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21/01/2003
-
10h13
O governo brasileiro está disposto a reunir-se com integrantes da oposição ao governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, embora o nível oficial desse eventual encontro dependa da representatividade política do grupo, disse hoje o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim.
"O governo brasileiro e eu, como chanceler, estamos dispostos a receber líderes da oposição. Agora, o nível em que seriam recebidos dependerá de sua própria representatividade no conjunto dessa oposição", declarou Amorim, em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo.
Segundo Amorim, "ninguém disse que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] não receberá a oposição venezuelana. Mas, quem os receberia e em que momento são questões que estão sendo discutidas. Acho que o importante é nossa abertura para o diálogo".
Na entrevista, o chanceler explicou por que o governo brasileiro se recusou a ampliar o Grupo de Amigos da Venezuela, criado na semana passada com o objetivo de retomar as negociações entre partidários e opositores de Chávez. O presidente venezuelano havia pedido que outros países, como Rússia, Cuba e França, também participassem do "grupo de amigos".
As negociações têm como objetivo dar fim ao conflito por trás de uma greve convocada pela oposição, que busca forçar a renúncia de Chávez ou a antecipação das eleições. Iniciada há 51 dias, a greve paralisou a produção de petróleo da Venezuela, deixando os mercados internacionais, já preocupados com a possível guerra dos EUA contra o Iraque, ainda mais nervosos.
"O presidente Hugo Chávez tinha sua visão de como deveria ser o 'grupo de amigos'. Nós operamos dentro de uma realidade, que tem a ver com a América Latina. Levamos em conta como pode ser a percepção da oposição. Mas a percepção não é só do Brasil, mas também dos outros países, da Organização dos Estados Americanos [OEA] e da Organização das Nações Unidas [ONU]. Achamos que o grupo tem seu equilíbrio, e Chávez acatou a decisão", disse Amorim.
O Grupo de Amigos da Venezuela, formado por Brasil, Chile, Estados Unidos, México, Espanha e Portugal, terá na sexta-feira (24) sua primeira reunião em Washington. O grupo, uma iniciativa brasileira, foi composto oficialmente na semana passada com o objetivo de ajudar na até agora infrutífera tentativa de negociação entre a oposição e o governo feita em Caracas por César Gaviria, secretário-geral da OEA.
Kofi Annan, secretário-geral da ONU, pretende enviar um representante para a Venezuela para participar da iniciativa do "grupo de amigos".
O Prêmio Nobel da Paz Jimmy Carter está em Caracas para tentar retomar as negociações de paz entre Chávez e seus adversários políticos. "Sempre há uma esperança por uma resolução e espero que seja em breve", declarou ontem Carter em Caracas, onde pretende encontrar Gaviria.
Negociações
Na semana passada, Chávez havia dito que o governo poderia abandonar as negociações, mediadas por Gaviria, apesar de a comunidade internacional unir esforços para acabar com o impasse no país.
Chávez chamou seus opositores de "terroristas e fascistas" e disse que não há possibilidade de negociação com os líderes da greve.
Líderes de oposição, que acusam Chávez de governar como um ditador e culpam o caos econômico a seu governo populista, disseram que as negociações comandadas pela OEA são a única solução possível para a crise. Segundo eles, a greve continua até a renúncia de Chávez.
Outra exigência da oposição é que haja um plebiscito a respeito do governo de Chávez no dia 2 de fevereiro. Mas o presidente diz que é preciso esperar até agosto, quando a Constituição permite a realização de tal plebiscito a respeito de seu mandato.
Chávez, que ensaiou um golpe em 1992, seis anos antes de ser eleito, e sobreviveu a um golpe no ano passado, visitou o Brasil no sábado (18) para se encontrar com Luiz Inácio Lula da Silva e conversar a respeito do apoio internacional às negociações da OEA.
Com agências internacionais
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da Folha OnlineO governo brasileiro está disposto a reunir-se com integrantes da oposição ao governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, embora o nível oficial desse eventual encontro dependa da representatividade política do grupo, disse hoje o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim.
"O governo brasileiro e eu, como chanceler, estamos dispostos a receber líderes da oposição. Agora, o nível em que seriam recebidos dependerá de sua própria representatividade no conjunto dessa oposição", declarou Amorim, em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo.
Segundo Amorim, "ninguém disse que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] não receberá a oposição venezuelana. Mas, quem os receberia e em que momento são questões que estão sendo discutidas. Acho que o importante é nossa abertura para o diálogo".
Na entrevista, o chanceler explicou por que o governo brasileiro se recusou a ampliar o Grupo de Amigos da Venezuela, criado na semana passada com o objetivo de retomar as negociações entre partidários e opositores de Chávez. O presidente venezuelano havia pedido que outros países, como Rússia, Cuba e França, também participassem do "grupo de amigos".
As negociações têm como objetivo dar fim ao conflito por trás de uma greve convocada pela oposição, que busca forçar a renúncia de Chávez ou a antecipação das eleições. Iniciada há 51 dias, a greve paralisou a produção de petróleo da Venezuela, deixando os mercados internacionais, já preocupados com a possível guerra dos EUA contra o Iraque, ainda mais nervosos.
"O presidente Hugo Chávez tinha sua visão de como deveria ser o 'grupo de amigos'. Nós operamos dentro de uma realidade, que tem a ver com a América Latina. Levamos em conta como pode ser a percepção da oposição. Mas a percepção não é só do Brasil, mas também dos outros países, da Organização dos Estados Americanos [OEA] e da Organização das Nações Unidas [ONU]. Achamos que o grupo tem seu equilíbrio, e Chávez acatou a decisão", disse Amorim.
O Grupo de Amigos da Venezuela, formado por Brasil, Chile, Estados Unidos, México, Espanha e Portugal, terá na sexta-feira (24) sua primeira reunião em Washington. O grupo, uma iniciativa brasileira, foi composto oficialmente na semana passada com o objetivo de ajudar na até agora infrutífera tentativa de negociação entre a oposição e o governo feita em Caracas por César Gaviria, secretário-geral da OEA.
Kofi Annan, secretário-geral da ONU, pretende enviar um representante para a Venezuela para participar da iniciativa do "grupo de amigos".
O Prêmio Nobel da Paz Jimmy Carter está em Caracas para tentar retomar as negociações de paz entre Chávez e seus adversários políticos. "Sempre há uma esperança por uma resolução e espero que seja em breve", declarou ontem Carter em Caracas, onde pretende encontrar Gaviria.
Negociações
Na semana passada, Chávez havia dito que o governo poderia abandonar as negociações, mediadas por Gaviria, apesar de a comunidade internacional unir esforços para acabar com o impasse no país.
Chávez chamou seus opositores de "terroristas e fascistas" e disse que não há possibilidade de negociação com os líderes da greve.
Líderes de oposição, que acusam Chávez de governar como um ditador e culpam o caos econômico a seu governo populista, disseram que as negociações comandadas pela OEA são a única solução possível para a crise. Segundo eles, a greve continua até a renúncia de Chávez.
Outra exigência da oposição é que haja um plebiscito a respeito do governo de Chávez no dia 2 de fevereiro. Mas o presidente diz que é preciso esperar até agosto, quando a Constituição permite a realização de tal plebiscito a respeito de seu mandato.
Chávez, que ensaiou um golpe em 1992, seis anos antes de ser eleito, e sobreviveu a um golpe no ano passado, visitou o Brasil no sábado (18) para se encontrar com Luiz Inácio Lula da Silva e conversar a respeito do apoio internacional às negociações da OEA.
Com agências internacionais
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