Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
18/08/2005 - 20h21

Israel esvazia os dois maiores assentamentos da faixa de Gaza

Publicidade

da Folha Online

O Exército israelense informou na noite desta quinta-feira que completou a retirada dos colonos de Kfar Darom e Neve Dekalim --as duas maiores colônias da faixa de Gaza e focos da resistência.

De acordo com o Exército, 70% dos colonos já foram retirados dos assentamentos de Gaza.

Soldados invadiram sinagogas nos dois assentamentos, retirando à força colonos e manifestantes que se entrincheiraram para tentar impedir a realização do plano de retirada elaborado pelo premiê israelense Ariel Sharon --que prevê o esvaziamento de 21 colônias na faixa de Gaza e de outras quatro na Cisjordânia.

Segundo o Exército, 1.850 israelenses foram retirados de Neve Dekalim e outros 655 de Kfar Darom.

"As Forças Armadas e a polícia israelenses irão dar continuidade à retirada nas comunidades da faixa de Gaza e do norte da Cisjordânia com bom-senso e determinação", afirmou o Exército em um comunicado.

Durante a operação, extremistas judeus usaram
armas e ácido contra forças de segurança, militares conseguiram desmobilizar os protestos e esvaziar mais duas colônias.

Além de Kfar Darom e Neve Dekalim, também houve forte resistência à ação em Kfar Yam e Shirat Hayam, que também foram totalmente esvaziadas nesta quinta-feira, informou o jornal israelense "Haaretz".

Na colônia de Netzer Hazani, todos os colonos também foram retirados.

Sinagogas

Em Neve Dekalim, soldados retiraram 1.500 colonos que estavam há dois dias trancados na sinagoga sefardita, em protesto ao plano de retirada.

Desarmados, os soldados tiveram que arrastar um a um dos colonos, sob forte resistência dos ativistas, que gritavam "judeus não expulsam judeus".

Um soldado e seis manifestantes ficaram feridos nas ação mas, segundo o Exército de Israel, os ferimentos foram leves.

Reuters
Manifestantes anti-retirada confrontam soldados no assentamento de Kfar Darom, em Gaza
Durante a operação, soldados não usaram de força excessiva contra os colonos, que jogavam garrafas plásticas, água e tinta sobre os militares.

Todos os ativistas foram colocados em ônibus, para serem transportados para fora de Gaza. Entre os extremistas retirados, estava um dos líderes do Conselho Yesha --organização que representa cerca de 200 mil colonos da Cisjordânia e da faixa de Gaza-- Tzviki Bar-Hai.

O plano de invasão da sinagoga foi atrasado nesta quinta-feira pela resistência dos colonos. Quando os soldados iam tentar entrar no local pela primeira vez, os ativistas jogaram óleo na porta principal da sinagoga. O Exército cobriu a mancha de óleo com uma camada com areia, para evitar qualquer acidente.

Kfar Darom

Soldados israelenses foram feridos nesta quinta-feira com ácido, lançado por colonos judeus que resistiam à retirada dos assentamentos em território palestino. A agressão ocorreu em uma sinagoga de Kfar Darom (faixa de Gaza), e foi confirmada pelo general Dan Harel, que dirige a região militar sul de Israel.

Cerca de 58 pessoas ficaram feridas na operação --entre elas, 27 policiais, 14 manifestantes e três soldados.

A substância atirada sobre os soldados ainda não foi identificada, mas os militares tiveram de tirar suas roupas rapidamente por causa do produto [que consumia o tecido].

A colônia de Kfar Darom e um dos principais bastiões da resistência que age contra a retirada dos assentamentos, e concentra grande número de judeus ultranacionalistas.

Depois das agressões e de várias horas de disputa entre soldados e colonos, militares tomaram à força o teto da sinagoga de Kfar Darom, onde dezenas de opositores haviam se entrincheirado. Cerca de 225 manifestantes foram presos na ação.

Shirat Hayam

Nesta quinta-feira, o Exército também completou a retirada de todos os colonos de Shirat Hayam.

No fim da tarde desta quinta-feira, três jovens ativistas tentaram sair em um barco da colônia --próxima ao mar Mediterrâneo--, assim que os soldados se aproximaram do local. Eles foram pegos por barcos da Marinha que patrulhavam o litoral.

Dois outros manifestantes tentaram sair da colônia a nado, afirma o "Haaretz". Um deles voltou voluntariamente. O outro, uma mulher, não suportou a força das ondas, e foi resgatada por soldados, que saíram a nado atrás dela.

Kfar Yam

Na noite desta quinta-feira, o extremista judeu Aryeh Yitzhaki, que havia se entrincheirado com mais 40 pessoas que dizem ser seus seguidores, no teto da sua casa, deixou o local depois que soldados e policiais invadiram a casa, e retiraram os ativistas.

Durante todo dia em que ocorreram as negociações entre Yitzhaki e os soldados, o extremista ameaçou "derramar sangue" caso as forças de segurança invadissem sua casa. Ele portava um fuzil M-16 nas mãos e, em declarações à rede de TV israelense Channel 2, chegou a dizer que sua casa estava cercada de bombas.

De acordo com o "Haaretz", 500 soldados cercaram a casa de Yitzhaki. No começo da semana, o ativista tinha declarado o estabelecimento de uma "Autoridade Judaica" autônoma em Gaza. Questionado nesta quinta-feira sobre seus planos, disse que iria "fazer tudo" para barrar a retirada.

Com agências internacionais

Leia mais
  • Artigo: Retirada de Gaza, demonstração unilateral
  • Artigo: Israel deixa Gaza, mas ocupação continua

    Especial
  • Acompanhe mapa da desocupação
  • Leia cobertura completa sobre a retirada de Gaza
  • Leia o que já foi publicado sobre o plano de retirada
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página