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Rússia anuncia saída, mas Geórgia diz que não há sinal de retirada
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da Folha Online
A Rússia anunciou nesta segunda-feira que suas tropas começaram a se retirar da Geórgia, mas as autoridades de Tbilisi negaram a informação e acusaram Moscou, inclusive, de aprofundar seu avanço em território georgiano.
O Ministério das Relações Exteriores da Geórgia afirmou que não há sinal de que as tropas russas estejam se retirando como o prometido e que, na verdade, elas estariam ampliando sua presença no país.
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"Não há sinais até agora que as forças russas estejam se retirando", disse o vice-ministro das Relações Exteriores à agência de notícias Reuters. "Pelo contrário. Eles estão se espalhando para outras regiões", afirmou, sem dar detalhes.
Apesar de ter anunciado o início da retirada da zona de conflito, o Estado-Maior russo também não deixou claro o que a Rússia acredita ser a região conflituosa de onde eles estariam saindo. Na cidade georgiana de Gori, por exemplo, não havia sinal de recuo russo, segundo fontes citadas pelas agências internacionais.
O comunicado emitido pelo subchefe do Estado-Maior do Exército russo, coronel-general Anatoly Nogovitsyn, foi divulgado em meio a incertezas sobre se a Rússia estava cumprindo a promessa feita ontem pelo presidente Dmitri Medvedev de começar a retirada nesta segunda-feira.
Recuo
"Hoje, segundo o plano de paz, começou o recuo das tropas de paz e das forças de apoio na região", afirmou Nogovitsyn, em entrevista coletiva.
"Queria precisar termos. Existe o conceito de retirada e o de recuo. Na conversa do presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, só se falou de recuo", disse o general russo, que acrescentou: "Espero que tenham percebido isto. Não se trata de uma retirada".
Alexander Zemlianichenko/AP |
Coronel-general Anatoly Nogovitsyn anuncia o início da retirada russa da zona de conflito; Geórgia diz que não há sinais de recuo |
Nogovitsyn afirmou que as tropas russas recuarão das localidades georgianas, inclusive da estratégica cidade de Gori, a 70 quilômetros a noroeste de Tbilisi e a 25 quilômetros ao sul da Ossétia do Sul, em direção às fronteiras da região separatista. "Estamos convencidos de que dali (Gori) não emana nenhum perigo e por isto nos retiramos a partir de hoje", afirmou o militar russo.
O porta-voz do Ministério do Interior da Geórgia, Shota Utiashvili, disse por telefone à agência Efe que as tropas russas continuam em Gori. Segundo a televisão pública da Geórgia, as tropas russas mantinham suas posições em Gori e em outras duas cidades georgianas ocupadas, Senaki e Zugdidi.
"A Geórgia está disposta ao diálogo para resolver todos os problemas conflituosos de forma civilizada. Mas, para isto, as tropas de ocupação devem sair e devem parar de destruir a Geórgia", afirmou o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, em tom conciliador e que não tinha usado desde o início das ações militares.
Promessa
Em um comunicado divulgado pelo Kremlin, Medvedev anunciou ontem que a retirada começaria hoje, mas não fez menção sobre deixar a Ossétia do Sul, região separatista que está no centro do conflito entre a Rússia e a Geórgia. Ele disse apenas que as tropas voltariam para Ossétia do Sul de suas posições na Geórgia. Hoje ainda não foram divulgadas informações sobre o assunto.
Arte/Folha Online |
Desde a assinatura do acordo de cessar-fogo pela Rússia --que havia sido feita anteriormente pela Geórgia--, a pressão ocidental para a retirada de tropas russa tem aumentado. Os Estados Unidos e a França já haviam acusado a Rússia de descumprir a trégua, pelo fato de tanques e soldados russos continuarem a rodar livremente pela Geórgia.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, alertou neste domingo que a Rússia enfrentaria "sérias conseqüências" se não começasse a retirada e falou com Medvedev pelo telefone.
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, acusou novamente neste domingo o presidente russo de descumprir a promessa de retirada rápida das tropas da Geórgia, estabelecida pelo acordo de cessar-fogo assinado pelos dois países. "Espero que, desta vez, ele cumpra a palavra", disse Rice após Medvedev anunciar que a retirada começaria hoje.
A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu à Rússia a retirada de suas tropas da Geórgia "em questão de dias" e mostrou a disposição de seu país em participar de uma força multinacional de paz na zona de conflito.
Merkel fez as afirmações em Tbilisi em entrevista coletiva conjunta com o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, que voltou a acusar a Rússia de fazer uma "limpeza étnica" na região. Entenda as causas do conflito.
"Resposta esmagadora"
Também nesta segunda-feira, o presidente Medvedev, falando em meio ao conflito com a Geórgia, afirmou que qualquer agressão contra cidadãos russos terá uma "resposta esmagadora".
"Se alguém pensa que pode matar nossos cidadãos e escapar impunemente, saiba que não permitiremos isso nunca. Se alguém tentar isso de novo, apareceremos com uma resposta esmagadora", afirmou Medvedev para veteranos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na cidade russa de Kursk.
"Nós temos todos os recursos políticos, econômicos e militares necessários. Se alguém tiver alguma ilusão sobre isso, tem de abandoná-la", disse Medvedev.
CICV
O CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) disse nesta segunda-feira que está pedindo esclarecimentos urgentes da Rússia após seu presidente ter sido impedido de entrar na Província separatista da Ossétia do Sul em uma missão humanitária.
As tropas russas controlam o acesso à Ossétia do Sul, no centro de um conflito de dez dias entre Moscou e a vizinha Geórgia. Os confrontos no local deixaram milhares de deslocados e muitos morreram ou ficaram feridos.
"[A Cruz Vermelha] não pôde ter acesso à Ossétia do Sul", disse Dominik Stillhart, vice-diretora de operações do CICV, em entrevista por telefone à Reuters. "O acesso à Ossétia do Sul é prioridade. Precisamos conversar em Moscou para saber exatamente qual é o problema."
Com agências internacionais
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quando diz "Sr. J.R. , quem mais ajudou para a derrocada alemã foram os russos e não os aliados. Leia mais, por favor... ". Desculpe Sr. Guazzelli, procuro me aprofundar no que leio, portanto não leio pasquins ...
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