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04/10/2009 - 22h40

Mediador critica ONU e diz que hondurenhos devem resolver crise sozinhos

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da Efe, em Washington (EUA)
da Folha Online

O mediador da crise hondurenha, o presidente da Costa Rica, Óscar Arias, disse neste domingo que os hondurenhos devem resolver sozinhos a crise política instaurada com a deposição do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho passado. Arias é autor do Acordo de San José, texto que prevê a restituição de Zelaya e que foi rejeitado pelo governo interino em três rodadas de negociações na Costa Rica.

Veja a cronologia da crise política em Honduras
Veja galeria de imagens do conflito hondurenho

A declaração de Arias, que criticou duramente a resistência do governo interino em aceitar a restituição de Zelaya, vem poucos dias antes da visita de dez chanceleres e do secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, para impulsionar o início do diálogo.

Juan Carlos Ulate-28set.09/Reuters
Presidente da Costa Rica, Oscar Arias, disse que crise deve ser resolvida por hondurenhos e criticou decisão da ONU
Presidente da Costa Rica, Oscar Arias, disse que crise deve ser resolvida por hondurenhos e criticou decisão da ONU

Arias disse esperar, contudo, que presença de vários chanceleres possa contribuir para o avanço do diálogo.

O costa-riquenho disse ainda ser contrário a interferência do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por considerar que o conflito de Honduras não abala a paz e a segurança do mundo.

O Brasil pediu uma reunião urgente do Conselho após os enfrentamentos entre as forças de segurança e os seguidores de Zelaya, que deixaram ao menos dois mortos após a volta, em segredo, de Zelaya ao país e seu refúgio na Embaixada Brasileira em Tegucigalpa.

Arias admitiu ter se surpreendido com a volta de Zelaya a Honduras e reiterou "a necessidade do diálogo entre as partes, como fizeram os presidentes centro-americanos há 20 anos, apesar das grandes diferenças ideológicas", o que lhe valeu o prêmio Nobel da Paz 1987.

Isolada

Arias alertou ainda que Honduras ficará isolada se não resolver se a crise política antes das eleições de 29 de novembro, que a comunidade internacional advertiu que não reconhecerá enquanto Zelaya não for restituído.

"Pior que pode ocorrer é a falta de um clima de tranquilidade no processo eleitoral em novembro", disse o presidente costa-riquenho em entrevista ao canal Univisión. "Não se pode transformar Honduras em uma espécie de Albânia centro-americana", acrescentou.

Alguns países já afirmaram que não reconhecerão o presidente eleito no pleito de 29 de novembro até a recolocação de Manuel Zelaya ao poder. Como mediador Arias não quis dizer se reconhecerá o resultado.

Em sua opinião, os mais interessados em sair da situação são os próprios candidatos porque se a comunidade internacional não reconhecer o ganhador, também não retomará o auxílio a Honduras --congelado por países europeus e dos Estados Unidos desde a deposição.

Arias lamentou a paralisação das negociações do Acordo de San José, documento redigido por ele que prevê a restituição de Zelaya antes das eleições, por falta de vontade para dialogar e principalmente pela resistência do governo interino em aceitar a restituição do presidente.

Ele fez ainda duras críticas à Constituição hondurenha, que estudou para redigir o Acordo de San José.

"Nenhum povo, muito menos o hondurenho, merece uma constituição que não permita o controle político e que a única alternativa seja dar um golpe de Estado", afirmou Arias, adiantando a necessidade de modificação diversas cláusulas da carta magna.

Zelaya foi deposto do poder por insistir em realizar uma pesquisa de opinião nacional que abriria caminho para seu projeto de convocar uma Assembleia Constituinte e reformar a Constituição. O Congresso e a Corte Suprema do país criticaram a decisão, que consideraram ume medida para aprovar a reeleição no país --aos moldes do referendo para reeleição ilimitada do venezuelano Hugo Chávez.

Por último, Arias negou a intenção de se candidatar à Secretaria-Geral da OEA, quando Insulza deixar o cargo. "Não estou disposto", afirmou.

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
avalie fechar
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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