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Candidatos usam morte de King para falar de pobreza
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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Washington
Os 40 anos do assassinato de Martin Luther King Jr. serviram de mote ontem para que os candidatos a suceder George W. Bush politizassem o evento e usassem as homenagens ao líder civil para prometer ações antipobreza nos EUA ou acertar contas com o passado.
Em Memphis, no Tennessee, onde o ativista negro foi morto em 4 de abril de 1968, a democrata Hillary Clinton chegou a anunciar a criação do cargo de "czar antipobreza" caso vença as eleições em novembro.
"Acredito que nós deveríamos ter um cargo no gabinete que seria inteiramente dedicado a acabar com a pobreza atual nos EUA", disse a ex-primeira-dama, depois de lembrar o quanto ficou chocada quando ouviu a notícia do assassinato do líder negro, quando ela tinha 20 anos. "O presidente perguntaria ao "czar antipobreza", "O que você fez hoje para acabar com a pobreza nos EUA?"."
As declarações dela têm dois alvos certos: o eleitorado negro --ainda hoje há 25 milhões de negros abaixo da linha de pobreza nos EUA, ante 40 milhões quando da morte de King--, que vem favorecendo Barack Obama nas prévias do partido, e os eleitores do ex-candidato John Edwards, que fez da luta contra as desigualdades sua bandeira, desistiu da corrida em fevereiro e ainda não declarou apoio a ninguém.
Já Obama, único negro da corrida, surpreendeu por não ir ao Tennessee nem a Atlanta, na Geórgia, onde King nasceu. Em vez disso, visitou os Estados de Dakota do Norte, Indiana e Montana. Falando em Fort Wayne, Indiana, o democrata seguiu o mesmo tom de Hillary ao dizer que a luta de King era mais do que apenas por justiça racial --era pela justiça social.
"Acho que também vale a pena refletir sobre o que o dr. King fazia em Memphis quando apareceu naquela varanda a caminho de seu jantar", discursou, aludindo ao motel em que King foi morto, aos 39 anos, por James Earl Ray (1928-98), um fugitivo branco de uma penitenciária. "Ele estava se oferecendo para lutar com os trabalhadores sanitários."
"Era uma luta por justiça econômica, pela oportunidade que deveria estar disponível às pessoas de todas as raças e extrações", discursou Obama, depois de dizer a repórteres que não temia que sua ausência de Memphis fosse mal compreendida, pois já havia falado sobre o líder negro em duas ocasiões anteriores na atual campanha.
"Porque o dr. King compreendeu que a luta por justiça econômica e a luta por justiça racial são na verdade a mesma, que cada uma faz parte de uma luta maior por liberdade, dignidade e humanidade."
Desculpas
Já McCain disse que King parece hoje "um homem maior" do que há quarenta anos. "A qualidade de seu caráter só ficou mais evidente", disse o senador, falando do pátio do motel em Memphis, hoje também um museu de direitos civis, a uma platéia eminentemente negra, que por vezes chegou a interrompê-lo. O republicano foi um dos votos contrários à oficialização, nos anos 80, do Dia de Martin Luther King Jr., feriado que acabou sendo aprovado e hoje é celebrado na terceira segunda-feira de janeiro.
Ao longo do dia, centenas de eventos ocorreram pelo país, a maioria, focada em Memphis e Atlanta. "Quarenta anos depois, sua mensagem continua mais atual do que nunca", disse à Folha o advogado Clarence J. Thomas, que ajudou na confecção do discurso "Eu Tenho um Sonho" ("I Have a Dream").
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Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
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