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Chanceler alemã chama de "farsa" segundo turno no Zimbábue
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da Efe, em Berlim
A chanceler alemã, Angela Merkel, chamou de "farsa" o segundo turno das eleições presidenciais no Zimbábue e anunciou que defenderá um endurecimento das sanções da UE (União Européia) contra o regime de Robert Mugabe.
"Como presidente, Mugabe perdeu qualquer legitimidade", disse a chanceler, em entrevista que será publicada na edição de amanhã do jornal "Die Welt".
Merkel afirma que "a última rodada das presidenciais foi uma farsa" e pede à UA (União Africana) que "aja em conseqüência" na cúpula que essa organização inaugurará amanhã no Egito. "É preciso colocar fim ao sofrimento da população, à qual o regime arbitrário de Mugabe fez tantas vítimas", acrescenta.
As autoridades eleitorais do Zimbábue declararam hoje que Mugabe --que está no poder há 28 anos-- venceu o segundo turno da eleição presidencial nas principais cidades do país, de acordo com dados regionais que estão sendo divulgados hoje. Resultados de oito das dez Províncias do país deram a Mugabe uma "liderança inatacável", segundo a rede estatal de TV.
Mugabe já tinha a vitória assegurada nas eleições em que era candidato único --uma vez que o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, boicotou o pleito após intensa pressão das forças governistas e da violência contra o MDC.
O nome de Tsvangirai foi impresso na cédula depois que as autoridades eleitorais rechaçaram a decisão do opositor de se retirar do pleito no último dia 22. O líder opositor, então se refugiou na Embaixada da Holanda, e deixou o local no dia 25. Ele alega ter vencido o primeiro turno da eleição, no dia 29 de março, embora os resultados oficiais divulgados pelo governo apontem que ele não alcançou os mais de 50% necessários.
Tsvangirai rejeitou hoje o convite para comparecer à cerimônia de posse de Mugabe programada para acontecer neste domingo. Ele alegou que a possa não faz sentido, após uma eleição ilegítima. O líder opositor disse que irá pedir à UA que não reconheça a reeleição de Mugabe --que está no poder há 28 anos. "A posse como um todo é sem sentido, até onde posso ver, por isso não posso dar apoio a um mandato ao qual sou totalmente oposto (...) O mundo inteiro condenou, e o povo zimbabuano não dará a esse mandato legitimidade e apoio."
Mugabe vem recebendo pressões, dentro e fora da África, para negociar com Tsvangirai sobre a economia e a política do Zimbábue. Observadores do Parlamento Pan-Africano --um dos poucos grupos que pode acompanhar a realização da votação do segundo turno da eleição presidencial na sexta-feira (27)-- disseram que o pleito foi tão fraudulento que deveria ser realizado de novo.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou ontem ter pedido mais sanções contra o governo "ilegítimo" do ditador zimbabuano. Bush chamou o segundo turno da eleição no Zimbábue de "farsa" e disse que irá para que a ONU (Organização das Nações Unidas) aprove --entre outros-- um embargo de armas ao país.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, informou neste sábado que está pensando "muito seriamente" em determinar a saída do embaixador italiano de Harare (capital do Zimbábue), como forma de enviar um 'sinal político' da desaprovação do governo italiano do processo eleitoral no país africano, segundo a agência de notícias Ansa.
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