Publicidade
Publicidade
18/05/2007
-
09h42
da Efe, em Londres
O mundo está perdendo a última oportunidade de conseguir a paz no Oriente Médio e corre o risco de levar o conflito palestino-israelense a continuar indefinidamente, alertou o rei da Jordânia, Abdullah 2º.
Em declarações ao jornal britânico "The Times", o rei jordaniano admitiu que a criação de um Estado palestino viável, para encerrar um conflito de 60 anos, é a cada dia menos provável.
Ele apontou como obstáculos a contínua construção por Israel de assentamentos judaicos e do muro de segurança na Cisjordânia. Assim, um futuro Estado palestino pareceria um "queijo suíço", com um território cheio de buracos, observou.
"O tempo que temos é limitado fisicamente. Poderemos perder a oportunidade de criar um futuro Estado palestino. Daí a urgência. A situação está muito distante do ideal. Mas estamos contra a parede, e o tempo está acabando", analisou.
Abdullah mostrou a sua preocupação com a violência em Gaza entre os diferentes grupos palestinos. "É algo que inquieta profundamente a todos nós. Espero que aqueles com a cabeça mais fria se imponham", disse.
"Árabes e muçulmanos compreendem que esta é a nossa última chance. Acho que israelenses e palestinos também começam a compreender. Os dois lados precisam falar com seus irmãos e dar um passo atrás, porque, se continuarem assim, perderemos a oportunidade".
Parte do problema, diz o jornal, é a falta de líderes internacionais. A França e o Reino Unido têm novos dirigentes com pouca experiência. Além disso, o governo americano está enfraquecido e sua maior atenção se dirige à Guerra do Iraque.
Alemanha
Segundo Abdullah 2º, a única esperança no horizonte está em Berlim. "A visão da chanceler federal alemã Angela Merkel sobre o Oriente Médio me surpreendeu positivamente", disse.
O problema do Iraque é outra fonte de preocupação para o rei. Ele advertiu que, se o país cair numa guerra civil, o conflito deverá se estender além das suas fronteiras.
"Se aumentar o êxodo de iraquianos rumo à Jordânia, o dano será enorme", previu.
Além disso, afirmou, os EUA e seus aliados devem evitar a tentação de atacar o Irã. "O que menos precisamos agora é enfrentar outra crise. Um ataque ao Irã seria desastroso. Não se pode tratar o problema iraniano de modo isolado. Tudo está interligado. Atacando o Irã, haverá um efeito dominó sobre Iraque, Síria, Líbano e outros países", avisou.
Abdullah confirmou seus planos de construção de uma usina nuclear na Jordânia, mas prometeu se afastar de atividades relacionadas com o enriquecimento do urânio, que podem ter uso militar.
"A Jordânia dará o exemplo de como atuar nestes casos, com transparência. Somos um país pequeno e buscamos os sistemas mais limpos e eficientes. Eu mesmo fui militar, e tenho fobia a tudo o que seja nuclear", explicou.
Leia mais
Israel realiza novos ataques aéreos contra alvos do Hamas em Gaza
Análise: Lideranças vulneráveis põem palestinos contra palestinos
Palestinos renovam pacto para pôr fim à violência em Gaza
Após confrontos em Gaza, ministro palestino do Interior renuncia
Confrontos entre palestinos em Gaza deixam quatro mortos
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Hamas e Fatah
Leia a cobertura completa sobre o Oriente Médio
Rei da Jordânia diz que mundo está perdendo "última chance de paz"
Publicidade
O mundo está perdendo a última oportunidade de conseguir a paz no Oriente Médio e corre o risco de levar o conflito palestino-israelense a continuar indefinidamente, alertou o rei da Jordânia, Abdullah 2º.
Em declarações ao jornal britânico "The Times", o rei jordaniano admitiu que a criação de um Estado palestino viável, para encerrar um conflito de 60 anos, é a cada dia menos provável.
Ele apontou como obstáculos a contínua construção por Israel de assentamentos judaicos e do muro de segurança na Cisjordânia. Assim, um futuro Estado palestino pareceria um "queijo suíço", com um território cheio de buracos, observou.
"O tempo que temos é limitado fisicamente. Poderemos perder a oportunidade de criar um futuro Estado palestino. Daí a urgência. A situação está muito distante do ideal. Mas estamos contra a parede, e o tempo está acabando", analisou.
Abdullah mostrou a sua preocupação com a violência em Gaza entre os diferentes grupos palestinos. "É algo que inquieta profundamente a todos nós. Espero que aqueles com a cabeça mais fria se imponham", disse.
"Árabes e muçulmanos compreendem que esta é a nossa última chance. Acho que israelenses e palestinos também começam a compreender. Os dois lados precisam falar com seus irmãos e dar um passo atrás, porque, se continuarem assim, perderemos a oportunidade".
Parte do problema, diz o jornal, é a falta de líderes internacionais. A França e o Reino Unido têm novos dirigentes com pouca experiência. Além disso, o governo americano está enfraquecido e sua maior atenção se dirige à Guerra do Iraque.
Alemanha
Segundo Abdullah 2º, a única esperança no horizonte está em Berlim. "A visão da chanceler federal alemã Angela Merkel sobre o Oriente Médio me surpreendeu positivamente", disse.
O problema do Iraque é outra fonte de preocupação para o rei. Ele advertiu que, se o país cair numa guerra civil, o conflito deverá se estender além das suas fronteiras.
"Se aumentar o êxodo de iraquianos rumo à Jordânia, o dano será enorme", previu.
Além disso, afirmou, os EUA e seus aliados devem evitar a tentação de atacar o Irã. "O que menos precisamos agora é enfrentar outra crise. Um ataque ao Irã seria desastroso. Não se pode tratar o problema iraniano de modo isolado. Tudo está interligado. Atacando o Irã, haverá um efeito dominó sobre Iraque, Síria, Líbano e outros países", avisou.
Abdullah confirmou seus planos de construção de uma usina nuclear na Jordânia, mas prometeu se afastar de atividades relacionadas com o enriquecimento do urânio, que podem ter uso militar.
"A Jordânia dará o exemplo de como atuar nestes casos, com transparência. Somos um país pequeno e buscamos os sistemas mais limpos e eficientes. Eu mesmo fui militar, e tenho fobia a tudo o que seja nuclear", explicou.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice