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15/05/2007
-
12h15
da Folha Online
Já chega a 25 o número de mortos na explosão de uma bomba no lobby de um hotel em Peshawar, no noroeste do Paquistão, que deixou outras 30 pessoas feridas terça-feira, informou a polícia local. O responsável pelo ataque, um homem-bomba que também morreu na explosão, trazia atada na perna uma mensagem em que ameaçava os "espiões americanos".
Segundo a polícia, a mensagem do suicida afirmava que "espiões da América" encontrarão o mesmo destino daqueles que morreram na explosão. A mensagem continua ainda a palavra persa "khurasan" --usada com freqüência em vídeos de militantes para descrever o Afeganistão.
Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Não há indicação de que a explosão tenha ligação com a violência do final de semana entre partidários do governo e membros da oposição, que deixou ao menos 41 mortos na cidade de Karachi (sul).
"Foi um ato terrorista, mas é cedo para especular quem está por trás dele", afirmou Syed Kamal Shah, chefe da polícia local.
Taleban
De acordo com a agência de notícias Reuters, corpos e poças de sangue foram vistas no lobby do Hotel Marhaba, que é bastante popular e fica perto da principal mesquita da região. A explosão ocorreu no mesmo local onde um parente do mulá Dadullah, comandante militar do Taleban morto pela Otan no último sábado no Afeganistão, foi preso há alguns dias.
Segundo a agência Associated Press, dois oficiais de segurança afirmaram que o parente de Dadullah foi preso no restaurante do hotel Marhaba. Os oficiais, que falaram em condição de anonimato, não explicaram se a prisão auxiliou os Estados Unidos a empreenderem o ataque que matou o mulá neste final de semana.
Dadullah era o mais proeminente comandante do Taleban [grupo extremista islâmico deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001, que controlava mais de 90% do Afeganistão] e considerado a "espinha dorsal" do grupo.
No entanto, Javed Iqbal Cheema, um alto oficial de contraterrorismo paquistanês, afirmou em uma entrevista coletiva que não acredita que o atentado de hoje tem relação com Dadullah e negou que o governo do Paquistão ofereceu qualquer informação para o ataque que o matou.
"Dadullah foi morto no Afeganistão e o Paquistão não ofereceu nenhuma informação sobre ele", disse Cheema em Islamabad.
O dono do restaurante do hotel, um homem com ligações com grupos anti-Taleban, também morreu no atentado, segundo a Associated Press.
Crise
O atentado deve acirrar a crise no Paquistão, onde as tentativas do governo de afastar um juiz, Iftikhar Chaudhry, de suas funções, por acusações de abuso de autoridade, ocasiona intensas manifestações na ruas contra o presidente Pervez Musharraf desde 9 de março.
Os protestos são a maior ameaça contra o governo de Musharraf, que também é chefe do Exército paquistanês e importante aliado dos EUA desde que chegou ao poder, em 1999.
A oposição acusa o presidente e o movimento pró-governista Muttahida Quami Movement (MQM) pela violência em Karachi. Além dos 41 mortos, outras 150 pessoas ficaram feridas.
Os confrontos foram ocasionados pela visita de Iftikhar Chaudhry à região e pela tentativa da polícia de impedir que seus simpatizantes fosse às ruas para apoiá-lo.
Musharraf atribuiu a culpa pelo episódio a Chaudhry, dizendo que ele "ignorou" os pedidos do governo para que não visitasse a região.
Greve
Nesta segunda-feira, a oposição convocou uma greve geral contra a violência do final de semana em todo o país, que foi seguida em Karachi e, em maior ou menor escala, em outras grandes cidades como Peshawar (norte), Lahore (este) e Quetta (oeste).
A greve coincidiu com o dia de luto declarado pelas autoridades, que proibiram toda manifestação ou procissão pública, exceto casamentos e funerais, e deslocaram 18 mil agentes para manter a ordem na cidade.
A oposição a Musharraf acusa o governo da Província de Sindh, da qual Karachi é capital, de ter permitido que tropas armadas pró-governo atacassem os seguidores do juiz sem a intervenção das forças de segurança.
Seis escritórios do MQM foram incendiados na noite de domingo (13), provavelmente por opositores indignados pela passividade das autoridades diante do massacre do sábado (12).
No Parlamento, legisladores da oposição deixaram o prédio dizendo em coro "Fora, Musharraf", o que forçou o adiamento de um debate a respeito da violência em Karachi.
Os legisladores da oposição também gritaram "Musharraf, assassino" e "MQM, assassinos".
Com Associated Press, Reuters e Efe
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Explosão mata 25 no Paquistão; terrorista faz nova ameaça
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Já chega a 25 o número de mortos na explosão de uma bomba no lobby de um hotel em Peshawar, no noroeste do Paquistão, que deixou outras 30 pessoas feridas terça-feira, informou a polícia local. O responsável pelo ataque, um homem-bomba que também morreu na explosão, trazia atada na perna uma mensagem em que ameaçava os "espiões americanos".
Mohammad Zubair/AP |
Paquistaneses observam local de explosão onde 25 pessoas morreram hoje em Peshawar |
Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Não há indicação de que a explosão tenha ligação com a violência do final de semana entre partidários do governo e membros da oposição, que deixou ao menos 41 mortos na cidade de Karachi (sul).
"Foi um ato terrorista, mas é cedo para especular quem está por trás dele", afirmou Syed Kamal Shah, chefe da polícia local.
Taleban
De acordo com a agência de notícias Reuters, corpos e poças de sangue foram vistas no lobby do Hotel Marhaba, que é bastante popular e fica perto da principal mesquita da região. A explosão ocorreu no mesmo local onde um parente do mulá Dadullah, comandante militar do Taleban morto pela Otan no último sábado no Afeganistão, foi preso há alguns dias.
arquivo/Reuters |
A Otan confirmou a morte do mulá Dadullah, comandante militar do Taleban |
Dadullah era o mais proeminente comandante do Taleban [grupo extremista islâmico deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001, que controlava mais de 90% do Afeganistão] e considerado a "espinha dorsal" do grupo.
No entanto, Javed Iqbal Cheema, um alto oficial de contraterrorismo paquistanês, afirmou em uma entrevista coletiva que não acredita que o atentado de hoje tem relação com Dadullah e negou que o governo do Paquistão ofereceu qualquer informação para o ataque que o matou.
"Dadullah foi morto no Afeganistão e o Paquistão não ofereceu nenhuma informação sobre ele", disse Cheema em Islamabad.
O dono do restaurante do hotel, um homem com ligações com grupos anti-Taleban, também morreu no atentado, segundo a Associated Press.
Crise
O atentado deve acirrar a crise no Paquistão, onde as tentativas do governo de afastar um juiz, Iftikhar Chaudhry, de suas funções, por acusações de abuso de autoridade, ocasiona intensas manifestações na ruas contra o presidente Pervez Musharraf desde 9 de março.
12.mai.2007/AP |
Simpatizantes da oposição paquistanesa queimam pneus em protesto em Karachi |
A oposição acusa o presidente e o movimento pró-governista Muttahida Quami Movement (MQM) pela violência em Karachi. Além dos 41 mortos, outras 150 pessoas ficaram feridas.
Os confrontos foram ocasionados pela visita de Iftikhar Chaudhry à região e pela tentativa da polícia de impedir que seus simpatizantes fosse às ruas para apoiá-lo.
Musharraf atribuiu a culpa pelo episódio a Chaudhry, dizendo que ele "ignorou" os pedidos do governo para que não visitasse a região.
Greve
Nesta segunda-feira, a oposição convocou uma greve geral contra a violência do final de semana em todo o país, que foi seguida em Karachi e, em maior ou menor escala, em outras grandes cidades como Peshawar (norte), Lahore (este) e Quetta (oeste).
A greve coincidiu com o dia de luto declarado pelas autoridades, que proibiram toda manifestação ou procissão pública, exceto casamentos e funerais, e deslocaram 18 mil agentes para manter a ordem na cidade.
A oposição a Musharraf acusa o governo da Província de Sindh, da qual Karachi é capital, de ter permitido que tropas armadas pró-governo atacassem os seguidores do juiz sem a intervenção das forças de segurança.
Seis escritórios do MQM foram incendiados na noite de domingo (13), provavelmente por opositores indignados pela passividade das autoridades diante do massacre do sábado (12).
No Parlamento, legisladores da oposição deixaram o prédio dizendo em coro "Fora, Musharraf", o que forçou o adiamento de um debate a respeito da violência em Karachi.
Os legisladores da oposição também gritaram "Musharraf, assassino" e "MQM, assassinos".
Com Associated Press, Reuters e Efe
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