índice das empresas mais capitalizadas da Bolsa de Paris.

Luxo

O nada esquerdista "Le Parisien" fala de "escapada dourada" e mostra como é o iate, cujo aluguel para três dias custa mais de 100 mil euros, fora os 90 mil euros do avião particular.

O conservador "Le Figaro" se mostra mais austero em seus comentários. Mas publica a opinião de um colaborador próximo a Sarkozy, que admite que as férias em Malta não foram a melhor idéia para alguém que durante a campanha disse ser "o candidato do povo" e representar "a França que madruga".

Políticos de esquerda e sindicatos carregam nas críticas ao luxo. Já os correligionários de Sarkozy justificam como podem a situação. Hoje, o ex-primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin disse que o presidente eleito fez bem em dar alguns dias "de felicidade excepcional" à sua família, que sofre uma "pesada carga".

Para Raffarin, Sarkozy deve começar a ser avaliado em 16 de maio, quando assumirá a Presidência e dedicará "cinco anos de serviço exclusivo aos franceses".

Contra os planos iniciais, Sarkozy assistirá amanhã a uma cerimônia comemorativa da abolição da escravidão, ao lado do presidente em fim de mandato, Jacques Chirac.

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