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15/01/2010 - 08h18

Ex-presidente exilado quer retornar ao Haiti para ajudar na reconstrução

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da Folha Online

O ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide, exilado na África do Sul, disse nesta sexta-feira que está disposto a voltar ao Haiti para ajudar a reconstruir o país, devastado por um terremoto de 7 graus na terça-feira (12).

Aristide foi obrigado a abandonar a Presidência do Haiti em 29 de fevereiro de 2004, em consequência de uma insurreição militar e da pressão internacional. Neste mesmo ano, a ONU (Organização das Nações Unidas) levou ao país a Minustah, sua missão de paz, composta de 9.000 militares, incluindo cerca de 1.200 do Brasil, que chefia a missão, para tentar reverter o cenário de violência.

"Estamos dispostos a voltar hoje, amanhã, a qualquer momento, para estar junto ao povo do Haiti, compartilhar o sofrimento e ajudar a reconstruir o país", declarou Aristide à imprensa, em Johannesburgo.

"Amigos do mundo inteiro confirmaram a vontade de organizar o envio de um avião que leve equipamento médico, material de urgência e nós", acrescentou Aristide, que leu uma declaração ao lado da mulher.

Sem responder a perguntas, Aristide manifestou a "angústia" e "desespero" dos haitianos no estrangeiro "para encontrar seus parentes e entes queridos" e para colaborar para tirar o país da miséria.

"Sentimos profundamente que devemos estar ali para fazer o que pudermos", destacou, enquanto sua mulher chorava ao seu lado.

O Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) afirmou nesta quinta-feira que um primeiro reconhecimento aéreo realizado no Haiti revela áreas "com 50% de destruição" ou graves danos causados pelo terremoto de terça-feira (12). Este é o primeiro dado sobre a extensão dos danos causados pelo tremor, que danificou até mesmo o Palácio Presidencial e as sedes da ONU na capital Porto Príncipe.

Segundo o Ocha, os danos se estenderam além de Porto Príncipe, para os centros urbanos de Jacmel e Carrefour. No total, 3,5 milhões pessoas viviam nas áreas devastadas pelo terremoto.

O terremoto de sete graus de magnitude atingiu o Haiti às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília), a cerca de 16 km da capital haitiana, sendo considerado o mais forte no país em 200 anos.

As comunicações foram em grande parte interrompidas, tornando impossível obter um quadro completo sobre os danos, enquanto vários tremores que se seguiram ao grande sismo continuaram a assustar a população do país, onde muitas construções são precárias.

Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, os prédios e a infraestrutura de Porto Príncipe sofreram danos extensos. Já os serviços básicos, incluindo água e eletricidade, estão a beira do colapso.

Em um país de construções precárias, mesmo prédios importantes como o palácio presidencial e a sede da missão da ONU não resistiram e sofreram sérios danos. Há relatos de casas que caíram de barrancos e de que 200 ficaram soterrados sob o hotel Cristopher. Repórteres e testemunhas relatam grande destruição e cenas sangrentas na capital, Porto Príncipe.

Vítimas

O presidente do país caribenho, René Préval, disse nesta quinta-feira que cerca de 7.000 pessoas que morreram no terremoto de terça-feira no Haiti já foram enterradas em vala comum.

No mesmo dia, a Cruz Vermelha no Haiti disse esperar que o total de mortos fique entre 45 mil e 50 mil, além dos mais de 3 milhões de desabrigados. Nesta quarta-feira (13), o próprio Préval disse ter ouvido estimativas de cerca de 50 mil mortos, porém afirmou que era 'muito cedo para saber'.

O ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, afirmou na madrugada desta sexta-feira, ao desembarcar em Brasília, vindo do Haiti, que 17 brasileiros morreram no terremoto.

Segundo reportagem de Fábio Zanini, da Folha de S. Paulo, Jobim afirmou que, até o momento, há 14 militares e três civis brasileiros mortos. Os militares já haviam sido confirmados pelo Comando do Exército na manhã desta quinta-feira.

Já os civis incluiriam a médica e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, cujo velório acontece nesta sexta-feira em Curitiba, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro afirmou ainda que o número dois da Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na sigla em inglês), o brasileiro Luiz Carlos da Costa está morto, embora não tenha sido encontrado ainda seu corpo. "Ele está naquele hotel em que funcionava a Minustah. Estão todos soterrados", afirmou Jobim, se referindo ao Hotel Cristopher, onde ficava a sede administrativa da missão, e que desabou com cerca de 200 pessoas dentro.

Com Efe e France Presse

Comentários dos leitores
Ze Vitrola (72) 02/02/2010 20h53
Ze Vitrola (72) 02/02/2010 20h53
Gandin, escreveu:
" ... imagino que uma pessoa fale tanto mal do presidente, não deva nem jogar lixo na lixeira e, sim, em via pública da janela do importado dele. (risos).
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Vc é um daqueles que nem sabe o que fala ou escreve, então a gente precisa desenhar. Se vc nunca me viu, não sabe se sou mais magro ou mais gordo, como pode inventar uma asneira dessa para ter o que escrever? Isso é ser leviano, infantil.
sem opinião
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marcos cesar fernandes (232) 02/02/2010 19h10
marcos cesar fernandes (232) 02/02/2010 19h10
Sr. Jose R. N. Filho. Gostei muito de seu testemunho e isso prova que há pessoas que sabem aproveitar os limões que a vida lhe oferecem e transforma-los em limonada. No caso das crianças haitianas houve muito desrespeito, pois o país, apesar de viver uma situação caótica, ainda tem suas leis e leis devem ser respeitadas.
No Brasil existem as leis que pegam e as que não pegam. Dentre as que pegaram está a Lei de Gerson, infeliz propaganda de cigarro feita por quem pela lógica deveria ser totalmente contra, por tratar-se de um atleta. Não podemos esquecer que o tabagismo, assim como o alcoolismo, são agentes causais da pressão alta. Como essa lei vale para todas as camadas socias, possivelmente existem milhares de mães pelo Brasil afora que se sentem orgulhosas quanto seus filhos fazem uso dela e se tornam cidadãos expressivos na sociedade, não por seus feitos positivos, mas por obterem prestígio e admiração justamente por serem espertos e aproveitadores.
Vejo como um fator positivo para o Haiti a sua proximidade com os EUA e seu grande mercado. Se se aproveitar o clima tropical para produzir frutas como o abacaxi e o mamão papaya que praticamente só é produzido no Hawai, o Haiti terá um importador garantido, e nestas duas culturas nós brasileiros somos experts. Pode-se aproveitar o clima da ilha para produzir cacau, abacate, seringais, uvas etc.
Cabe a agora aos paises com bom know-how agrícola se disporem a ajudar o Haiti, e só assim sairão desse estágio de atrazo.
sem opinião
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Regina Martins (141) 02/02/2010 09h27
Regina Martins (141) 02/02/2010 09h27
Para onde estão sendo levadas as crianças haitianas?
Para uma vida melhor, uma adoção justa?
Ou serão escravos de pessoas ditas boazinhas?
Acho q a UNICEF tem a obrigação de apurar.
7 opiniões
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