Relação Otan-Rússia será revista após invasão, diz embaixador

O futuro dos fóruns de diálogo e cooperação entre a Rússia e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estabelecidos após o fim da Guerra Fria serão revistos devido à intervenção na Geórgia, disse o embaixador dos Estados Unidos na Otan, Kurt Volker, neste sábado, segundo a Reuters.

Condoleezza Rice, secretária de Estado dos EUA, convocou um encontro de ministros dos 26 Estados da Otan para a próxima terça-feira (19) para uma consulta sobre as implicações da ação russa.

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Volker disse que nenhuma resposta específica foi decidida, mas que encontros de ministros de Relações Exteriores e Defesa, além de embaixadores da Otan com seus colegas russos fazem parte da agenda.

Gleb Garanich/Reuters

Mulher passa por tanques russos em estrada próxima à cidade georgiana de Igoeti, localizada a apenas cerca de 50 km de Tbilisi

Também serão discutidos o futuro da colaboração entre especialistas nas áreas como contra-terrorismo, ações contra narcóticos e defesa de mísseis.

"Todas estas atividades nós vamos revisar", disse o embaixador, que afirmou que os EUA não procuram confronto, nem encerrar fóruns de diálogo.

"Nós não queremos uma dinâmica negativa nas relações da Otan com a Rússia --nós queremos que isto seja positivo. No entanto, para que isto aconteça a Rússia tem de sair da Geórgia, respeitar a soberania e a integridade territorial e jogar as regras do século 21", afirmou Volker.

Polônia

Volker também respondeu sobre a ameaça russa à Polônia, membro da Otan, pelo fato de concordar em hospedar parte do escudo de defesa antimísseis proposto pelos EUA. O americano afirmou que a iniciativa não visa a Rússia.

"Ninguém está ameaçando a Rússia, então a Rússia não deveria ameaçar os outros", disse Volker.

Um alto militar russo sugeriu ontem que o acordo da Polônia com os EUA deixaria em aberto um possível ataque nuclear contra o país da Europa Central.

OSCE

O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, pediu um papel mais forte da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) no conflito na região da Geórgia e da Ossétia do Sul em nota emitida pelo Kremlin neste sábado.

No texto, Medvedev informa que expressou a opinião em uma conversa telefônica com o presidente da Finlândia, Tarja Halonen, que possui a liderança rotativa da OSCE.

Com Reuters e Associated Press