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Explosão atinge Parlamento; caminhão-bomba destrói ponte em Bagdá
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da Folha Online
Uma forte explosão atingiu nesta quinta-feira um restaurante localizado dentro do Parlamento iraquiano em Bagdá, deixando um número não-determinado de feridos.
A explosão ocorreu perto da caixa registradora do café, em um momento em que membros do Parlamento, que estava em sessão hoje, almoçavam no local.
O prédio do Parlamento fica dentro da Zona Verde, área fortemente policiada onde se encontra também a Embaixada dos Estados Unidos. Insurgentes raramente conseguem entrar na região fortificada para realizar atentados.
Ali Abbas/Reuters |
Explosão destrói ponte que liga regiões leste e oeste de Bagdá |
Recentemente, o Exército dos EUA informou que dois cinturões com explosivos foram encontrados dentro da Zona Verde. Não há informações sobre legisladores feridos.
Também nesta quinta-feira, a explosão de um caminhão-bomba matou ao menos sete pessoas e atingiu uma importante ponte do norte de Bagdá, destruindo grande parte da estrutura de ferro e lançando cinco veículos dentro do rio Tigre, segundo a polícia.
Dois grandes trechos da ponte Sarafiya, que liga as regiões leste e oeste de Bagdá, foram derrubados e também caíram dentro das águas do rio.
Entre os mortos estavam quatro policiais que se afogaram depois que o veículo onde estavam caiu no rio e foi levado pela correnteza, de acordo com informações da polícia.
Forças americanas e iraquianas lançaram uma operação de segurança na capital há dois meses. A ação diminui os crimes cometidos por esquadrões da morte, mas explosões com carros-bomba e caminhões-bomba continuam a atingir a capital e outras regiões do país.
A destruição da ponte deve prejudicar o tráfego de veículos no norte de Bagdá. Outras duas pontes que atravessam o rio Tigre na mesma região foram interditadas por precaução.
Dezenas de pontes cruzam o rio Tigre em Bagdá, ligando o leste ao oeste da cidade.
Operação de segurança
Desde meados de fevereiro, Bagdá vive uma nova operação de segurança idealizada pelos EUA que tenta evitar a derrocada final da violência sectária entre xiitas e sunitas para uma guerra civil total.
O porta-voz do Exército americano, William Caldwell, afirmou ontem que, pelo terceiro mês consecutivo, o número de mortes caiu em Bagdá, mas admitiu que no mesmo período a violência aumentou em outras áreas do Iraque.
"Os serviços de inteligência iranianos estão ativos aqui no Iraque tanto provendo fundos quanto armas e munição aos insurgentes", disse o porta-voz, que afirmou ainda que alguma ajuda também estava sendo dada a sunitas (e não apenas aos xiitas).
Caldwell disse também que insurgentes estavam sendo treinados no Irã para o uso de um tipo de bombas que são colocadas em estradas e já mataram mais de 170 soldados americanos.
Irã
A acusação americana aconteceu em meio a renovadas pressões do Irã ao governo do Iraque pela libertação de cinco iranianos detidos por forças dos EUA no país árabe.
O Irã ameaçou se retirar de uma conferência internacional sobre o Iraque no próximo mês caso o impasse não se resolva, segundo a mídia iraniana.
Teerã afirma que os cinco, que foram detidos em uma operação no nordeste do Iraque em janeiro, são diplomatas. Washington os acusa de terem ligações com a Guarda Revolucionária do Irã, que segundo os EUA está treinando os insurgentes no Iraque.
Os EUA acusam Teerã de tentar desestabilizar o Iraque e afirmam que armas feitas no Irã estão cada vez mais sendo usadas em ataques no país árabe. O Irã nega as acusações.
Violência sectária
Desde o ataque contra uma mesquita xiita em Samarra, em fevereiro de 2006, uma nova onda de violência sectária atingiu o Iraque.
A maioria dos sunitas vive no oeste da cidade, e grande parte dos xiitas vive no leste.
"Há uma conspiração para isolar as duas metades de Bagdá", afirmou o porta-voz do Parlamento, o sunita Mahmoud Mashhadani, após o ataque à ponte nesta quinta-feira.
O presidente americano, George W. Bush, pretende enviar 30 mil soldados adicionais ao Iraque para ajudar na operação de segurança em Bagdá.
Cerca de 100 mil soldados americanos e iraquianos já estão destacados na capital. O reforço nas tropas deve chegar ao país no final de maio.
Com agências internacionais
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