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04/07/2007 - 20h20

Explosões e tiroteios sacodem mesquita radical no Paquistão

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da Folha Online

Várias explosões e barulho de tiros foram ouvidos na madrugada desta quinta-feira (noite de quarta-feira em Brasília) na região da Mesquita Vermelha, em Islamabad (Paquistão), segundo relatos de testemunhas. A mesquita, tida como base de islâmicos radicais no Paquistão, foi cercada pela polícia após confrontos que deixaram ao menos 16 mortos ontem.

A causa das explosões ainda não é conhecida. Momentos antes do episódio, veículos blindados haviam se posicionado nas imediações da mesquita, segundo a agência Associated Press. A região está submetida a um toque de recolher há mais de 24 horas.

03.jul.2007/Reuters
Estudante paquistanês passa perto de chamas durante confrontos desta terça-feira
Estudante paquistanês passa perto de chamas durante confrontos desta terça-feira

Os incidentes ocorrem poucas horas depois da captura do líder da Mesquita Vermelha (Lal Masjid), Abdul Aziz, que tentou fugir do cerco policial disfarçado de mulher.

Após a captura de Aziz, que vestia uma burca, cerca de 1.100 estudantes islâmicos teriam se entregado às autoridades, informaram fontes governamentais.

"Mais de 1.100 estudantes, a maioria deles homens, se renderam. Há uma longa fila de pessoas esperando para sair da mesquita; é uma grande confusão", declarou um funcionário do governo que solicitou o anonimato.

Os recentes episódios de violência são resultado de meses de tensão na Mesquita Vermelha, onde os líderes radicais desafiaram a autoridade do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, ao seqüestrar vários civis chineses e paquistaneses durante uma "campanha de moralização".

A prisão do líder da Mesquita Vermelha representa um grande trunfo para o governo de Musharraf, fiel aliado dos Estados Unidos e cada vez mais pressionado a agir contra os radicais deste complexo religioso.

Confrontos

As autoridades haviam estabelecido nesta quarta-feira um cessar-fogo em torno do prédio da Mesquita, um dia depois de confrontos que deixaram 16 mortos. Os policiais ameaçaram atirar em qualquer pessoa que fosse vista armada.

Veículos blindados estavam posicionados nas proximidades da mesquita, sobrevoada por helicópteros do Exército.

O ministro Ali Durrani afirmou durante à imprensa que o governo cuida "para que haja o menor número de perdas humanas possível durante toda a operação contra Lal Masjid."

Milhares de estudantes com idades entre dez e 20 anos freqüentavam os cursos da escola corânica da Mesquita Vermelha. Segundo as autoridades, a mesquita também serviria de refúgio para membros do movimento islâmico Taleban, que combatem no Afeganistão apoiados por paquistaneses.

"O presidente [paquistanês, Pervez] Musharraf havia anunciado que pagaria 5.000 rúpias (cerca de US$ 83) a cada pessoa que deixasse o local por vontade própria", anunciou o secretário paquistanês da Informação, Anwar Mehmood.

Mortos e feridos

Os estudantes que deixavam a mesquita afirmaram que dois corpos e vários feridos estavam dentro do local.

Na manhã desta quarta-feira, um dos líderes religiosos da mesquita disse à TV local que havia oferecido uma rendição condicional.

"Estamos dispostos a depor as armas se tivermos garantias por escrito que não atacarão e não efetuarão operação alguma", afirmou Abdul Rashid Ghazi, irmão de Abdul Aziz.

Abdul Rashid Ghazi havia negado a presença de terroristas suicidas no interior da mesquita, mas assegurou que os estudantes entrincheirados tinham alimentos em quantidade suficiente para permanecer "pelo tempo que Alá desejar".

Com Associated Presse e France Presse

 

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