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Líder da Mesquita Vermelha de Islamabad é preso vestido de mulher
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da France Presse, em Islamabad
O líder da Mesquita Vermelha em Islamabad, Abdul Aziz, foi preso nesta quarta-feira quando tentava fugir do edifício cercado pelas forças de segurança, informou o ministro da Informação paquistanês, Mohammad Ali Durrani. Aziz tentou fugir vestido com uma burca, vestimenta tradicional feminina.
"Ele não impôs resistência", informou uma autoridade das forças de segurança. Abdul Aziz se escondeu em meio a um grupo de mulheres vestidas com burcas --roupa que cobre a cabeça e o corpo e esconde o rosto.
"Ele era o último de um grupo de sete mulheres, mas nossos homens notaram um problema. Os outros membros do grupo se pareciam com mulheres, mas ele era mais alto e barrigudo", informou o oficial.
Após a captura de Aziz, cerca de 1.100 estudantes islâmicos teriam se entregado às autoridades na Mesquita Vermelha (Lal Masjid), informaram fontes governamentais.
"Mais de 1.100 estudantes, a maioria deles homens, se renderam. Há uma longa fila de pessoas esperando para sair da mesquita; é uma grande confusão", declarou um funcionário do governo que solicitou o anonimato.
Confrontos
As autoridades estabeleceram nesta quarta-feira um cessar-fogo em torno do prédio da Mesquita, um dia depois de confrontos que deixaram 16 mortos. Os policiais ameaçaram atirar em qualquer pessoa que fosse vista armada.
Veículos blindados estavam posicionados nas proximidades da mesquita, sobrevoada por helicópteros do Exército.
O ministro Ali Durrani afirmou durante à imprensa que o governo cuida "para que haja o menor número de perdas humanas possível durante toda a operação contra Lal Masjid."
Milhares de estudantes com idades entre dez e 20 anos freqüentavam os cursos da escola corânica da Mesquita Vermelha. Segundo as autoridades, a mesquita também serviria de refúgio para membros do movimento islâmico Taleban, que combatem no Afeganistão apoiados por paquistaneses.
"O presidente [paquistanês, Pervez] Musharraf havia anunciado que pagaria 5.000 rúpias (cerca de US$ 83) a cada pessoa que deixasse o local por vontade própria", anunciou o secretário paquistanês da Informação, Anwar Mehmood.
Mortos e feridos
Os estudantes que deixavam a mesquita afirmaram que dois corpos e vários feridos estavam dentro do local.
Na manhã desta quarta-feira, um dos líderes religiosos da mesquita disse à TV local que havia oferecido uma rendição condicional.
"Estamos dispostos a depor as armas se tivermos garantias por escrito que não atacarão e não efetuarão operação alguma", afirmou Abdul Rashid Ghazi, irmão de Abdul Aziz.
Abdul Rashid Ghazi havia negado a presença de terroristas suicidas no interior da mesquita, mas assegurou que os estudantes entrincheirados tinham alimentos em quantidade suficiente para permanecer "pelo tempo que Alá desejar".
Os recentes episódios de violência ocorrem depois de meses de tensão na Mesquita Vermelha, onde os líderes radicais desafiaram a autoridade do presidente paquistanês Pervez Musharraf ao seqüestrar no dia 23 de junho vários civis chineses e paquistaneses durante uma "campanha de moralização".
A prisão do líder da Mesquita Vermelha representa um grande trunfo para o governo de Musharraf, fiel aliado dos Estados Unidos e cada vez mais pressionado a agir contra os radicais deste complexo religioso.
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