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15/05/2007
-
20h10
da Folha Online
Apesar do fracasso das recentes negociações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre temas polêmicos como o plano americano de instalar um sistema de defesa no leste europeu, os dois países concordaram nesta terça-feira em abaixar o tom das críticas mútuas que relembraram a tensão da Guerra Fria nos últimos meses.
A promessa de redução das críticas foi feita durante a visita da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, a Moscou. Hoje, Rice se reuniu com Putin em sua residência oficial e afirmou a repórteres que "a retórica [das críticas] não ajuda e incomoda os americanos que estão fazendo o possível para manter uma relação equilibrada" com a Rússia.
Putin foi acusado de comparar recentemente a abordagem das relações exteriores americanas ao Terceiro Reich nazista, enquanto oficiais dos EUA criticaram duramente o "retrocesso da democracia" e a concentração de poder da Rússia.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, concordou com a afirmação de Rice e disse que Putin "apoiou o lado americano no entendimento de que é necessário abaixar o tom da retórica em declarações públicas e nos concentrarmos em negócios concretos".
As boas intenções, no entanto, não foram suficientes para que os dois países chegassem a qualquer acordo palpável sobre as atuais disputas no cenário internacional --notadamente o plano dos EUA de implantar um escudo antimísseis na República Tcheca e na Polônia, ao qual Moscou se opõe firmemente.
Apesar de repetir a oferta dos EUA para que a Rússia colabore com o sistema, Rice deixou claro que os EUA construiriam o escudo por cima das objeções russas se for necessário.
"Os EUA têm que ser capazes de usar tecnologia para se defender, e é isso que vamos fazer", disse Rice.
Cooperação
Depois das negociações entre Putin e Rice, ambos afirmaram que desejam trabalhar juntos para fortalecer a cooperação no uso pacífico da energia nuclear e para prevenir a proliferação de armas nucleares.
"Nós queremos ser parceiros reais com os EUA e espero que isso seja mútuo", disse Lavrov em uma entrevista coletiva ao lado da secretária de Estado.
Ele admitiu na entrevista que ainda não há solução para o desacordo sobre o plano de oferecer à Província sérvia de Kosovo independência do governo em Belgrado sob supervisão da União Européia. Os russos afirmam que só apoiaram qualquer plano a respeito da Província caso ele seja aprovado pela Sérvia.
Já Rice disse que "é preciso reconhecer que Kosovo nunca mais será parte da Sérvia. Não é possível". A secretária americano afirmou ainda que Lavrov assegurou que o discurso de Putin sobre o Terceiro Reich foi mal compreendido, e que na verdade o presidente russo fez uma alusão a extremistas, e não aos Estados Unidos.
Guerra Fria
Antes de partir rumo a Moscou, a chefe da diplomacia americana criticou o suposto retrocesso democrático que ocorreu nos últimos anos na Rússia e a excessiva concentração de poder nas mãos do Kremlin.
Ela negou, no entanto, que as críticas mútuas entre os EUA e a Rússia poderiam formar uma situação similar à da Guerra Fria.
"É uma relação complicada, mas não é nada comparável à hostilidade implacável" dos tempos da Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética, disse Rice.
A visita de Rice tem o objetivo complementar de esboçar a agenda da reunião bilateral que Putin e o presidente americano, George W. Bush, realizarão durante a próxima cúpula do G8 --sete países mais industrializados e a Rússia--, na Alemanha.
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Apesar do fracasso das recentes negociações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre temas polêmicos como o plano americano de instalar um sistema de defesa no leste europeu, os dois países concordaram nesta terça-feira em abaixar o tom das críticas mútuas que relembraram a tensão da Guerra Fria nos últimos meses.
Alexander Zemlianichenko/AP |
Condoleezza Rice e Sergey Lavrov chegam para entrevista coletiva hoje em Moscou |
Putin foi acusado de comparar recentemente a abordagem das relações exteriores americanas ao Terceiro Reich nazista, enquanto oficiais dos EUA criticaram duramente o "retrocesso da democracia" e a concentração de poder da Rússia.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, concordou com a afirmação de Rice e disse que Putin "apoiou o lado americano no entendimento de que é necessário abaixar o tom da retórica em declarações públicas e nos concentrarmos em negócios concretos".
As boas intenções, no entanto, não foram suficientes para que os dois países chegassem a qualquer acordo palpável sobre as atuais disputas no cenário internacional --notadamente o plano dos EUA de implantar um escudo antimísseis na República Tcheca e na Polônia, ao qual Moscou se opõe firmemente.
Apesar de repetir a oferta dos EUA para que a Rússia colabore com o sistema, Rice deixou claro que os EUA construiriam o escudo por cima das objeções russas se for necessário.
"Os EUA têm que ser capazes de usar tecnologia para se defender, e é isso que vamos fazer", disse Rice.
Cooperação
Depois das negociações entre Putin e Rice, ambos afirmaram que desejam trabalhar juntos para fortalecer a cooperação no uso pacífico da energia nuclear e para prevenir a proliferação de armas nucleares.
AP/Reuters |
Vladimir Putin e Condoleeza Rice se comprometeram a abaixar tom das críticas |
Ele admitiu na entrevista que ainda não há solução para o desacordo sobre o plano de oferecer à Província sérvia de Kosovo independência do governo em Belgrado sob supervisão da União Européia. Os russos afirmam que só apoiaram qualquer plano a respeito da Província caso ele seja aprovado pela Sérvia.
Já Rice disse que "é preciso reconhecer que Kosovo nunca mais será parte da Sérvia. Não é possível". A secretária americano afirmou ainda que Lavrov assegurou que o discurso de Putin sobre o Terceiro Reich foi mal compreendido, e que na verdade o presidente russo fez uma alusão a extremistas, e não aos Estados Unidos.
Guerra Fria
Antes de partir rumo a Moscou, a chefe da diplomacia americana criticou o suposto retrocesso democrático que ocorreu nos últimos anos na Rússia e a excessiva concentração de poder nas mãos do Kremlin.
Ela negou, no entanto, que as críticas mútuas entre os EUA e a Rússia poderiam formar uma situação similar à da Guerra Fria.
"É uma relação complicada, mas não é nada comparável à hostilidade implacável" dos tempos da Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética, disse Rice.
A visita de Rice tem o objetivo complementar de esboçar a agenda da reunião bilateral que Putin e o presidente americano, George W. Bush, realizarão durante a próxima cúpula do G8 --sete países mais industrializados e a Rússia--, na Alemanha.
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