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05/04/2008 - 10h09

Candidatos usam morte de King para falar de pobreza

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SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Washington

Os 40 anos do assassinato de Martin Luther King Jr. serviram de mote ontem para que os candidatos a suceder George W. Bush politizassem o evento e usassem as homenagens ao líder civil para prometer ações antipobreza nos EUA ou acertar contas com o passado.

Em Memphis, no Tennessee, onde o ativista negro foi morto em 4 de abril de 1968, a democrata Hillary Clinton chegou a anunciar a criação do cargo de "czar antipobreza" caso vença as eleições em novembro.

"Acredito que nós deveríamos ter um cargo no gabinete que seria inteiramente dedicado a acabar com a pobreza atual nos EUA", disse a ex-primeira-dama, depois de lembrar o quanto ficou chocada quando ouviu a notícia do assassinato do líder negro, quando ela tinha 20 anos. "O presidente perguntaria ao "czar antipobreza", "O que você fez hoje para acabar com a pobreza nos EUA?"."

As declarações dela têm dois alvos certos: o eleitorado negro --ainda hoje há 25 milhões de negros abaixo da linha de pobreza nos EUA, ante 40 milhões quando da morte de King--, que vem favorecendo Barack Obama nas prévias do partido, e os eleitores do ex-candidato John Edwards, que fez da luta contra as desigualdades sua bandeira, desistiu da corrida em fevereiro e ainda não declarou apoio a ninguém.

Já Obama, único negro da corrida, surpreendeu por não ir ao Tennessee nem a Atlanta, na Geórgia, onde King nasceu. Em vez disso, visitou os Estados de Dakota do Norte, Indiana e Montana. Falando em Fort Wayne, Indiana, o democrata seguiu o mesmo tom de Hillary ao dizer que a luta de King era mais do que apenas por justiça racial --era pela justiça social.

"Acho que também vale a pena refletir sobre o que o dr. King fazia em Memphis quando apareceu naquela varanda a caminho de seu jantar", discursou, aludindo ao motel em que King foi morto, aos 39 anos, por James Earl Ray (1928-98), um fugitivo branco de uma penitenciária. "Ele estava se oferecendo para lutar com os trabalhadores sanitários."

"Era uma luta por justiça econômica, pela oportunidade que deveria estar disponível às pessoas de todas as raças e extrações", discursou Obama, depois de dizer a repórteres que não temia que sua ausência de Memphis fosse mal compreendida, pois já havia falado sobre o líder negro em duas ocasiões anteriores na atual campanha.

"Porque o dr. King compreendeu que a luta por justiça econômica e a luta por justiça racial são na verdade a mesma, que cada uma faz parte de uma luta maior por liberdade, dignidade e humanidade."

Desculpas

Já McCain disse que King parece hoje "um homem maior" do que há quarenta anos. "A qualidade de seu caráter só ficou mais evidente", disse o senador, falando do pátio do motel em Memphis, hoje também um museu de direitos civis, a uma platéia eminentemente negra, que por vezes chegou a interrompê-lo. O republicano foi um dos votos contrários à oficialização, nos anos 80, do Dia de Martin Luther King Jr., feriado que acabou sendo aprovado e hoje é celebrado na terceira segunda-feira de janeiro.

Ao longo do dia, centenas de eventos ocorreram pelo país, a maioria, focada em Memphis e Atlanta. "Quarenta anos depois, sua mensagem continua mais atual do que nunca", disse à Folha o advogado Clarence J. Thomas, que ajudou na confecção do discurso "Eu Tenho um Sonho" ("I Have a Dream").

Leia discursos dos pré-candidatos à Presidência dos EUA sobre Martin Luther King

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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