Paquistão pede a Índia que entregue acusado de ataques em Mumbai

O Paquistão pediu neste domingo à Índia que entregue o único terrorista capturado com vida após os atentados coordenados na cidade indiana de Mumbai, para prestar depoimento. Os ataques, ocorridos em novembro de 2008, deixaram ao menos 166 mortos.

A Índia acusou o grupo terrorista Lashkar-e-Taiba, com sede no Paquistão, pelos atentados em Mumbai e condenou Islamabad por fazer pouco para combatê-los. Os dois países passaram mais de um ano com relações rompidas, até uma primeira reunião do alto escalão, em fevereiro deste ano.

O pedido está no dossiê que representantes do Ministério de Relações Exteriores do Paquistão entregaram neste domingo ao número dois da sede diplomática indiana em Islamabad, Rahul Kulshreshth, segundo informaram hoje os meios de imprensa dos dois países.

No relatório, que contém é a continuação de outro entregue pela Índia ao Paquistão em fevereiro, está o pedido de entrega do paquistanês Mohammed Ajmal Amir conhecido como Kasab, que está sendo julgado na Índia pelo atentado.

Kasab é acusado de ser um dos dez terroristas (os outros nove foram mortos pelas forças indianas de segurança) que atacaram Mumbai entre os dias 26 e 29 de novembro de 2008, em um atentado que causou a morte de 166 pessoas.

O julgamento em Mumbai contra Kasab --e dois cidadãos indianos que supostamente deram apoio logístico ao comando de paquistaneses-- aguarda sentença, que será conhecida em 3 de maio.

Já a Justiça paquistanesa processou sete membros do LeT pelo ataque em Mumbai --a próxima audiência do julgamento será em 8 de maio-- e emitiu ordens de detenção contra Kasab e um dos dois indianos julgados na Índia.

"A declaração de Kasab é de vital importância para o caso pelo ataque em Mumbai" aberto no Paquistão, disse o ministro do Interior paquistanês, Rehman Malik, após um encontro com o chefe da sede diplomática indiana, Sharat Sabharwal, segundo a agência oficial paquistanesa APP.