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20/01/2003 - 09h20

ONU e Iraque definem acordo para facilitar inspeções

da Folha Online

O Iraque e a ONU (Organização das Nações Unidas) firmaram hoje uma declaração comum na qual Bagdá se compromete a reforçar sua cooperação com os inspetores em desarmamento, anunciou uma autoridade iraquiana. Um acordo de dez pontos para facilitar o trabalho dos especialistas também foi definido.

O acordo de dez itens "prevê o acesso a todos os locais passíveis de inspeção, inclusive casas privadas do governo", disse Hans Blix, chefe dos inspetores em desarmamento da ONU, após uma missão de 24 horas no Iraque.

O documento diz também que os iraquianos, entre eles cientistas, devem ser incentivados a conversar de forma privada com os inspetores, além de determinar a criação de uma equipe para investigar eventuais ogivas químicas de foguetes que ocasionalmente o Iraque possua.

A declaração foi assinada durante uma reunião de trabalho no Ministério das Relações Exteriores em Bagdá entre Blix, Mohamed ElBaradei, chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e autoridades iraquianas, declarou à imprensa o conselheiro presidencial Amer Al-Saadi.

Saadi classificou o encontro como "construtivo e útil".

Pela manhã, autoridades iraquianas disseram ter conseguido "ótimos avanços" em suas conversas de ontem com Blix e ElBaradei. "Ótimos avanços aconteceram", disse Amer Al-Saadi, ao chegar hoje para a reunião.

Ação
Ontem, Blix afirmou que uma guerra motivada pelas supostas armas de destruição em massa do Iraque não era inevitável, mas que o país deveria oferecer mais cooperação e informações adicionais.


Reuters - 20.nov.2002
Hans Blix, chefe dos inspetores de armas da ONU
"Não achamos que a guerra é inevitável. Acreditamos que o processo de inspeção que estamos conduzindo é uma alternativa pacífica e requer uma cooperação bastante ativa do Iraque", disse Blix pouco depois de chegar a Bagdá com o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) , Mohamed ElBaradei, para conversas cruciais com autoridades iraquianas.

ElBaradei declarou a repórteres que o momento da visita era muito importante. Blix e ElBaradei entregarão uma relatório ao Conselho de Segurança da ONU em 27 de janeiro a respeito da posição do Iraque sobre uma resolução do órgão.

O documento pode ser chave para qualquer decisão dos Estados Unidos sobre uma invasão ao país. "Queremos ver o trabalho das inspeções funcionar. Precisamos de mais informação", declarou ElBaradei.

Crise
Os EUA afirmam ter "provas substanciais", incluindo dados não divulgados, de que o Iraque manteve e até acelerou seus programas de armas de destruição em massa, em desacordo com determinações das ONU.

No dia 27 de novembro, os inspetores de armas da ONU voltaram ao Iraque e retomaram os trabalhos de inspeção de armas de destruição em massa no país.

Os Estados Unidos e o Reino Unido acusam o Iraque de ter um arsenal de armas químicas e biológicas que vai contra as determinações da ONU (Organização das Nações Unidas), e de estar construindo instalações para fabricar mais armamentos. Ademais, Saddam é acusado pelos dois países de ter fortes relações com grupos terroristas que são capazes de utilizar "armas de destruição em massa". Bagdá nega as acusações.

O desarmamento dos arsenais de destruição em massa e mísseis iraquianos foi determinado pela ONU após a Guerra do Golfo (1991) como uma punição ao Iraque, que invadiu o Kuait em 1990.

Entre 1991 e 1998, a Comissão Especial da ONU para o Desarmamento do Iraque visitou dezenas de locais e destruiu grande quantidade de armas. Washington e Londres dizem que o país continua tentando fabricar uma bomba atômica e seria capaz de disparar mísseis com ogivas químicas e nucleares 45 minutos após dadas as ordens. Bagdá também nega ter esses armamentos.

No dia 13 de novembro, o Iraque aceitou de forma incondicional a nova resolução da ONU, chamada de resolução 1.441, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança no dia 8 de novembro.

A resolução determinou a entrada de inspetores de armas no país, com acesso ilimitado a todo e qualquer local suspeito de produzir armas químicas, biológicas ou nucleares -inclusive os palácios do governo iraquiano. Caso contrário, o Iraque enfrentará "sérias consequências". O grupo de trabalho possui 270 inspetores, de 48 países. Estarão trabalhando cem de cada vez.

No dia 21 de fevereiro de 2003 os inspetores de armas devem entregar ao Conselho de Segurança da ONU um relatório final sobre sobre a situação de armamento do Iraque.

Com agências internacionais

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