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16/09/2009 - 11h05

UE diz que 1,5 milhão de votos na eleição afegã são suspeitos

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da Folha Online

A missão de observadores eleitorais da União Europeia (UE) no Afeganistão afirmou nesta quarta-feira que quase um terço dos votos contabilizados --1,5 milhão-- nas eleições presidenciais de 20 de agosto são suspeitos de fraude. Destes, 1,1 milhão são favoráveis ao atual presidente, Hamid Karzai, que, segundo a apuração, obteria vitória já no primeiro turno.

"Calculamos, até agora, 1,5 milhão de votos suspeitos de fraude", disse, em comunicado, a chefe-adjunta da missão de observadores europeus, Dimitra Ioannou.

Manish Swarup/AP
Funcionária da Comissão Eleitoral de Queixas registra contagem de votos no Afeganistão; órgão pediu recontagem de 10%
Funcionária da Comissão Eleitoral de Queixas registra contagem de votos no Afeganistão; órgão pediu recontagem de 10%

Entre eles, 1,1 milhão foram emitidos a favor da candidatura de Karzai, 300 mil para a do ex-ministro de Exteriores Abdullah Abdullah e 92 mil para o candidato de etnia hazara Ramazan Bashardost.

Estes dois últimos candidatos denunciaram várias vezes, durante o processo eleitoral, uma fraude generalizada para que Karzai vencesse no primeiro turno, com mais de 50% dos votos.

Caso as suspeitas sejam confirmadas, o cenário eleitoral afegão pode mudar significativamente. Na última apuração divulgada pela Comissão Eleitoral afegã, Karzai tinha pouco mais de 3 milhões de votos --54,3% dos 5,54 milhões de votos contabilizados. Caso os votos sejam anulados, Karzai terá que enfrentar Abdullah (que tem 28,1% dos votos) em um segundo turno.

A missão de observadores disse ter encontrado 2.451 colégios nos quais 90% dos votos eram a favor de um mesmo candidato. Também encontrou um grande número de colégios nos quais a participação supera o limite previsto.

Os dados correspondem à apuração de 6 de setembro passado, que inclui 18.877 centros de votação computados.

A missão europeia expressou seu apoio à Comissão Eleitoral de Queixas (CEQ), órgão que tinha ordenado à Comissão Eleitoral, encarregada da apuração, realizar uma nova apuração praticamente em 10% dos colégios afegãos.

Os observadores fizeram uma chamada à Comissão Eleitoral para que, durante a apuração, tome "todas as ações necessárias", de acordo com a lei eleitoral.

Reuters
Caso fraude seja confirmada, Hamid Karzai deverá enfrentar seu principal rival, Abdullah Abdullah, em um segundo turno
Caso fraude seja confirmada, Hamid Karzai (esq.) deverá enfrentar seu principal rival, Abdullah Abdullah, em um segundo turno

A eleição de 20 de agosto recebeu cerca de 2.800 denúncias de fraude da oposição sobre votos excedentes e números duvidosos. Karzai defendeu na quarta-feira passada (9) o processo como imparcial e honesto.

Abdullah pediu nesta segunda-feira a convocação de um segundo turno para garantir a legitimidade do processo. Ele afirmou ainda apoiar um governo de transição, que não fosse liderado nem por ele nem por Karzai, caso uma nova eleição fosse marcada para o próximo ano.

Os países ocidentais, que anteriormente elogiaram a eleição como uma vitória, preocupam-se com a legitimidade do pleito perante a população afegã --que participa de sua segunda eleição direta e tem pouca fé em um governo democrático afundado em corrupção.

Um governo ilegítimo pode prejudicar ainda os esforços do governo de Obama em ampliar a guerra contra o grupo islâmico radical Taleban no país, uma guerra que se torna cada vez mais impopular.

Comentários dos leitores
J. R. (1160) 22/11/2009 14h07
J. R. (1160) 22/11/2009 14h07
"Afeganistão é o pior lugar do mundo para crianças, diz ONU" - É que o pessoal da ONU assistiu ao filme 'O caçador de pipas' e nunca assistiu a 'Pixote, a lei do mais fraco' ou 'Cidade de Deus'. Talvez uma visita a outras partes do mundo os façam parar de trabalhar apenas para os Estados Unidos e comecem a trabalhar em prol da humanidade. sem opinião
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samuel haddad carvalho (106) 07/11/2009 21h06
samuel haddad carvalho (106) 07/11/2009 21h06
Prezado sr. Mauro Harpen,
Talvez a maneira que escrevo seja um tanto difícil para algumas pessoas entenderem. Acho isso normal! Quando escrevi que se a força de trabalho dos afegãos fosse "utilizada" de maneira construtiva, isso serviria pra atrair muito mais gente para a reconstrução e não para a insurreição e a história, talvez, tivesse um destino diferente da que nós estamos vendo hoje. Sim! É verdade que citei ATÉ os nazistas souberam utilizar a abundante mão de obra ociosa na Alemanha da época. Foi somente com esse objetivo. Dizer que com essa frase era pra que "todos" se transformassem em nazistas ofende qualquer pessoa com um mínimo de bom senso. Até alguém que tem facilidade em tentar ofender as pessoas deve entender que o trabalho ocupa mente e corações. O Afeganistão sempre foi e continuará sendo tribal e democracia para eles é uma palavra desconhecida. Querem pacificá-lo? Sentem-se com os chefes tribais e coloquem todos para trabalhar. Não se deve "nazificar" tudo em nome do passado tão tenebroso pelo qual a história da humanidade já passou. Na minha opinião, os males do nazismo deveria ser matéria obrigatória em todas as escolas do mundo. Com o objetivo de jamais permitir que ele volte. Porém, algumas pessoas não aprendem. Mesmo já tendo sentido na própria pele. O gueto de Gaza não é diferente do de Varsóvia. E, igual em Varsóvia, eles também tem o direito a autodefesa. Parece que estão querendo transformar todo o território palestino em uma grande Gaza...
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Carlos Gonçalves (396) 05/11/2009 19h01
Carlos Gonçalves (396) 05/11/2009 19h01
O ministro francês esqueceu que na segunda guerra mundial, a resistência francesa não era terrorista, porque lutava contra os invasores. De Gaule formou a resistência encarregando Jean Moulin para cuidar dela.
E Petain, era o entreguista; queria um estado totalitário aliando-se à Itália e Alemanha. Parece que esse ministro esqueceu disso. Ele é um nazista. Espero que ele vá para a mesma prisão que Pétain foi na ilha de YEU. E que seja perpétua.
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