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04/11/2004
-
15h47
da Folha Online
Na primeira entrevista coletiva concedida após ter sido reeleito para mais quatro anos à frente do país mais poderoso do mundo, o presidente George W. Bush, 58, cumprimentou a Câmara dos Representantes [deputados] e o Senado e anunciou reforma de governo. Durante a entrevista, Bush chegou a comentar a suposta "morte" do líder palestino Iasser Arafat, comunicada por um jornalista que o entrevistava. A notícia foi desmentida minutos depois.
"Deus abençoe sua alma", disse o presidente americano, afirmando que os Estados Unidos vão continuar "a trabalhar por um Estado palestino que conviva em paz com Israel." O conflito no Oriente Médio será uma das prioridades na agenda internacional da nova administração de Bush.
Ele disse que velhos e novos amigos vão se encontrar.
Entre as mudanças que Bush anunciou para seu novo governo estão reformas no serviço de informação e na economia, criação de empregos, reformas também em educação e saúde e alterações nos impostos.
A Previdência Social será uma prioridade para o governo americano. A proposta de Bush é a criação de contas privadas para os cidadãos. "Haverá custos [para promover a mudança], mas o custo de não fazer nada será muito maior", disse Bush.
Luta contra o terror
"Existe um capital político que agora é meu e pretendo gastar. Quero usá-lo em reformas na previdência e na guerra contra o terror", afirmou o presidente.
A luta contra o terror empreendida pelo governo americano foi um dos principais pontos da campanha eleitoral, e foco de críticas internacionais. Bush criticou os países que "dizem que é uma perda de tempo a promoção de sociedades livres em outras partes do mundo". O presidente citou a eleição presidencial no Afeganistão como um fator positivo da política internacional empregada pelo governo.
Questionado a respeito sobre um possível aumento do contingente de soldados no Iraque, Bush afirmou que "leu relatórios a respeito do número de soldados", mas que essa questão ainda não foi trazida até ele. "Vamos responder às requisições dos comandantes internos", disse.
Bush também afirmou, ao ser questionado sobre a existência de focos de insurgentes no Iraque, que "existem aqueles que tentam interromper a eleição [presidencial no Iraque, prevista para janeiro]", e que essas pessoas "têm que ser derrotadas."
Democratas
O presidente americano também disse que "gostaria muito de trabalhar com os democratas" [partido político de seu rival na eleição, o senador John Kerry]. "Temos um dever de trabalhar por uma América melhor. Estou preparado para trabalhar com republicanos e democratas também."
O presidente dos EUA também agradeceu o trabalho da imprensa durante sua campanha eleitoral.
Recorde
Bush converteu-se ontem no chefe de Estado americano mais votado da história do país, com 59,1 milhões de votos --3,5 milhões a mais que seu rival na corrida à Presidência, o democrata John Kerry, 60.
Em seu primeiro pronunciamento após a conquista da reeleição, o presidente americano, Bush falou sobre o Iraque e o Afeganistão e a guerra contra o terror, sem dúvida, o tema mais recorrente das eleições presidenciais deste ano.
Bush declarou, nesta quarta-feira, que vai lutar para promover a democracia nesses países e afirmou para uma platéia que gritava "mais quatro anos": "Com bons aliados, vamos lutar essa guerra contra o terror para que nossos filhos possam viver em liberdade e em paz".
Dirigindo-se aos eleitores do adversário democrata, John Kerry, 60, Bush afirmou: "Farei tudo para merecer sua confiança. Quando nos unimos e trabalhamos juntos, não há limite à grandeza dos Estados Unidos".
O vice-presidente americano, Dick Cheney, lembrou, em seu discurso, o número recorde de comparecimento à eleição deste ano e comemorou a vitória republicana também no Legislativo. "O resultado é uma vitória para toda a nação. Bush teve a maior votação jamais atingida para uma Presidência dos EUA".
Pouco mais cedo, Kerry admitiu em discurso a reeleição de Bush. "Nós não podemos ganhar essa eleição", disse o democrata.
Contagem incompleta
A reeleição de Bush chega sem que três Estados tivessem determinado oficialmente seus resultados: Iowa [que tem sete votos no Colégio Eleitoral e parou contagem por problemas técnicos], Novo México [que tem cinco votos no Colégio Eleitoral e anunciará seu resultado amanhã] e Ohio [que conta com 20 votos no Colégio Eleitoral e era a chave de decisão da eleição, devido a 250 mil cédulas "provisórias"].
O Estado de Ohio [que representa 20 votos no Colégio Eleitoral] tornou-se o grande fator de disputa entre Bush e Kerry na corrida à Casa Branca.
O impasse se deu por causa de 250 mil cédulas provisórias --emitidas aos eleitores que tiveram a validade de seus registros contestada-- que se transformaram na chave definitiva para encerrar a eleição e dar nome ao novo presidente dos EUA.
A disputa acirrada em Ohio remete ao ocorrido no Estado da Flórida em 2000, mas desta vez a vantagem de Bush é maior --ele tem cerca de 140 mil votos a mais que Kerry.
Para vencer, um candidato precisa ter 270 votos no Colégio Eleitoral. Com exceção da Pensilvânia e da Flórida, a maioria dos resultados dos demais Estados [incluindo o Distrito de Colúmbia] já era esperada, de acordo com pesquisas de intenção de voto realizadas anteriormente.
Com cerca de 99% dos votos apurados no Estado de Ohio, os republicanos contam com 2.794.346 de votos, o equivalente a 51% do total. Já os democratas têm 2.658.125 ou 49% dos votos, segundo o "USA Today".
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"Deus abençoe sua alma", disse o presidente americano, afirmando que os Estados Unidos vão continuar "a trabalhar por um Estado palestino que conviva em paz com Israel." O conflito no Oriente Médio será uma das prioridades na agenda internacional da nova administração de Bush.
Ele disse que velhos e novos amigos vão se encontrar.
Entre as mudanças que Bush anunciou para seu novo governo estão reformas no serviço de informação e na economia, criação de empregos, reformas também em educação e saúde e alterações nos impostos.
A Previdência Social será uma prioridade para o governo americano. A proposta de Bush é a criação de contas privadas para os cidadãos. "Haverá custos [para promover a mudança], mas o custo de não fazer nada será muito maior", disse Bush.
Luta contra o terror
"Existe um capital político que agora é meu e pretendo gastar. Quero usá-lo em reformas na previdência e na guerra contra o terror", afirmou o presidente.
A luta contra o terror empreendida pelo governo americano foi um dos principais pontos da campanha eleitoral, e foco de críticas internacionais. Bush criticou os países que "dizem que é uma perda de tempo a promoção de sociedades livres em outras partes do mundo". O presidente citou a eleição presidencial no Afeganistão como um fator positivo da política internacional empregada pelo governo.
Questionado a respeito sobre um possível aumento do contingente de soldados no Iraque, Bush afirmou que "leu relatórios a respeito do número de soldados", mas que essa questão ainda não foi trazida até ele. "Vamos responder às requisições dos comandantes internos", disse.
Bush também afirmou, ao ser questionado sobre a existência de focos de insurgentes no Iraque, que "existem aqueles que tentam interromper a eleição [presidencial no Iraque, prevista para janeiro]", e que essas pessoas "têm que ser derrotadas."
Democratas
O presidente americano também disse que "gostaria muito de trabalhar com os democratas" [partido político de seu rival na eleição, o senador John Kerry]. "Temos um dever de trabalhar por uma América melhor. Estou preparado para trabalhar com republicanos e democratas também."
O presidente dos EUA também agradeceu o trabalho da imprensa durante sua campanha eleitoral.
Recorde
Bush converteu-se ontem no chefe de Estado americano mais votado da história do país, com 59,1 milhões de votos --3,5 milhões a mais que seu rival na corrida à Presidência, o democrata John Kerry, 60.
Em seu primeiro pronunciamento após a conquista da reeleição, o presidente americano, Bush falou sobre o Iraque e o Afeganistão e a guerra contra o terror, sem dúvida, o tema mais recorrente das eleições presidenciais deste ano.
Bush declarou, nesta quarta-feira, que vai lutar para promover a democracia nesses países e afirmou para uma platéia que gritava "mais quatro anos": "Com bons aliados, vamos lutar essa guerra contra o terror para que nossos filhos possam viver em liberdade e em paz".
Dirigindo-se aos eleitores do adversário democrata, John Kerry, 60, Bush afirmou: "Farei tudo para merecer sua confiança. Quando nos unimos e trabalhamos juntos, não há limite à grandeza dos Estados Unidos".
O vice-presidente americano, Dick Cheney, lembrou, em seu discurso, o número recorde de comparecimento à eleição deste ano e comemorou a vitória republicana também no Legislativo. "O resultado é uma vitória para toda a nação. Bush teve a maior votação jamais atingida para uma Presidência dos EUA".
Pouco mais cedo, Kerry admitiu em discurso a reeleição de Bush. "Nós não podemos ganhar essa eleição", disse o democrata.
Contagem incompleta
A reeleição de Bush chega sem que três Estados tivessem determinado oficialmente seus resultados: Iowa [que tem sete votos no Colégio Eleitoral e parou contagem por problemas técnicos], Novo México [que tem cinco votos no Colégio Eleitoral e anunciará seu resultado amanhã] e Ohio [que conta com 20 votos no Colégio Eleitoral e era a chave de decisão da eleição, devido a 250 mil cédulas "provisórias"].
O Estado de Ohio [que representa 20 votos no Colégio Eleitoral] tornou-se o grande fator de disputa entre Bush e Kerry na corrida à Casa Branca.
O impasse se deu por causa de 250 mil cédulas provisórias --emitidas aos eleitores que tiveram a validade de seus registros contestada-- que se transformaram na chave definitiva para encerrar a eleição e dar nome ao novo presidente dos EUA.
A disputa acirrada em Ohio remete ao ocorrido no Estado da Flórida em 2000, mas desta vez a vantagem de Bush é maior --ele tem cerca de 140 mil votos a mais que Kerry.
Para vencer, um candidato precisa ter 270 votos no Colégio Eleitoral. Com exceção da Pensilvânia e da Flórida, a maioria dos resultados dos demais Estados [incluindo o Distrito de Colúmbia] já era esperada, de acordo com pesquisas de intenção de voto realizadas anteriormente.
Com cerca de 99% dos votos apurados no Estado de Ohio, os republicanos contam com 2.794.346 de votos, o equivalente a 51% do total. Já os democratas têm 2.658.125 ou 49% dos votos, segundo o "USA Today".
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