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15/05/2007
-
16h21
da Folha Online
da Associated Press
O presidente da França, Jacques Chirac, 74, finalizou seu último dia no poder nesta terça-feira com um discurso de adeus à nação que ele liderou pelos últimos 12 anos. O líder entrega o poder amanhã para o presidente eleito, o conservador Nicolas Sarkozy, que se elegeu com promessas de uma ruptura com o passado.
Após deixar a Presidência, Chirac deverá se concentrar no trabalho em uma fundação internacional que pretende arrecadar fundos com base na reputação do líder.
Segundo assistentes, a fundação, semelhante a do ex-presidente americano Bill Clinton, se concentrará no desenvolvimento sustentável e no diálogo entre culturas diferentes, com foco na África. Ela deverá ser lançada ainda neste ano.
Chirac buscou chamar atenção para a temática ambiental durante sua Presidência, apesar de os críticos dizerem que ele tem mais palavras do que ações em qualquer assunto. Chirac sempre defendeu a compreensão e o diálogo intercultural acima da exportação de valores ocidentais.
A expectativa é de que as relações da França com a África se tornem mais afastadas e pragmáticas com a saída de Chirac, que prezou os laços com as ex-colônias francesas no continente.
Acusações
Em muitas ocasiões, Chirac foi um líder mais admirado no exterior do que na França, onde ele não conseguiu aprovar várias de suas prometidas reformas.
A despedida permitirá que o líder seja questionado por oficiais que investigam alegações sobre corrupção durante seu período de imunidade como presidente. As denúncias, em sua maioria, versam sobre a arrecadação ilícita de fundos para seu partido, o UMP.
À Europa Chirac disse seu adeus em uma visita a Berlim no dia 3 de maio. Em seu último grande encontro da União Européia, em março, ele insistiu na necessidade de um papel forte do bloco em um mundo "multipolar". A noção do mundo multipolar, uma constante na política externa de Chirac, baseou também sua oposição à invasão do Iraque pela coalizão liderada pelos Estados Unidos em 2003.
Legado misto
Em um de seus mais notórios fracassos, Chirac avaliou mal a preferência dos franceses ao defender a aprovação da Constituição Européia em um referendo em 2005. Os franceses, assim como os Holandeses, rejeitaram a Constituição e deixaram os esforços da UE em um impasse desde então.
Jornais franceses publicaram nesta terça-feira testemunhos do legado misto de Chirac. A capa do "Liberation", de inclinação esquerdista e crítico do presidente, Chirac aparece acenando da janela de um carro sob a manchete "Chirac escapa". Já no "Le Monde", Chirac exprime "o orgulho do dever cumprido".
Depois de sair do Palácio do Eliseu, Chirac e sua mulher, Bernadette, deverão se instalar temporariamente em um apartamento de luxo emprestado da família do premiê libanês Rafik Hariri, que foi assassinado em 2005 e era amigo do presidente.
Ele deverá receber uma aposentadoria da Presidência de cerca de US$ 8.120 mensais, além da aposentadoria como ex-prefeito de Paris e de outros cargos já ocupados.
Como ex-presidente, ele também tem automaticamente o direito de entrar para o Conselho Constitucional da França.
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da Associated Press
O presidente da França, Jacques Chirac, 74, finalizou seu último dia no poder nesta terça-feira com um discurso de adeus à nação que ele liderou pelos últimos 12 anos. O líder entrega o poder amanhã para o presidente eleito, o conservador Nicolas Sarkozy, que se elegeu com promessas de uma ruptura com o passado.
Jacky Naegelen/Reuters |
Jacques Chirac (esq.) cumprimenta premiê Dominique de Villepin |
Segundo assistentes, a fundação, semelhante a do ex-presidente americano Bill Clinton, se concentrará no desenvolvimento sustentável e no diálogo entre culturas diferentes, com foco na África. Ela deverá ser lançada ainda neste ano.
Chirac buscou chamar atenção para a temática ambiental durante sua Presidência, apesar de os críticos dizerem que ele tem mais palavras do que ações em qualquer assunto. Chirac sempre defendeu a compreensão e o diálogo intercultural acima da exportação de valores ocidentais.
A expectativa é de que as relações da França com a África se tornem mais afastadas e pragmáticas com a saída de Chirac, que prezou os laços com as ex-colônias francesas no continente.
Acusações
Em muitas ocasiões, Chirac foi um líder mais admirado no exterior do que na França, onde ele não conseguiu aprovar várias de suas prometidas reformas.
A despedida permitirá que o líder seja questionado por oficiais que investigam alegações sobre corrupção durante seu período de imunidade como presidente. As denúncias, em sua maioria, versam sobre a arrecadação ilícita de fundos para seu partido, o UMP.
À Europa Chirac disse seu adeus em uma visita a Berlim no dia 3 de maio. Em seu último grande encontro da União Européia, em março, ele insistiu na necessidade de um papel forte do bloco em um mundo "multipolar". A noção do mundo multipolar, uma constante na política externa de Chirac, baseou também sua oposição à invasão do Iraque pela coalizão liderada pelos Estados Unidos em 2003.
Legado misto
Em um de seus mais notórios fracassos, Chirac avaliou mal a preferência dos franceses ao defender a aprovação da Constituição Européia em um referendo em 2005. Os franceses, assim como os Holandeses, rejeitaram a Constituição e deixaram os esforços da UE em um impasse desde então.
Jornais franceses publicaram nesta terça-feira testemunhos do legado misto de Chirac. A capa do "Liberation", de inclinação esquerdista e crítico do presidente, Chirac aparece acenando da janela de um carro sob a manchete "Chirac escapa". Já no "Le Monde", Chirac exprime "o orgulho do dever cumprido".
Depois de sair do Palácio do Eliseu, Chirac e sua mulher, Bernadette, deverão se instalar temporariamente em um apartamento de luxo emprestado da família do premiê libanês Rafik Hariri, que foi assassinado em 2005 e era amigo do presidente.
Ele deverá receber uma aposentadoria da Presidência de cerca de US$ 8.120 mensais, além da aposentadoria como ex-prefeito de Paris e de outros cargos já ocupados.
Como ex-presidente, ele também tem automaticamente o direito de entrar para o Conselho Constitucional da França.
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